quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

26 de Dezembro

Desde há uns anos que faço questão de ir trabalhar no dia 26 de Dezembro.

Era o dia de aniversário do meu querido avô - um Homem que teve uma vida de trabalho como não conheço igual. É, apenas, uma pequena homenagem que lhe presto, e que me diz mais do que qualquer outra que lhe pudesse fazer.


Tenho muitas saudades dele. E muitas boas lembranças, também.

Fartei-me de escrever à máquina no escritório da sua casa da Madredeus, nos inúmeros fins-de-semana que lá passei! E foi nas ruas desse “seu” bairro que me ensinou a andar de bicicleta, depois de eu já dominar todos os segredos da Nobre Arte de Andar de Triciclo.

Foi com ele que fui vezes sem conta ao futebol, depois de me ter “estreado” nessas andanças com o meu Pai, numa vitória do Sporting sobre o Vitória de Guimarães (em setenta e oito ou setenta e nove) por dois a zero, em Alvalade.

Na fase de qualificação para o Europeu de Futebol de ’84, foi com ele que vi, no alto dos meus onze anos, na Luz, os jogos Portugal – Polónia e Portugal – Rússia (vencemos ambos!), dos quais cheguei completamente rouco a casa depois da gritaria pela nossa selecção! Deste último, lembro-me do penalty que nos deu a vitória – na sequência de uma falta (julgo que sobre o Chalana) que foi “mais ou menos dentro da área”…

Foi com esse golo que conseguimos a qualificação para a fase final, em França, onde tivemos um desempenho fantástico – caímos aos pés dos anfitriões, numa derrota muito dolorosa por três a dois, nas meias-finais da prova (depois de termos estado a vencer por duas vezes…).

Vimos muitos jogos em Alvalade - entre eles, destaco um electrizante Sporting – Porto que terminou em 3-3! E fomos também algumas vezes aos estádios do Restelo e da Luz, ver jogos do Belenenses e do Benfica (não gozem!).

Foi também com o meu avô que me estreei nas corridas de touros, tendo tido a sorte de ver muitos dos grandes nomes do toureio equestre mais recente (José João Zoio, João Moura, a família Telles, Paulo Caetano, Rui Salvador, Manuel Jorge de Oliveira – que ele muito apreciava –, Joaquim Bastinhas – encolhia os ombros quando via os pares de bandarilhas – e muitos outros).

Tinha um pequeno anexo - "a casinha" - nas traseiras do quintal da sua casa, onde dominava uma bancada com tornos e vários armários e gavetas que guardavam diversos serrotes, limas, grosas, colas e muitas outras ferramentas. Trabalhava a madeira de uma forma superior - tinha um jeito para trabalhos manuais como não voltei a encontrar numa pessoa.

Lembro-me de um biplano e um barco à vela que ele me fez que eram dois dos meus brinquedos favoritos! E muitos dos diversos utensílios de madeira que ainda hoje tenho em casa – caixas, bancos, etc. – foi ele quem os fez.

Era um leitor compulsivo - andava sempre agarrado a um jornal! - e foi ele que me incutiu o gosto pelos chamados “livros de consulta” - muitos dos que tenho foi ele quem mos deu! Até a forma de folhear os dicionários à procura dos significados das palavras mais difíceis foi ele quem ma ensinou! :)

E que grandes bigodes que me dava a jogar às damas! Acabava quase sempre com um “porquinho”, lembra-se? … Ahahahah!

Não sei se alguma vez lhe ganhei, agora que penso nisso…

Uma vez em que fomos à Feira do Livro, comprou-me uma colecção completa de seis livros de uma série de aventuras (tipo-Os Cinco) que eu muito queria. Li-a e reli-a vezes sem conta! Mas a "estafa" desse passeio foi tão grande que, com o calor que estava, assim que chegou a casa, adormeceu... Os meus pais (que tinham também saído), quando chegaram a casa e o viram assim a descansar e a mim a ler, sorriram. :)

Fez questão de me pagar todos os livros de estudo de que necessitei. Todos. Sem excepção! Desde a primária até à faculdade. E está-me aqui atravessado o facto de, por apenas dois meses, não ter podido viver a felicidade de ver o neto formado...

Foi uma das primeiras razões que me fez zangar seriamente com Deus.

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Curiosamente, lembrei-me agora de uma frase que ouvi, no outro dia, ao António Lobo Antunes, quando este falava com o Mário Crespo sobre a revolta que sentiu quando viu, pela primeira vez, as crianças em tratamentos no IPO:

- "Deus também existe para que eu me possa zangar com ele".

Aplica-se que nem uma luva, neste caso.


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Juntamente com os meus pais, sempre me fez ver que do estudo só resultam coisas boas.

Faria hoje noventa e sete anos.


Um beijinho grande, avô! Tento, diariamente, estar à altura dos ensinamentos que me deu, e aplicá-los sempre que possível. E só tenho pena que não esteja aqui para conversarmos sobre tudo e mais alguma coisa, como tanto gostava de fazer.

Mas, vendo bem as coisas, até está.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal a todos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Requinte

Hoje, pela primeira vez, comi puré de castanhas. Foi nesse magnífico restaurante-de-centro-comercial que é o "Riverside" do meu amigo Wilson.

Foi o melhor acompanhamento que comi em muitos anos! Mas assim à vontade... Um must!


Enfim, mais um requinte desse verdadeiro artista do paladar que ele continua a mostrar que é.

Saber perder

Porque é que o Prof. Jesualdo Ferreira, quando perde, não sabe ser educado?


Hoje, na Madeira, e depois de uma derrota no jogo contra o Nacional, passou das marcas com o jornalista no flash-interview.

Quanto a mim, acho que lhe falta qualquer coisa...


Ou será que só sabe ser o "Professor" quando ganha?

E, já agora, não era ele que disse que não falava dos árbitros? É óbvio que custa mais aceitar uma derrota quando há "factores externos ao jogo" a influenciar o resultado, digamos, mas... isso não pode justificar certas atitudes.


Sempre quero ver agora o tratamento que os jornais vão (?) dar a esta óbvia falta de coerência.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Paulinho


O "nosso" Paulinho (um miúdo "diferente" que é uma figura muito popular e também carismática do Sporting - é o roupeiro da equipa de futebol - e que tem tido uma evolução espantosa a todos os níveis) foi homenageado pelo Clube na gala deste ano dos Prémios Stromp, onde recebeu um prémio especial.

Foi o mais aplaudido da noite.

É por estas e por outras que o meu Sporting é, indubitavelmente, um Clube único!

Quando falou a agradecer o prémio, dedicou-o aos saudosos Vitor Damas e António Livramento pela forma como o receberam no clube, quando nele entrou ainda muito miúdo.


Um Senhor!

2780 Taberna


Fica em Santo Amaro de Oeiras.

É requintado no paladar, simples na decoração, competente no atendimento e, apesar de poder ser um pouquinho pesado na carteira (isso, claro, depende de cada um...) é, certamente, um sítio onde irei regressar.

É que há lá muito para saborear, para conversar, para beber, para divulgar, até. E são pratos diferentes, compostos de uma forma original e apresentados com cuidado e com muito gosto!

Experimentem. Eu gostei muito!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Pela madrugada!

Não percebo.


Por um lado, andam (e bem, quanto a mim!) com várias actividades de prevenção rodoviária, a tentar sensibilizar a malta para reduzir o número elevado de acidentes de viação; por outro, põem aqueles belos anúncios da Intimissimi em locais completamente propícios a distracções.

E que anúncios, meus amigos! Pela madrugada! :)


Assim de repente, acho que este não será, propriamente, o melhor caminho... não?

E se...

E se dessem um ponto bónus a cada equipa que não ultrapassasse, digamos, as dez faltas por jogo de bola cá do burgo?

E se instituissem um prémio de (praí) uns cinco milhões de euros para a equipa que menos faltas fizesse durante o Campeonato?

E se, por outro lado, contassem o tempo "real" de jogo, parando-o a cada interrupção que os nossos rapazes tão bem sabem fazer?

Cada jogo durava era, certamente, mais de duas horas e meia...


Passe algum exagero, será que isto poderia tornar os nossos jogos de futebol mais... dinâmicos? E será que atrairia mais malta?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Marcas

Para quem gasta umas dezenas largas de euros em roupas light de marca (e quem diz dezenas, diz centenas, também) - principalmente roupa mais casual ou própria para as chuvadas e para o frio - recomendo vivamente uma ida à Decathlon.

(Devo dizer que não tenho lá quota nenhuma, atenção!)

Pergunta

Quando não se pode (ou não se quer, também) ir a um jantar, um concerto, uma festa ou qualquer outro acontecimento do género, porque é que aparece sempre alguém a dizer, com um certo (ou muito!) prazer, que "nem sabes o que perdeste!", ou "perdeste um belo (qualquer coisa)", mesmo que esse qualquer coisa não tenha sido, efectivamente, algo de especial (o que se pode confirmar facilmente)?

Figuras

Hoje à noite, dei por mim aos gritos, em pleno estádio Alvalade XXI, a fazer uma linda figura. Ao menos não 'tava a chamar nomes ao árbitro... e estava-me a divertir. Genuinamente.


Já disse isto a muita malta: devia ser giro filmar as reacções das pessoas da "tribo da bola", que se transformam completamente a ver um jogo da bola ao vivo, e mostrar-lhas. A reacção deve ter piada...

Ainda vi dois golos de uma equipa bem mais esforçada, mas a quem as coisas não andam a correr lá muito bem.

