A Teresa Salgueiro anunciou, esta semana, "o fim da sua ligação aos Madredeus, para se dedicar exclusivamente à sua carreira a solo. Mas não descarta uma eventual colaboração pontual com os restantes músicos da banda".
Parece-me que eles já andavam completamente noutra, e há bastante tempo...
Actualmente, pouco ou nada tinham a ver com aquele grupo (e que grupo, meu Deus! - Pedro Ayres de Magalhães, Teresa Salgueiro, Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro!) que, em 1987, lançou um dos melhores discos de estreia de um grupo de música popular portuguesa: "Os Dias da Madredeus".
São quinze músicas quase todas lindíssimas, alinhadas de uma forma verdadeiramente excepcional, e tocadas com muita "alma", com muita simplicidade, mas também de uma forma ainda pouco "produzida", digamos.
Foi nessa altura que ficámos a conhecer a voz da Teresa Salgueiro que, apesar de ser ainda jovem, já dava um brilho muito especial - talvez único, mesmo - à musica que tocavam.
Julgo que eles estariam todos bem longe de imaginar o impacto que esse disco iria ter.
Fizeram um sucessor que lhe está completamente à altura ("Existir", de 1990 - já com a tal "produção" que faltou ao primeiro) mas, a partir daí, nunca mais atingiram o mesmo brilhantismo - o que será normal, digamos, pois acontece a quase todos os grupos.
Estes dois discos - "Os Dias da Madredeus" e "Existir" - são, sem exagero, um verdadeiro must! O primeiro é um disco de estreia absolutamente obrigatório, e o segundo, que lhe parece seguir as pisadas (esteticamente falando), revela uma evolução na pureza do som e na segurança na voz que o elevam praticamente ao Olimpo. :)
Agora, depois da estreia da Teresa Salgueiro a solo, este anúncio é, também ele, natural, e julgo que não deixará assim muita gente triste.
Para mim, os Madredeus cedo fizeram o seu papel. Passados mais de vinte anos, é giro ver o belíssimo papel que ainda é!
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