E deu também para ver que a mania de lançar jovens jogadores de futebol altamente promissores continua! Agora, e quase de repente, apareceram mais dois(!): Adrien Silva e Luís Paez. A juntar ao já mais visto Rui Patrício, acho que temos mais um grupo de miúdos com largo futuro à sua frente.

Resta saber por quanto tempo os vamos aguentar.

É triste, mas é assim, e não me parece que haja algo a fazer. Pelo menos num futuro próximo...


Depois de um raro três a zero, e apesar de ter sido só por meia horinha, valeu bem a pena lá ter ido!

Ice

Hoje à tarde, quando fui meter gasolina na bomba da Galp à entrada de Monte Gordo, vi que já lá não estava.


Perguntei por ele, já a temer qualquer coisa. E confirmou-se: já não está entre nós.

Já tinha dezassete anos, e era de esperar que, qualquer dia, se fosse embora. Mas os seus donos devem ter gostado tanto, tanto dele, que trataram logo de arranjar outro samoyedo, bem branquinho, a quem chamaram de "Jamal". A cara dele.

Há quem diga que o melhor remédio para ultrapassar a morte de um animal de estimação é arranjar outro, logo a seguir. Neste caso, acho que foi isso que aconteceu.

Vimo-lo lá em cima, num daqueles terraços tão tipicos mais a Sul. Espreitava cá para baixo, entre o corrimão e a parede que o suportava. Tinha bom aspecto, o malandro! :)

Acho que ainda é muito novinho para começar já a enfrentar os carros que visitam a bomba de gasolina. Mas espera-se que, qualquer dia, ocupe o lugar que lhe pertence "por herança", na recepção aos condutores.

Se entendesse, acho que ele iria gostar de ver a sua zona bem entregue.


Descansa em paz, "Ice". Qualquer dia a malta vê-se, aí em cima. :)

Preparações

Reunião no Algarve (e logo em Vila Real de Santo António, em dia de jogo...). Setecentos quilómetros para se preparar um trabalho que se vai fazer prá semana.


Literalmente, "correu" bem - às dez já lá 'tava, e às vinte já cá 'tava. No entretanto, fez-se um a preparação de trabalho com qualidade. Sem falsas modéstias.

Quando estão todos a "remar pró mesmo lado", as coisas só podem correr bem, e foi isso que aconteceu.

Agora que já 'tá tudo planeado, só falta executar. Esperemos que corra como hoje - sem atritos, sem entraves, sem "politiquices" de empresa.


Era bom, para variar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Incommunicado



Dizia o Fish ontem à noite, perante uma meia-Aula Magna (se tanto): "It's like old lovers: you don't see them for a long time, and then you see them twice in a year. Then, you're in love again"... :)

(Uma alusão às suas duas vindas a Portugal no espaço de um ano, para tocar na Aula Magna dois dos álbuns mais conhecidos dos "seus" Marillion: o "Misplaced Childhood" e o "Clutching At Straws".)


Foi um concerto muito bom, diga-se!

Os Forgotten Sons - a banda portuguesa de suporte - começaram bem, mas o vocalista estava praticamente sem voz, o que marcou negativamente a sua actuação; mesmo assim, e atendendo a este forte condicionalismo, acho que até tocaram bastante bem (excelentes músicos, quanto a mim!).


Depois, com meia hora de atraso - problemas técnicos que demoraram bastante a resolver... - entrou o highlander. Veio tocar o tal "Clutching At Straws" e fê-lo muito esforçadamente - ou melhor, de uma forma muito profissional - e muito bem, quanto a mim. Para alguém cuja voz quase já nada tem a ver com a que muitos ainda (re)conhecem, não está nada mal!

Do alto dos seus dois metros, conversou q.b. com o público presente (doentes dos Marillion, maioritariamente), tocou algumas músicas da sua carreira a solo, introduziu algumas das suas músicas, falou da nossa paixão comum pelo futebol e ainda brincou com o Celtic, o Benfica e com a eliminação da Escócia (o seu país natal) da fase final do Euro' 2008 - às mãos de um "fucking spanish referee"... :)

Pontos altos: as músicas antigas - "Sugar Mice", "That Time Of The Night", Slainte Mhath" e o inevitável "Incommunicado", no encore, com a malta toda a cantar a plenos pulmões - e mais umas duas ou três de sua autoria.

Este tipo de alinhamento já tinha funcionado bem no concerto da tournée do "Misplaced Childhood" do ano passado - embora aí a sala estivesse cheiinha, o que fez muita diferença. Diga-se de passagem que esse concerto foi absolutamente extraordinário, pois o álbum foi tocado de seguida e na íntegra, com o Fish a ficar sem palavras após um "Heart Of Lothian" cantado em uníssono pela sala inteira!


Espectáculo!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Radar

A Radar tem um programa à tarde que passa algumas músicas à maneira!


Se calhar, até tem mais. Mas é este que às vezes oiço, e no qual aparecem músicas de que gosto bastante.

Um som mais "alternativo", mas quase sempre com umas propostas bem porreiras. Muito bom, para variar.

Mas o preço a pagar por isso é ter que aturar o apresentador - se, por um lado, de vez em quando, passa músicas que são absolutamente espectaculares, por outro também tem a mania que tem graça. Mas, para mim, o tipo não tem graça nenhuma...

É um preço elevado, portanto.

Isto, para mim, além de ser um bocado triste, é uma seca!


Não há nada a fazer. É ouvir e gramar. Mas ainda vai valendo o sacrifício!

AC's

Isto, hoje em dia, é um espectáculo.


A maioria dos "serviços" - em particular as lojas, os restaurantes, os edifícios de escritórios, os centros comerciais e também (mas mais recentemente) o Metro e alguns autocarros! - têm os ares condicionados a funcionar. Mas a funcionar no extremo, literalmente - no Inverno, é um calor disparatado, e no Verão, um gelo.

Isto do ar condicionado será um luxo (ou um conforto) próprio de uma civilização mais evoluída e próspera, dirão alguns. Talvez. Com custos ambientais, é certo mas, ainda assim, um luxo. Já os exageros são, obviamente, um puro desperdício, digo eu. E nós, por cá, se há coisa que não somos é exagerados...

O pior são as p... das constipações que vêm com as constantes mudanças de temperatura.

É caso para dizer que "já dão há pachorra para o pigo do dariz"!


Fónix! (Não, não é publicidade...)

Fónix!

Novo nome do operador de comunicações móveis dos Correios: Phone-Ix.

Parece que o administrador dos CTT diz o nome à portuguesa. Fica-lhe bem.


Com tanta imaginação a trabalhar, qualquer dia aparece um chamado "Carago", ou coisa que o valha... Admirem-se!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Madredeus

A Teresa Salgueiro anunciou, esta semana, "o fim da sua ligação aos Madredeus, para se dedicar exclusivamente à sua carreira a solo. Mas não descarta uma eventual colaboração pontual com os restantes músicos da banda".

Parece-me que eles já andavam completamente noutra, e há bastante tempo...


Actualmente, pouco ou nada tinham a ver com aquele grupo (e que grupo, meu Deus! - Pedro Ayres de Magalhães, Teresa Salgueiro, Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro!) que, em 1987, lançou um dos melhores discos de estreia de um grupo de música popular portuguesa: "Os Dias da Madredeus".


São quinze músicas quase todas lindíssimas, alinhadas de uma forma verdadeiramente excepcional, e tocadas com muita "alma", com muita simplicidade, mas também de uma forma ainda pouco "produzida", digamos.

Foi nessa altura que ficámos a conhecer a voz da Teresa Salgueiro que, apesar de ser ainda jovem, já dava um brilho muito especial - talvez único, mesmo - à musica que tocavam.

Julgo que eles estariam todos bem longe de imaginar o impacto que esse disco iria ter.


Fizeram um sucessor que lhe está completamente à altura ("Existir", de 1990 - já com a tal "produção" que faltou ao primeiro) mas, a partir daí, nunca mais atingiram o mesmo brilhantismo - o que será normal, digamos, pois acontece a quase todos os grupos.

Estes dois discos - "Os Dias da Madredeus" e "Existir" - são, sem exagero, um verdadeiro must! O primeiro é um disco de estreia absolutamente obrigatório, e o segundo, que lhe parece seguir as pisadas (esteticamente falando), revela uma evolução na pureza do som e na segurança na voz que o elevam praticamente ao Olimpo. :)


Agora, depois da estreia da Teresa Salgueiro a solo, este anúncio é, também ele, natural, e julgo que não deixará assim muita gente triste.

Para mim, os Madredeus cedo fizeram o seu papel. Passados mais de vinte anos, é giro ver o belíssimo papel que ainda é!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Ponto final, parágrafo.

Acho que nem vale a pena "malhar" muito mais...


A manter-se este estado de coisas, o Sporting nem à UEFA vai, para o ano. E, sinceramente, acho que ninguém acharia estranho, de tão fraca que tem sido, na globalidade, a produção da equipa este ano.

É que não a vejo a fazer algo de jeito no Campeonato, ou na Taça, ou na Taça da Liga... Nem grandes flores na Taça UEFA, claro.

O panorama é, assim, bastante animador...


Resumindo: para o ano, há mais. E o melhor, se calhar, era começar, desde já, a preparar a equipa e a estrutura que a rodeia para o futuro - isto, claro está, partindo do princípio que a Direcção do clube quer ter uma equipa de futebol com reais hipóteses de lutar por títulos...

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Híbrido


Hoje foi dia de mais uma deslocação ao Alentejo em serviço. Que foi diferente das habituais por um motivo muito... ecológico, digamos: fui num carro híbrido.


O Toyota Prius com que me desloquei a Moura é um espectáculo: além de ter uma caixa de velocidades automática (não tem, portanto, pedal de embraiagem),

(aqui, devo dizer o seguinte: da única vez que fui com o pé esquerdo a um dos pedais, a travagem consequente foi de tal modo brusca que um dos colegas com quem fui ia vindo do banco de trás para o da frente...)

tem dois motores que se complementam - um eléctrico, alimentado por baterias, que funciona em regimes de rotações mais baixas (e até cerca dos 55 km/h), e outro a gasolina, de 95 octanas, que é o que é usado nas velocidades mais elevadas - é o principal em trajectos tipo-viagem, o que foi o caso.

Uma das coisas mais engenhosas deste sistema está no seguinte: o motor a gasolina, quando está a ser usado, permite recarregar as baterias que alimentam o motor eléctrico. Ou seja, a carga que elas perdem para alimentar o motor eléctrico em baixas rotações/velocidades é recuperada em velocidades mais elevadas, o que faz com que estas baterias, em condições normais, não se descarreguem na sua totalidade!

Nunca tinha guiado nenhum carro com estas duas características que, não sendo propriamente desconhecidas, são raras de se usarem no dia-a-dia - pelo menos no meu, são!

Além disso, deu para perceber que a sua utilização num carro pode fazer com que uma viagem comprida - como esta, efectivamente, foi - seja muito confortável (contrariamente ao que se poderia imaginar, pela confusão que podem trazer ao condutor pela falta do terceiro pedal), e traz algumas vantagens que me parecem ser inquestionáveis: baixíssimo ruído do motor em trajectos citadinos, consumos médios baixos (hoje foi de cerca de 5,5 litros aos cem, em cerca de quinhentos quilómetros de viagem), descanso (quase) total no pé esquerdo, ausência de mudanças de caixa, etc.

Além de tudo isto, ainda apresenta um display central com tecnologia touchscreen que faria inveja a qualquer caça militar, e que é um verdadeiro espanto - permite, entre outras mariquices, ver diagramas com o estado dos fluxos de energia entre os motores, entre estes e as rodas e também do estado de carga da bateria!


É a loucura. :)

Não o acho é particularmente bonito, mas isso ainda é o menos.


Fiquei fã, obviamente. E mais: da próxima vez que fizer outra viagem destas, vou ver se cravo um carro destes! Pode ser que tenha sorte...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A minha árvore



Ontem à noite, andavam a condicionar o estacionamento aqui no meu bairro.

Puseram umas fitas fitas vermelhas e brancas à volta de alguns dos carros que estavam estacionados e, por causa disso, vi-me grego para estacionar o meu.

Julgava que seria por causa de mais uma filmagem - não seria a primeira vez... - mas não. Soube, já hoje de manhã, que era para aparar as árvores que aqui ainda resistem, e que o tornam num dos bairros residenciais mais aprazíveis de Lisboa.


Hoje, à hora do almoço, já o trabalho tinha começado - ia, possivelmente, a meio. E o cenário era triste: uma das grandes árvores que ladeavam o recinto da escola primária estava (literalmente) às fatias. Restava apenas meio metro do tronco, cortado rente, perto do solo, e muitos ramos cortados já no chão, na rua.

Fez-me pena. Afinal de contas, era uma árvore bem alta, muito bonita, aparentemente saudável, e que deve demorar muitos anos a crescer.

Não percebi, sinceramente, o porquê do corte. Talvez a árvore estivesse doente. Talvez. Seja como for, ficou ali um vazio desolador.

Aí, confesso, temi pelas "aparadelas" que iriam, certamente, dar aquela que é, talvez, a principal árvore do bairro, a minha árvore, a que estava bem no meio do largo que fica à frente das janelas de minha casa.


Mas pensei: "Bem, se estivesse doente, certamente que já a teriam tratado, ou aparado. Espero é que não a cortem demasiado - se isso for necessário, que cortem, mas o largo vai perder muita da sua beleza".

Aqui há uns anos, ela esteve imenso tempo sem "dar folha", numa altura em que a Primavera estava já quase a acabar. Pensou-se que estaria morta mas, lá para meados de Junho, lá vieram (finalmente!) as folhas.

Quando ia a chegar a casa, no final da tarde, ao aproximar-me do largo, fiquei de boca aberta, parado no meio da rua, completamente estarrecido: restava apenas mais meio metro de tronco, cortado rente, perto so solo, e mais ramos no chão, na rua.


Devo dizer que vivo há mais de trinta anos nesta casa (trinta e seis, para ser exacto). E cresci com aquela árvore - passei milhares de vezes por ela, certamente. Foi a minha companhia diária nas idas para a escola primária e, mais tarde, quando comecei a trabalhar, quando ia a caminho do Metro com o António.

Quando comprei a minha primeira máquina fotográfica - foste tu, António, quem ma recomendou, lembras-te? Uma Cosina reflex, que veio com uma 35-70, e que tira(va) umas fotos espectaculares! - foi "a minha musa", digamos.

Devo ter algumas dezenas (se não forem mais de cem, mesmo...) de fotos com aquela presença central no enquadramento - sejam de Verão ou de Inverno. E quando nevou em Lisboa, há mais de ano e meio, foi a ela e àquele largo que apontei a digital que registou esses momentos únicos(?).


Percebo que ela pudesse estar doente. Mas não percebo nada de árvores, devo dizer. E, nesta minha ignorância, pergunto-me: se estava doente, não estaria há já muito tempo? Era preciso esperar por um estado irreversível dessa doença para, literalmente, "cortar o mal pela raíz"? Não haveria outra forma de a tentar curar?

Se calhar, não. Mas...

(Parto aqui do princípio de que é possível tratar ou curar atempadamente uma árvore. Se não for, aí o caso muda de figura.)

A senhora da mercearia aqui da frente disse-me que estaria já demasiado alta, e que, por estar efectivamente doente (estava mesmo), poderia cair para cima das casas do largo, caso viesse aí alguma ventania mais violenta.

Acho que isso são balelas. Parece-me que, se assim fosse, cortavam apenas os ramos maiores, que lhe davam a "problemática" altura que já tinha, e deixavam-na crescer novamente, não é? - como fizeram nos Castanheiros no Luso, por exemplo, aqui não há muitos anos.


Ou seja, estiveram-se nas tintas para a árvore durante anos. E agora, quando já não havia, hipótese alguma, zás! ... E aquela figura central do largo, daquele jardim, desapareceu. De repente, numa tarde.

Politiquices à parte, pergunto: isto é que é "gestão de espaços verdes"?

Sinceramente! ...



De árvores não percebo nada, volto a dizer. Mas aquela era especial - era, com já disse (mas, para mim, nunca é de mais realçar) a minha árvore. E tinham que cortar logo aquela, que Diabo!

Ao vê-la assim, fiquei como se tivesse levado um murro no estômago.

Achei que este corte foi de uma violência estúpida. Uma barbaridade, mesmo!

E olhem que não me estava nada a ver a escrever sobre algo assim desta maneira! Mas a verdade é que estava longe de imaginar que uma "simples" árvore pudesse ser assim tão importante com esta realmente era. E era.


Restam as fotografias, agora.


Nesta altura, gostava de ser positivo, e de pensar que, brevemente, vão começar a plantar novas árvores, para "repôr o largo no seu lugar", digamos. Mas acho que não vai voltar tão cedo a ser bonito como era. O que é uma pena. E bem grande.


Mas, o que é mais triste, é que acho que este largo nunca mais vai voltar a ser o mesmo.

Contrastes

Para que conste: a partir de hoje, o Cristiano Ronaldo "do Sporting" morreu.


Fez tudo para marcar golos, mesmo não tendo necessidade de o fazer.

Acho que seria normal esperar que ele se esforçasse. Mas assim?

Aborrecia-se "demasiado" (para meu gosto, pelo menos; não esperava isso, confesso) quando falhava. E pediu para marcar o livre que deu a vitória ao Manchester United. Para quem se diz "sportinguista", não está mal...

Acho que isto diz tudo sobre o seu carácter.

Resta-me - ironia das ironias... - o exemplo mais recente de que me lembro: o do Rui Costa, quando defrontou o Benfica. Esforçou-se, lutou em campo pelo seu clube, mas nunca - repito, nunca - celebrou. Minimamente que fosse.


No meio desta "selva", pergunto-me: ainda haverá alguém assim?

Londres, 1981


Seguramente, um dos melhores álbuns de música "de vanguarda" da História!


Espectáculo! :)

domingo, 25 de novembro de 2007

Ian Curtis


Nunca fui propriamente um fã dos Joy Division. Até há relativamente pouco tempo, pelo menos.


Na altura em que comecei a ouvir umas coisas de jeito, o meu primo e um amigo do Liceu tiveram um papel importante na minha "educação musical", digamos. Eles é que me foram mostrando grupos como os U2, os Waterboys, os New Order, os Echo & The Bunnymen, os Smiths, os Supertramp, os Dire Straits, os Simple Minds, entre muitos outros.

Na minha primeira ida à Feira da Ladra, lembro-me que comprei o maxi-single do "Shellshock", dos New Order (tinha três versões dessa música e mais o "Thieves Like Us"!), e esse amigo comprou o do "Atmosphere", dos Joy Division.

Lembro-me que o som deste último me pareceu muito diferente do que até então conhecia - principalmente a voz e quase toda a parte da percussão. Gostei imenso dessa música, devo dizer!

Mas talvez não me tenha agradado alguma coisa daquilo que lhes ouvi, posteriormente. Deve ter sido isso... Seja como for, não voltei a aprofundar o meu conhecimento sobre a primeira fase desses tais tipos de Manchester que, depois da morte do seu vocalista, se reagruparam como puderam e souberam - tendo daí nascido os New Order.

Estes últimos, sim! Destes comprei tudo. São o meu grupo, e não é preciso dizer mais nada.


Há uns três ou quatro anos, talvez, surgiu um filme sobre a "época dourada" da música de Manchester dos anos oitenta: o "24 Hour Party People", do Michael Winterbottom.

Para quem nunca viu, recomendo vivamente. Um must!

Por esse filme, que conta a história da editora Factory e do seu fundador, Tony Wilson, passam nomes com esses Joy Division, os New Order, os Happy Mondays, os Durutti Column, etc. Foram eles que ajudaram a elevar o nome de Manchester até onde chegou (mesmo que, anos mais tarde, tenha passado um bocado de moda; mas isso...).

É um filme muito interessante pelo retrato dessa época - independentemente da maior ou menor veracidade de algumas dessas histórias. E foi precisamente por causa de algumas delas que se reacendeu a minha curiosidade pelos Joy Division.

Comprei os seus dois álbuns de originais e fui absorver esta "nova" música. Devo dizer que gostei imenso do som que, finalmente, descobri!

Já sabia que as letras são sombrias, mas devo dizer também que nunca lhes liguei assim muito. O som era excelente, e isso, para mim, chegava. "She's Lost Control", "Transmission", "Love Will Tear Us Apart", "Dead Souls", "Decades", "Isolation", "New Dawn Fades" e, claro, "Atmosphere" - todas grandes músicas. E há algumas mais, atenção.

A partir daqui, fiquei fã.


Ontem, fui ver o "Control" - o filme que retrata a vida do vocalista e letrista do grupo, Ian Curtis. Já conhecia muitas das histórias aqui contadas e, por isso, já imaginava que fosse bastante triste. E, de facto, é. Mas gostei muito, como, de resto, alguém já tinha previsto...

Achei, e continuo a achar o título do filme demasiado irónico - é que, de "controlo", a vida daquele rapaz não teve quase nada!

A fotografia é excelente - sendo este filme realizado pelo fotógrafo Anton Corbijn (que já tinha dirigido o lindíssimo teledisco do "Atmosphere"), também era melhor... - a banda sonora é previsivelmente fantástica e todos os actores vão muitíssimo bem, quanto a mim.

A história é que é bastante dramática - foi baseada num livro escrito pela viúva do cantor, Deborah Curtis - "Touching From A Distance". É quase tudo escuro, opressivo...

Isto a somar ao preto-e-branco do filme... Meu Deus! Mas também, se foi assim, foi assim.

Estes Joy Division cantavam um "no future" que era, de resto, um espelho dessa época - que, em certas partes de Inglaterra, não deve ter sido nada fácil para muita gente, devo acrescentar.

Mas atenção: há momentos fantásticos! Ver um grupo de actores a interpretar (literalmente!) o "Transmission" numa recriação do show do Tony Wilson, na televisão, por exemplo, é um espectáculo! Só isto vale bem a ida ao cinema.

O fim é, embora muito triste, "poeticamente bonito", digamos. E acho que é uma grande homenagem à memória da pessoa criativa, frágil, atormentada e também doente que foi Ian Curtis.

Depois de ver o filme, percebe-se melhor o teor das letras das músicas que tocavam. E, diga-se de passagem, que ainda não consegui ouvir algumas delas, hoje...


Eu gostei muito. Mas não sei é se será para todos...

sábado, 24 de novembro de 2007

Fónix!

Há alturas em que um tipo fica quase sem saber o que dizer...

Hoje é um desses dias, depois da forma como o Sporting perdeu mais dois pontos, desta vez no jogo contra o Leixões. Parece é que está na altura do Sporting ir à bruxa! Bolas!!!


Nos noventa e tal minutos do Leixões - Sporting, acho que o Rui Patrício não chegou a fazer uma defesa digna desse nome! Pois mesmo assim, o Sporting não conseguiu trazer de lá nada melhor do que um empate, e para o qual acabou por marcar os dois golos...

Fónix!

O Leixões apanhou-se a ganhar sem ter feito nada para o conseguir, e depois foram setenta e tal minutos a destruir o jogo leonino. Já o Sporting, mais uma vez, mostrou que 'tá na fossa. Muita posse de bola, mas pouca eficácia - apenas umas duas ou três claras oportunidades de golo. Poucos remates no total, também... Enfim.

É pouco para um candidato ao título, que não pode perder pontos contra este género de equipas.

Aquela do Paulo Bento mexer na equipa aos vinte e cinco minutos não cabe na cabeça de ninguém! Só prova que também ele deve andar um bocado desorientado, sem saber bem como abordar tacticamente os jogos. Se não é isso, parece mesmo! Além disso, já toda a malta percebeu que o Ronny está a precisar de ir pró banco (onde, de resto, estava o Marian Had, ninguém sabe bem a fazer o quê...), menos ele.

Também há que dizer que houve - mais uma vez, caraças! - algum azar no decorrer da partida, pois marcar um autogolo (com uns ressaltos absolutamente inacreditáveis!) logo ao quarto de hora de jogo (com o Abel e o Rui Patrício "a não sairem assim lá muito bem na fotografia", também...), e depois falhar uma oportunidade de baliza aberta (pelo Gladstone, que até jogou bem), são momentos que causam algum desânimo e podem desorientar ou abanar uma equipa - que pode bem começar a pensar que "nem de bico a bola lá entra"...

Mesmo assim, estiveram bem melhor do que em Braga!

Diga-se de passagem que pior deve ser impossível...

A nova dupla de centrais (Polga e Gladstone) entendeu-se bem, o Izmailov está melhor, e o Purovic e o Pereirinha entraram bem. De resto, todos lutaram, mostraram bastante garra, e fizeram por merecer o golo do empate (centro belíssimo do Abel - que, apesar de ter feito um jogo esforçado mas que lhe correu bastante mal, tentou sempre remar contra a maré - para aquela cabeçada indefensável do Purovic). Só que não foi suficiente para sairmos de Matosinhos satisfeitos.

Acho que, no cômputo geral, o Sporting merecia mais do que o empate, mas não houve mais.

Houve mais querer, mais garra, e, pasme-se!, até mais velocidade, mas faltou Arte (o meio campo dito "criativo" teve numa noite mais pró off e, quando assim é...).

Malditos "mas"!

O Sporting está a precisar de um daqueles jogos onde todos os remates que se fizerem à baliza, entrem! Ou chegar ao intervalo a ganhar por dois ou três, ou então ganhar com um golo no último minuto (ou nos descontos, até!)... Para dar ânimo e confiança, que bem precisos são!


Como dizem no Brasil, "Xô, depressão"!

Não percebo, não...

Hoje estavam milhares (disse bem: milhares) de pessoas às compras em pleno Chiado, num Sábado à tarde, a um mês do Natal.

No meio de tanta malta - na Fnac, na Rua do Carmo, na Rua Garrett, em todo o lado! - pensava eu: "onde é que está a tal crise de que toda a gente fala"?

Ou será que anda mesmo tudo a endividar-se descontroladamente, para comprar prendas a torto e a direito?

Será?

Sinceramente, continuo sem perceber...

Sono?

Pergunta: um tipo sai de casa num Sábado de manhã, descontraído, depois de uma boa noite de sono, com o pullover vestido do avesso; será que isto pode ser considerado, digamos, um sintoma?

Isto está caótico. :)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"The next big thing"?

Há uns trinta e tal anos, um jornalista chamado Jon Landau escreveu, julgo que no NY Times, um artigo onde dizia, após ter assistido a um concerto, que "tinha visto o futuro do Rock 'n Roll".

O tipo do concerto era o Bruce Springsteen. E foi.


Pois na passada sexta-feira, no Pavilhão d' Os Belenenses, quem lá esteve entre as 22h e as 23h e 30m assistiu a um concerto "daqueles", que poderá bem vir a ser o começo de um belo futuro para um destes novos grupos "de vanguarda" (como diz, e muito bem!, um certo amigo meu) que por aí andam - os Editors.

Dois álbuns de originais não dão, propriamente, para muito tempo de concerto, diga-se de passagem... e foi isso mesmo que aconteceu. Mas com apenas dois discos gravados (e que discos!), conseguir fazer um alinhamento onde se tocaram praí umas quinze ou vinte músicas sem repetições, mantendo a malta sempre presa ao espectáculo e sem grandes diferenças de ritmo (tipo altos e baixos), é obra!

Ora, vendo bem a coisa, isto até seria de esperar... É que a soma de uma presença em palco excelente - com um vocalista marado e completamente acelerado, mas com uma voz sem uma única falha (que, se bem me lembro, saltou para cima do piano à segunda música...) -, uma bateria a fazer lembrar o Stephen Morris (que tocava com uns tais Joy Division e New Order...), e uma guitarra que é perfeitamente destacável no actual panorama da música - lá está! - de "vanguarda", muito bem acompanhada de um baixo à maneira, só podiam resultar num concerto do caraças! E foi!

Os bifes andam sempre à procura de uma tal "
next big thing" que, segundo eles, nunca mais aparece (presume-se que desde os Beatles). Eu cá tenho para mim que já houve uns quantos, mas isso fica para outra conversa... Será que estes estarão na calha?

Uma horinha seguida, mais vinte minutos de encores, bastante simpatia no contacto com a malta que quase encheu o recinto... Eu gostei muito! E acho que o resto da malta também. Tocaram todas as conhecidas, claro. E que bem que soam ao vivo!

Nem todos conseguem isto, meus amigos, nem todos...


Por mim, venham mais vezes, que a malta vai lá vê-los! Só acho é que, se tiverem juizinho e não cairem em certas tentações, para a próxima já não deve ser no pavilhão do Belém...

Ai que saudades que eu já tenho dum ganda concerto de estádio... :)

domingo, 18 de novembro de 2007

Hi-Fi



Vi-o hoje, após anos a ouvir falar bem dele.

E tinha-o eu cá em casa há já algum tempo... Não tenho perdão, eu sei!

Interpretações excelentes, música absolutamente de excelência, histórias contada com muita piada, mas com uma gestão muito bem feita dos momentos mais dramáticos, enfim... E o livro ainda deve ser melhor!


Resumindo: um show! :)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Curtis


Estreia hoje!

A preto e branco, é sobre a vida e obra de Ian Curtis, o malogrado líder de um dos grupos mais influentes (e, por isso, mais importantes) de toda a música pós-punk - os Joy Division.


À partida, acho a ironia do título um bocado infeliz... Mas vamos lá ver o filme, e depois falamos.

C5



Digam-me lá, a sério: isto alguma vez parecem ser Citroen's?

Pois... Mas são. No caso, o novo C5, nas versões carro e carrinha.


Espectáculo!

Mozzarella!


Hoje foi dia de almoço no Burger King.

Calma, Susana, respira fundo... Foi SÓ hoje, ok? :)

Tenho um colega que adora o Burger King, mas não é propriamente muito assíduo em restaurantes do género. De vez em quando, vai lá matar saudades, pois acha que são os melhorzinhos do mercado. Eu acho bem, e concordo com ele, devo dizer.

Também devo dizer que não tenho lá quota nenhuma... Por isso, estou à vontade. :)

Mas hoje, como ia dizendo, foi dia de lá ir almoçar. E descobri mais uma verdadeira pérola: uns palitos de mozzarella que são absolutamente "de comer e chorar por mais"!

Confesso que nunca tinha provado algo do género mas, após umas navegações, descobri que até é bastante conhecido. Eu é que devo andar noutra...

Vêm num pack de quatro. Mais do que suficiente, diga-se de passagem, para uma entrada, antes do hamburger da praxe.

Mas, nestas coisas, não há nada como experimentar. Eu recomendo vivamente!


Ah, já me esquecia (vem mesmo, mesmo "a talhe de foice"!): também há umas massarocas no KFC - estas já conheço há mais tempo... - que são, meu Deus!, um verdadeiro show!... :)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Maureen


É, para mim, a mais bonita actriz de toda a História do Cinema: Maureen O'Hara.

Mas assim de longe!




Assim que a vejo no ecran, "abano" completamente, confesso. :)

Tive esse prazer hoje, ao passar pelo "Rio Grande". E parou tudo!


Um espectáculo!

Unforgettable

domingo, 11 de novembro de 2007

Quo vadis, Sporting?

Estamos mesmo "na fossa"...


O Sporting chegou a um ponto tal - desportivamente falando, claro - que tem que andar a vender o que de melhor produz (ou cria) na tal Academia de Futebol para pagar as enormes dívidas que tem, e que não são mais do que o resultado visível de anos de gestão errante (para não dizer outra coisa...).

Uma pergunta: se isto acontece num clube com a dimensão e com os meios do Sporting, como é que os outros clubes conseguem sobreviver?

Como se isto já não bastasse, tem um andebol relativamente fraquinho, um futsal em renovação (muito volátil e cheio de estrangeiros), um atletismo que não puxa muito pelos associados - dantes, ainda havia uma pista de atletismo em Alvalade... - e já não tem nem basquetebol, nem hóquei em patins, nem voleibol - tudo modalidades na qual foi, noutro tempo, dominador em Portugal, e que têm muita história no Clube que, actualmente, já nem sei porque é que se diz "Eclético".

É que até os jogos das modalidades "amadoras" são feitos em pavilhões alugados para esse efeito! Nem um pavilhão temos!!!

É triste.


Para onde é que vamos, assim?

Zero

"Exibição-zero" na derrota em Braga (0-3). Foram zero golos, zero oportunidades de golo, zero em ambição, zero em garra, zero em táctica... e zero pontos.

Acho que a sobrecarga de jogos está muito longe de justificar tudo.

O Braga foi mais rápido, mais forte, mais perigoso e, como tal, mereceu inteiramente a vitória.


É nestas alturas que dá vontade de perguntar: para quê ter uma Academia de Formação de "talentos"?

O Sporting não só não lucra desportivamente - de resto, nunca lucrou (é ver os casos de Futre, Figo, Peixe, Simão, Ronaldo, Quaresma, Nani e de tantos outros que, não tendo atingido o brilhantismo da grande maioria destes, fizeram carreiras respeitáveis noutros clubes) - como tem um conjunto de miúdos que, dominados pela perspectiva de ir ganhar rapidamente milhões para o estrangeiro, não se esforçam sempre para dar o seu melhor em campo pelo clube que os forma.

Mas acho que este assunto merece uma reflexão à parte.


A coisa tem sido mais ou menos assim, ultimamente (salvo honrosas excepções, o que não se verificou hoje):

- Jogos contra adversários mais fracos: quase todos a fazerem marcações em cima e faltas sucessivas, com a complacência dos "incompetentes do apito" - daqui saíram os jogos mais difíceis;
- Jogos contra adversários mais fortes: a jogarem o jogo pelo jogo, o que explica em parte as boas exibições que contra a maioria deles fizemos (Roma, Porto, etc.);
- Sistema de jogo nos jogos mais difíceis: chuto prá frente;
- Miguel Veloso às voltinhas sobre si próprio, antes de fazer um passe curto;
- Abel a atacar com perigo mas a perder muitas bolas na transição defesa-ataque;
- Ronny com uma velocidade certamente conseguida à base de Valium's;
- Romagnoli só nas tentativas de criar jogo;
- Tiago a ficar a meio nas saídas às bolas (ver o segundo golo);
- Izmailov... Izmailov? Hoje jogou?
- Moutinho a pôr as mãos na cabeça após o 364º remate para fora...
- Liedson a esforçar-se imenso;
- Purovic a jogar meia hora e a não perceber bem onde é que é suposto jogar;
- Djaló a tropeçar na bola, após uns sprints bastante interessantes;
- Polga e Tonel a tremerem com tanta lentidão no meio-campo.

Depois, lesionados estão Derlei, Pedro Silva e, hoje, Vukcevic (lutador incansável) e Stojkovic (jogo de pés a melhorar mas bastante segurança entre os postes).

No banco, temos: Paredes, Farnerud, Bruno Pereirinha, Celsinho, Had, Gladstone... e mais uns quantos que pouco ou nada têm jogado.

A juntar a tudo isto, temos um treinador que, ultimamente, tem sido o primeiro a travar a euforia de alguns adeptos quando as exibições ou os resultados a isso levavam - apesar de ser sensato, não me parece ser essa a sua tarefa - e a criticar/desmoralizar a equipa quando ela se exibe mal (como se não fosse nada com ele...), com umas análises pós-jogo que mais parecem feitas por um tipo que está fora do clube.

Se calhar, lá no seu íntimo, até estará...


Espectáculo!


Acho que o melhor seria começar desde já a preparar a próxima época - com as mais do que obrigatórias vendas para fazer mais milhões, algumas dispensas de erros de casting e um planeamento desportivo que contemple mais do que uma hipótese de sistema de jogo-base e vários jogadores de qualidade comprovada para posições-chave, para se poder ter hipóteses reais nas três ou quatro frentes (provas) em que estamos.

É que, a manter-se este estado de coisas - e acho que não vão mudar tão depressa... - parece -me que, nesta época, as nossas hipóteses de lutar pelo(s) título(s) são iguais ao título desta prosa: zero.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pela boca...

Hoje, dei por mim a combinar uma almoçarada com amigos por e-mail...


Não digam nada, Ok? :)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Porca miseria!

Como é que é possível? Que "galo"...

Este Sporting, 2 - Roma, 2 é o exemplo típico do "jogo-desilusão". Dominámos o jogo, conseguimos virar um resultado desfavorável, e depois não tivemos uma pontinha de sorte no final. Mas, para mim, não foi só falta de sorte.


Já não é de hoje: o Sporting, quanto a mim, não tem sabido jogar em contra-ataque. Hoje - e por mais do que uma vez... - houve ocasiões em que toda a malta na bancada via o passe óbvio, menos o jogador que era portador da bola! Isto, na minha opinião, só pode ser falta de treino. Só pode!

Agora o jogo: aqueles primeiros cinco-dez minutos foram horríveis! Os italianos entraram muito melhor, marcaram e dominaram. Era difícil ter havido um pior começo.

Depois, o Sporting acordou. Pegou muito bem no jogo, e conseguiu mostrar que este Roma é uma equipa perfeitamente ao nosso alcance. Mas completamente!

Tudo bem que lhe faltam, actualmente, alguns jogadores-chave - Totti, Aquilani e Taddei - mas, apesar disso, e para lhe ser superior, não bastava saber que estavam desfalcados: era preciso jogar mais, com vontade, com garra, com confiança. E foi precisamente isso que o Sporting fez. E fê-lo bastante bem!

Marcou-lhe dois golos - três, mas um foi, segundo parece, mal anulado - dominou o jogo, e só não foi capaz de o "resolver". Só...

Teve vários contra-ataques que poderiam ter sido perfeitamente decisivos, caso tivessem sido concretizados em golos. Mas não o foram, hoje. Nem hoje, nem ultimamente.

O Liedson, o Romagnoli, o Izmailov, o Polga e também o Abel (a espaços) fizeram uma joga das antigas! E só foi pena é que não tivessem sido mais eficazes nos tais contra-ataques que lá acabaram por fazer - mas de uma forma tão atabalhoada que nem se percebe... - e que teriam resolvido o jogo.

Depois, no último minuto (no último minuto!), num remate de longe, zás! - duas tabelas a mudarem a trajectória de um remate que parecia dominado, e golo. Lá veio o já-não-tão-supreendente-quanto-isso-balde de água fria. Ou melhor, gelada.

Agora, lá vêm os teóricos da bola com a mesma conversa de sempre: "quem não marca, arrisca-se a sofrer", "nestas competições, não se pode falhar", e outras tiradas de génio...

Tudo muito certo, digo eu. Mas a verdade é que aquele desvio de trajectória podia ter levado a bola ao poste, ou para fora, mas não: entrou. Aqui, houve muito azar. Azar a mais.

Parece-me que este resultado é também injusto, depois de tudo o que se viu. Mas de vitórias morais já estamos todos um bocadinho fartos...


Por isso, e concluindo, digo o seguinte: para se deixar de falar neste "triste fado", é preciso, primeiro, saber criar (treinar!) oportunidades para aumentar as vantagens no marcador e, depois, concretizá-las! - só assim se pode ficar a salvo dos "azares" que estes jogos podem trazer.

Mas foi pena!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

...

Mais um dia de desgraças: um atropelamento na cidade e uma colisão entre um ligeiro e um pesado (com o consequente despiste) numa autoestrada. Morreram um menino de seis anos, no primeiro caso, e mais de uma dezena de pessoas idosas, no outro.


Além de não haver nada lógico que consiga explicar porque é que estas coisas continuam a acontecer num país dito civilizado, em pleno século XXI, julgo que também é nestas alturas que se torna particularmente difícil "acreditar".

Nadir

"Manilla"

Está patente na Galeria do Diário de Notícias (Edifício DN - Avenida da Liberdade, 266, Lisboa), até 24 de Novembro de 2007, a exposição "Futuro", com obras de Nadir Afonso.


Gosto bastante do estilo. Como tal, recomendo!

domingo, 4 de novembro de 2007

Gould, Glenn Gould



Na sexta-feira passada, deram no canal Mezzo um programa sobre um pianista extraordinário – o canadiano Glenn Gould. Para mim, nessa altura, nasceu um intérprete a descobrir!

Curiosamente, aconteceu-me exactamente a mesma coisa após ter visto outro programa, também do Mezzo, sobre a violoncelista Jacqueline du Pré. É caso para dizer que isto é que é, efectivamente, "serviço público".


Glenn Gould nasceu em 1932, em Toronto, e cedo se destacou no piano. Veio, mais tarde, a tornar-se num daqueles "intérpretes-colosso" de música clássica. Foi, e é, um dos grandes intérpretes das famosas "Variações Goldberg", de Bach - tidas como a prova máxima para o piano.

Foi considerado, por alturas dos anos 70, o maior pianista do mundo. Mas era um tipo altamente excêntrico, e que tinha uma visão bastante diferente da interpretação.


Neste programa, gravado em 1974, Gould é entrevistado por um musicólogo (julgo que igualmente canadiano), e a conversa - sobre música, fundamentalmente - é intercalada com a interpretação de várias peças tocadas completamente de cor, e sempre sentado numa cadeira ortopédica feita pelo seu pai quando ele era ainda muito jovem (cadeira essa que sempre o acompanhou, até mesmo quando se encontrava quase desfeita!).


Apesar de ter começado cedíssimo a dar espectáculos, tinha como objectivo abandonar cedo a vida dos "concertos em massa" que caracteriza os grandes intérpretes. Dizia que era um desperdício de tempo, pois as melhores interpretações eram conseguidas na calma e interioridade de uma sala, um estúdio e, como tal, era também isso que ele queria fazer - gravar as suas melhores interpretações.

Na forma de falar, no conteúdo, na argumentação, parecia ser um tipo altamente erudito, apesar de ter um ar assim meio chanfrado... Tinha uma posição ao piano muito baixa, e frequentementemente, trauteava a música e fazia movimentos circulares com o corpo durante as interpretações, que eram sempre muito vividas, digamos.

Foi um estudioso profundo da vida e obra de muitos compositores, alguns completamente desconhecidos do comum dos mortais.

Faleceu aos cinquenta anos, em 1982, vitimado por um ataque cardíaco fulminante, numa altura em que se dedicava principalmente à gravação e à direcção musical - outra das suas grandes paixões.


Depois de uma boa hora a ouvi-lo, fiquei com a sensação de que este programa foi, digamos, um cartão de visita deveras impressionante para quem o conhecia apenas de nome - embora a fama de excentricidade e de domínio profundo e absoluto da técnica já fossem vagamente minhas conhecidas.

Acho que vou ter que ir à Fnac à procura de umas coisas para acrescentar às tais "Variações Goldberg", que por cá já moram... :)

Cinema na Linha


Parece que este ano somos nós os anfitriões. Eu acho bem.

Dêem uma espreitadela no site. Há por lá umas propostas bem interessantes!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Palha

Desde há já algum tempo que, diariamente, temos que gramar aquelas reportagens absolutamente assustadoras (de tão vazias que quase sempre são) sobre os treinos dos jogadores de futebol - os treinos, atenção! - dos chamados "três grandes".

Diariamente!

E mais: como se isso não bastasse, ainda temos que levar com as conferências de imprensa que se lhes seguem, onde os treinadores e um ou dois jogadores escolhidos para esse efeito fazem o ponto de situação da coisa!

(Se bem que, quanto a estas últimas, acho que só acontecem lá mais para a parte final da semana, quando os jogos já se avizinham. Acho eu.)

Espectáculo.

Estamos a falar de reportagens diárias de todos os principais canais de informação - televisivos e radiofónicos - em Portugal.


Digam-me, sinceramente: será que aquilo interessa a alguém?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Sofrer e Querer

Pois o Sporting lá eliminou o Fátima, na Taça da Liga. Custou (muito!), mas foi.


O querer dos jogadores foi absolutamente determinante! As coisas iam correndo mal - quanto mais não seja, pelo andamento do marcador - mas nunca viraram a cara à luta. E se houve alguns que estão mesmo em baixo, outros mostraram que se pode contar com eles.

O Fátima teve bastante azar, também. Numa altura em que venciam por um a zero, mandaram uma bola ao poste, e quando estava dois a dois, mandaram novamente a bola ao poste! Apesar de terem sido em jogadas de bola parada que o conseguiram (bem como os dois golos, nas chamadas "segundas bolas"), poderiam ter sido decisivas no desenlace da eliminatória.

Acho que nem foi um grande jogo. Em algumas fases, o Fátima voltou a correr mais do que o Sporting, mas não tiveram o controlo das operações por causa disso (ou seja, não traduziram em domínio de jogo esse factor).

Uma pergunta: como é que uma equipa do meio da tabela da segunda divisão corre o que estes tipos correm?

Outra pergunta: como é que o Sporting corre tão pouco?

Pareceu-me também que o Paulo Bento acertou nas alterações que fez na equipa. Não só nas substituições - o Pereirinha mexeu à brava na equipa, e o Purovic marcou - como também no esquema táctico que aplicou na segunda parte. Apesar de ter sido um "pau de dois bicos" (quando mandou a equipa prá frente, para virar o resultado, expôs-se aos contra-ataques do Fátima), a coisa funcionou. E ainda bem!


Agora, uma coisa foi por demais evidente: a arbitragem miserável daquela "madalena" que equipava de amarelo, um tipo chamado Olegário Benquerença.

Eu acho que não foi falta de qualidade. É que, se assim fosse, os erros seriam para os dois lados. Foi roubalheira, mesmo! Mas, com este tipo, e infelizmente, isto já não é de hoje.

Confesso que já perdi a conta ao número de jogos arbitrados por este "filha da p..." em que o Sporting foi claramente prejudicado.

Como diria o Eça, "uma besta".

Devo dizer que, por vezes, me acusam de ser o "advogado do Diabo", nestas coisas das arbitragens, pois procuro sempre ver o porquê das decisões aparentemente incompreensíveis, e de arranjar sempre argumentos para entender o outro lado. Mas isto, hoje, foi demais!...

Ficaram montes (mas montes!) de faltas por marcar a favor do Sporting, alguma completamente evidentes - algo que muda claramente a tendência de um jogo de futebol, pois a equipa que faz as faltas começa a ter a noção de que pode prevaricar sem ser punido, e quem as sofre começa a sentir-se enervada pela unilateralidade das decisões do árbitro (?).

Houve alturas em que quase que dava pena ver as reacções de alguns jogadores do Sporting - que chegaram há pouco tempo ao clube, e por isso ao país - casos do Vukcevic, Purovic ou do Izmailov - e que se via, nitidamente, que não percebiam porque é que o Benquerença agia daquela maneira... Acho que eles vão, lentamente, começando a perceber o tipo de arbitragens com que vão ter que lidar, daqui para a frente!


Mesmo com esta sensação quase sempre presente, os jogadores do Sporting nunca baixaram os braços e foram, por isso premiados com esta vitória e com a qualificação para a fase seguinte desta Taça da Liga, a Carlsberg Cup.

Agora, estou é com muita curiosidade em ver como é que o Sporting vai encarar o próximo jogo - Domingo, contra o Naval 1º de Maio...


Nota: É de mim, ou o Miguel Veloso está ali a mais, nesta altura? Na primeira parte, então...

Se o miúdo anda dominado pelas notícias dos jornais, não estará na altura de o mandar descansar uns jogos para o banco? Tenho para mim que talvez lhe fizesse bem - apesar de ser uma decisão arriscada, sempre dava uma hipótese ao Adrien Silva (um júnior que me parece ter condições para vir a ser um jogador fantástico!) de ganhar experiência de Campeonato.

Talvez fosse uma boa ideia... Mas isto é apenas o "treinador de bancada" que há em mim a falar. :)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Muito para ouvir




Speedway of Nazareth

After two thousand came two thousand and one
To be the new champions we were there for to run
From springtime in Arizona 'til the fall in Monterey
And the raceways were the battlefields and we fought 'em all the way

Was at Phoenix in the morning I had a wake-up call
She went around without a warning put me in the wall
I drove Long Beach, California with three cracked vertebrae
And we went on to Indianapolis, Indiana in May

Well the Brickyard's there to crucify anyone who will not learn
I climbed a mountain to qualify I went flat through the turns
But I was down in the might-have-beens and an old pal good as died
And I sat down in Gasoline Alley and I cried

Well we were in at the kill again on the Milwaukee Mile
And in June up in Michigan we were robbed at Belle Isle
Then it was on to Portland, Oregon for the G.I. Joe
And I'd blown off almost everyone when my motor let go

New England, Ontario we died in the dirt
Those walls from mid-Ohio to Toronto they hurt
So we came to Road America where we burned up at the lake
But at the speedway at Nazareth I made no mistake


Mark Knopfler, 2000

Dark

Há alturas em que a quantidade de coisas chatas que nos querem impingir (normalmente, é via-TV, mas não é um exclusivo desta...) é de tal forma asfixiante que só me apetece é pirar-me da sala e ir ouvir música, ou andar por aqui a navegar, ou mudar de canal e ver uns programas sobre animais, ou uma joga de ténis, etc., etc. ... e desligar. Ligar à terra.

É que é tudo mau! (Ou então "sujo", ou "negativo", ou "depreciativo", ou "decadente", ou "deprimente"!)

E se nós bem sabemos que há muitas coisas que são mesmo (mas mesmo!) más, também sabemos que há igualmente muitas que não o são, que diabo!


Porque será que este nosso mundo só é "pintado" em tons de cinzento e negro?

domingo, 28 de outubro de 2007

Acho que já fomos...

Ainda a primeira volta vai no adro, e parece-me que "já fomos"...

Não temos banco. Não temos velocidade (esta, sinceramente, não consigo entender!). E, por muito que me custe, acho que o nosso treinador é, ainda, um bocado limitado.

Ou seja, a este meu Sporting falta... classe, talvez. Não totalmente, claro! Mas falta.

Como a Liga dos Campeões é para equipas com outro nível, digamos, resta-nos lutar pelo segundo lugar neste nosso fraco campeonato - que, mesmo assim, vai ser muito difícil de conquistar, atenção!

O que me irrita ainda mais é que, apesar de termos perdido na terça-feira passada, em Roma, jogámos muitíssimo melhor contra os italianos do que contra este Nacional de nível mais do que duvidoso! ...


Não é este o Sporting que eu quero ver (só de pensar que pago, e bem, para o fazer in loco... até dói!), e de que tanto gosto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Outro "Spirit"

Man gets tired
Spirit don’t
Man surrenders
Spirit won’t
Man crawls
Spirit flies
Spirit lives when man dies

Man seems
Spirit is
Man dreams
The spirit lives
Man is tethered
Spirit free
What spirit is man can be


Mike Scott, London, 1984

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Spirit!

O texto abaixo foi copiado do site www.planet-rugby.com (é acerca das nomeações, ou prémios - "awards" - que aqui foram atribuídos aos que mais se destacaram da Taça do Mundo de Râguebi), num artigo intitulado "Moments of the 2007 RWC":


Spirit Award: Coming into their first ever Rugby World Cup nobody gave Portugal a chance, and in fact had tipped them to ship in excess of three hundred points. However what we saw in the opening four weeks of the tournament from Os Lobos was a tribute to their sheer guts and determination. They may have gone down 108-13 to New Zealand, and finished the tournament without a win, but they left with huge respect and admiration from the rugby public. They managed to score a try in every one of their games, with the most popular score being Rui Cordeiro's try against the All Blacks. From an impromptu game of football against the All Blacks to a wedding proposal for one of their players after their last game, Portugal will forever be etched into rugby fans' hearts.


Espectáculo! :)

Rainha, 1986-1988

A próxima Sexta-feira vai acabar "em alta": está marcada uma jantarada de reencontro da turma de Artes dos 10º e 11º anos do nosso Liceu!


Apesar de não ir ter o mesmo impacto do da janta de Novembro do ano passado - essa fez-nos matar saudades que já datavam, em alguns casos, de vinte anos! - vai ser mais um regresso a um passado que todos têm guardado nos seus baús das boas recordações.

Mas o que é engraçado é que todos têm curiosidade de rever estes estranhos (velhos amigos ou, simplesmente, colegas) que, actualmente, ainda mal conhecem (na maioria dos casos), mas com quem passaram alguns dos momentos mais marcantes das suas juventudes!

É que ninguém quer faltar a estas jantaradas - apesar de serem difíceis de marcar... :) -, onde se vai tentando recuperar o "tempo perdido" destas amizades/camaradagens - é que isto de "vinte anos" é muito ano.... E se muitos já confirmaram a sua presença, outros andam a ver como é que se vão organizar para estarem presentes.

Espectáculo!

Diga-se de passagem que, com os diferentes rumos que as nossas vidas tomaram, também é impossível que os reencontros sejam mais frequentes... Por isso, há que tirar o máximo proveito destes momentos. Mesmo que durem apenas umas horas, são saboreados intensamente. E ainda bem que assim é!

É giro ver que, sempre que nos falamos, instintivamente pomos um sorriso - mesmo que não o estejamos a ver, sentimo-lo! -, queremos saber como estamos, e só se for mesmo impossível é que não nos encontramos!


Acho que isto diz bem do tal "espírito de turma", de camaradagem (de que já aqui falei) que sempre existiu nesta mescla muito eclética de rapazes e raparigas que constituem aquela que foi, e ainda é - como diz um de nós - "a melhor turma de Artes que o Liceu alguma vez teve"!

Perche?

Porque é que o Sporting não joga mais vezes assim, como fez esta noite, em Roma? Houve alturas do jogo em que parecia que quem jogava em casa era o Sporting, e não o Roma!

Perdeu, é certo, mas, se continuar a jogar desta maneira, os bons resultados irão certamente aparecer.

Romagnoli, Vukcevic, Romagnoli e Moutinho - um belo meio-campo! A repetir.

E acho que nem vale a pena malhar neste ou naquele jogador. Para quê? Já se conhecem as limitações da equipa, por isso... Bola prá frente!

domingo, 21 de outubro de 2007

The Brave One


Um show!

Subversivo, emocionante, duro, por vezes bastante violento, polémico, tem interpretações excelentes... Deixa-nos a pensar muito sobre o tema, a forma escolhida para lidar com ele e as suas implicações dessa escolha.

É uma ganda filmalhada, digo eu!


Vão ver, que vale mesmo a pena!

Springboks rule!


Os springboks venceram a Taça do Mundo de Râguebi! Espectáculo!


Num jogo muito à base de pontapés defensivos e de conquista de terreno, a África do Sul derrotou a Inglaterra (anterior detentora do troféu) por 15-6, no Stade de France, em Paris.

Os springboks são a minha equipa favorita há já muitos anos, desde que reentraram na cena internacional (julgo que em 1993) - após o levantamento da proibição de participarem em eventos desportivos, graças ao regime do apartheid. Quando acabou o apartheid, ganhei uma equipa de râguebi. :)

Apesar de ter sido um jogo mais feiinho, gostei imenso que os springboks tivessem ganho! Excelentemente capitaneados pelo seu talonador (o número dois) John Smit, e treinados pelo controverso Jake White,


- que foi buscar a preciosa colaboração técnica do antigo treinador da Austrália, Eddie Jones - eles foram a equipa mais regular, venceram todos os jogos que fizeram (incluindo uns 36-0 a esta mesma Inglaterra, ainda na fase de grupos!!!), tiveram o melhor marcador de ensaios da prova - o seu número onze, Bryan Habana, com oito,


e apresentaram aquela que terá sido a defesa mais consistente de todas as equipas em prova.

Na segunda parte, deu-se a jogada decisiva do jogo: naquele que parecia ser um excelente ensaio da Inglaterra, o árbitro teve dúvidas se o jogador inglês teria ou não tocado na linha lateral antes do toque de meta (não o pode fazer), e consultou o quarto árbitro - que tem acesso às revisões televisivas da jogada - para esclarecimento.

Após várias revisões do lance, o(s) árbitro(s) não validou o ensaio. Mas a jogada é mesmo no limite! Sorte para os sul-africanos, que assim se livraram de ficar a perder (o resultado estava em 9-3), possivelmente por 10-9.

O que é de realçar é que foi graças a uma placagem já em desespero do número oito sul-africano, Danie Rossouw, ao jogador inglês, Mark Cueto, que este tocou ao de leve na linha lateral, inviabilizando a concretização do ensaio!

Ou seja, foi uma espécie de defesa impossível. :)

Esta jogada mostra bem que é a defesa que ganha campeonatos.

O Percy Montgomery - o melhor marcador de pontos desta Taça do Mundo, com cento e cinco - marcou doze pontos (quatro pontapés de penalidade),


e o François Steyn mais três (um pontapé). O inglês Wilkinson marcou os seis pontos ingleses (dois pontapés), e falhou dois de ressalto...


No final, até o presidente Mbeki foi celebrar para o relvado!



Num país tão dividido como aquele ainda está, esta conquista de todos deveria também servir para juntar mais a malta toda. Mas não sei se o conseguirá...


Foi um espectáculo: quarenta e oito jogos de râguebi durante um mês e meio, com os nossos Lobos à mistura (que se portaram muito bem, também)! Vou ter saudades...

Agora, a próxima edição é daqui a quatro anos, em 2011, na Nova Zelândia. Mal posso esperar... :)

"To be...

... or not to be".

Expressão mundialmente conhecida da peça "Hamlet", de Villiam Shakespeare.

Ontem, fui vê-la e ouvi-la ao Teatro Maria Matos, numa encenação de João Mota, com o Diogo Infante a liderar um bom elenco.

Gostei muito! Tinha um guarda roupa muito simples mas bastante curioso, alternando o mais simples de época com alguns fatos e gravatas (!) - completamente contemporâneos, portanto - uma música mais pró minimalista, interpretada in loco por dois músicos (que tocavam instrumentos de sopro, cordas e percussão, e também geriam sons electronicamente), umas luzes que seriam apenas as estritamente necessárias, e uma acústica razoavelmente adaptada a um palco colocado no meio de três bancadas de público - uma tradicionalmente na sua frente, e mais duas colocadas nos seus lados!

Foi uma coisa assim mais modernaça. Mas nada assim demasiado avançado.

A peça é um dramalhão daqueles, e o texto (ou a sua adaptação...) nem sempre é fácil, mas gostei muitíssimo do trabalho da maioria dos actores e da sua direcção!

Ocasionalmente, houve um ou outra frase que os actores disseram que não percebi bem (e eu estava na fila da frente!) - não sei se seria pelo facto de irem dizendo as falas para que todas as bancadas os pudessem ouvir em igualdade de cirscunstâncias. Mas não houve nada que tivesse escapado, digamos.

Uma curiosidade: os actores estavam descalços.

Não percebi bem o alcance da coisa, devo dizer, mas o mal deve ser meu...

As cadeiras do Maria Matos é que eram horríveis! Duríssimas! Ao fim de duas horas de peça (que teve quase duas horas e meia de duração, sem intervalo! - mas, atenção: não custa nada a passar; está-se tão absorto a seguir o enredo que nem se dá pelo passar do tempo), o rabo estava completamente quadrado... Foi o único ponto francamente mau numa boa noite cultural.


Resumindo: valeu bem a pena! Venham mais peças destas, que a malta gosta.

Milagres...

Metem a reserva (?), e depois queixam-se... Nem um milagre salvou o Sporting, ontem.

O Fátima mostrou, ontem, no Restelo, que é uma "equipa" de futebol, na verdadeira acepção da palavra. Pode ser da segunda divisão, mas é uma equipa. Joga em equipa. Tem "colectivo".

O Sporting apresentou um conjunto de jogadores que habitualmente são suplentes, não tendo, por isso, as necessárias "rotinas de jogo". Confirmou-se, pois a velha máxima do futebol que afirma que "um conjunto de onze jogadores não faz uma equipa".

A primeira parte do Sporting foi bastante má, também por causa disso.Na segunda parte, ainda se tentou dar a volta ao resultado mas, desta vez, não se conseguiu.

Acho que nem vale a pena falar na falta de empenho ou de qualidade de alguns desses jogadores... Já a permanente falta de velocidade, de querer, de garra, essas sim!, acho que são preocupantes para o treinador e, principalmente, para os adeptos, que merecem bem mais do que se viu ontem.

Começa-se com aquela história de resguardar alguns jogadores, e tal... Conclusão: perdemos, e bem, o jogo da primeira volta desta eliminatória da Carlsberg Cup, vulgo Taça da Liga.

E foi muito bem feito!

Todo o mérito vai para os de Fátima, diga-se, que vieram fazer o seu jogo e que, em momentos-chave, tiveram a chamada "sorte do jogo" do seu lado.


Agora, não me venham falar é em milagres de Fátima... Ganhou quem mais fez por isso. E o resto é conversa.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dezassete do dez

Às vezes, irrita-me ser assim! É que isto não me leva a lado nenhum.


Mas, também, podia ser pior...

Neste dia, e apesar da boa disposição reinante, acima de tudo, tenho montes de saudades da Avó Didi, do Avô Abel, da Avó Raquel, da Tia Berta, do Tio Américo, da Tia Ivone, do Tio Artur, do João e da Cristina do Porto. Todos sempre presentes, de uma maneira ou de outra.

Mas é bom lembrar-me de todos eles, também. :) É sinal de que me marcaram muito, e de que não os esqueci.


Merecem a minha lembrança, e muito mais!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Reduções


Hoje, entregaram uma nova versão da Lista das Páginas Amarelas cá em casa.

Bem... pelo menos não foi em Agosto, como é costume fazerem com a de Assinantes.

Por acaso, gostava que alguém me explicasse por que raio é que o fazem nessa altura... É que, como é bom de ver, Agosto (que é um mês de férias para não sei quantos por cento da população portuguesa) é sempre uma altura boa para aquela malta que anda praí a assaltar casas saber quem é que está em casa, e quem é que não - ou seja, basta verem se a dita cuja continua à porta uns dias depois de ter sido entregue, ou não...

Ora, o tamanho desta edição é... diferente: deve ser, aproximadamente, um A5. "Ena! É bem mais maneirinha", pensei eu.

Deve ser um dos resultados práticos de mais um programa de redução de custos da PT, tão em voga por esse mundo empresarial fora. Digo eu!

Até aqui, nada de muito especial. O único "detalhe" é que, em vez de manterem o tamanho das letras igual ao anterior, não: resolveram reduzi-lo, também, e logo praí para metade!

Ou seja, reduziram TUDO para metade. Espectáculo. E muito prático, claro.

Eu, que até vejo benzinho, faço um esforço do caraças para ler as moradas! Imagino a malta que vê pior...

Pergunto: para quê esta versão? Já tínhamos uma "normal", impressa a meias com as "Páginas Brancas", já entregues. É por ser mais pequena? Mais... sei lá, "fácil de manusear"? Mas e a legibilidade, meus amigos?


Será que, também aqui, anda tudo maluco??

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Mais uma...

Outra descoberta:


(Isto é uma coisa completamente "de gaja"! Estou a ficar preocupado...)


Experimentem. Espectáculo!... :)

"Ler é urgente"

A minha Mãe deu-me a ler, mais uma vez, um artigo muito interessante.

Saiu na edição deste Domingo do Notícias Magazine (um suplemento do DN), e está muito bem escrito! É de um médico pediatra, o Dr. Octávio Cunha, e tem como tema "Ler é urgente".

Esta minha Mãe... :)

Nele é abordado o tema da leitura, os livros, o hábito de ler que está a cair (cada vez mais) em desuso, a falta de tempo para tal nos dias de hoje, e ainda arranja espaço, nas duas colunas que ocupa, para dar um conselho excelente aos pais, baseado certamente na sua experiência profissional: leiam uma história aos filhos ao adormecer.

Transcrevo a seguinte passagem:

"As histórias acalmam as crianças. Terão um sono mais tranquilo. Os terrores nocturnos serão menos frequentes e talvez, talvez, seja um primeiro passo para que comecem a gostar e a adquirir o gosto pela leitura".

Espectáculo! :)


Recomendo a leitura do artigo na totalidade. Vale bem o preço do jornal!

Saudades

Há bocado, quando vinha da bica (era um descafeinado, Susana... :) ), passei por uma autêntica relíquia: um Opel Commodore GS!, estacionado meio em cima do passeio, meio fora.


Confesso que se me dissessem apenas o nome e modelo do dito, ficava na mesma. Mas ao vê-lo, reconheci as linhas familiares.

É aquilo a que alguns de nós podem chamar de "banheira": se virem bem pela amostra acima - que, apesar de não ser bem igual, foi a imagem mais fiel que encontrei (deve ser um modelo Commodore A GS, de finais dos anos sessenta) - o capot deve ocupar quase metade do comprimento do carro... e os bancos ainda não tinham encostos para a cabeça! Espectáculo. :)

As linhas eram bem bonitas. Como hoje já não se vê, mesmo.

E lembrei-me do primeiro carro que conduzi, e onde continuei a minha aprendizagem prática de condução: o magnífico Peugeot 204 do meu Pai, igualzinho a este.


Tinha a chamada suspensão "francesa" - normalmente sinónimo de um conforto extremo -, era muito fácil de conduzir (sempre, sempre), tinha umas mudanças muito certinhas e uns sofás... perdão, uns bancos como também já não se deve ver.

Não era veloz, mas era económico, confortável, levava cinco pessoas na boa, e tinha uma mala espectacular!

E quando penso nele, lembro-me muitas vezes de uma viagem que fiz (julgo que em '95) para o Luso; demorei bem umas duas horas e meia (não devo ter passado dos 110 km/h...), mas foi uma daquelas viagens despreocupadíssimas, tipo braço de fora, janela aberta, sem pressa de espécie alguma.

Cheguei lá já por volta da hora do jantar, e encontrei a malta na Casa de Chá, onde jantámos todos - acho que comi uma pizza, e um Rol, da Olá... (como vêem, já vem de há algum tempo, esta minha tendência para a gastronomia italiana! :) )

O João estava muito bem disposto, e fartámo-nos de rir (parece que o estou a ver às gargalhadas!... ) com um chorrilho de anedotas que me tinham contado na altura! :)



Tenho saudades. De tudo: do João, da família da altura, do 204, do Luso em 1995.

(Há dias assim...)

Espero que o futuro seja tão bom como este passado que aqui guardo bem dentro.