segunda-feira, 30 de abril de 2007

Terceiro Mundo


Parece-me que as lojas da Valentim de Carvalho estão a falir. Tenho ido ultimamente à única loja que fica relativamente perto da minha casa - a do Centro Comercial de Alvalade - e aquilo está com um aspecto que é, no mínimo, deprimente. Pouca gente, bancas de livros no sítio onde, ainda não há muito tempo, apenas se vendiam DVD's, pouquíssima variedade de discos, etc.

Se não estão, bem... Parece mesmo! O que é uma pena. Comprei lá tantas coisas, ao longo de mais de vinte anos... Quando é assim, sinceramente, dá-me pena.

Não só por causa disso, mas também por causa disso, lembrei-me do Natal passado, e da dificuldade que tive em encontrar alguns discos na altura crítica - duas semanas antes da data propriamente dita.

Para já, acho mais próprio de um país subdesenvolvido, e não de um país que se quer (?) moderno, não haver outro sítio para se comprar "cultura" que não seja dentro de um centro comercial.

Depois, se não se encontrar um disco, ou um filme, na Fnac, ou na Worten, ou no Continente, ou no Carrefour, onde é que se encontra? Dificilmente se encontra. E porquê? Porque, pura e simplesmente, não há praticamente mais nenhum sítio onde se vendam esses produtos. Isto, para mim, é absolutamente incrível! ... Será que sou só eu que penso assim?

Há honrosas excepções, atenção! Mas são excepções... E, sinceramente, agora só me ocorre uma ou duas - como seja a "Trem Azul", loja de discos de jazz localizada na Rua do Alecrim.

Já no que toca a livrarias, o panorama, graças a Deus, é diferente. Mas, também, só faltava!...

Será que a maioria da malta não procura discos? Ou será que, hoje em dia, só se saca música da Net?

Nas grandes cidades europeias, há megastores de quase tudo, nas respectivas zonas comerciais - é verdade: zonas comerciais nessas cidades. Assim de repente, lembro-me das enormes lojas de discos em Londres, em Paris, em Milão - só para falar naquelas onde estive. Mas também as há em Madrid, em Bruxelas, em Roma, em tudo quanto é capital ou grande cidade europeia.

Mas, afinal de contas, Lisboa e Porto não são grandes cidades europeias? Ou, pelo menos, não aspiram a tal? Começo a achar que não...

Eu devo ser assim um bird, tipo ave rara, pois ainda gosto de comprar discos. Desculpem lá, mas é assim! Gosto de, quando se justifica, ter o livrinho com as letras das músicas, com os participantes, de ler as dedicatórias, etc. É verdade que já vão rareando os discos que o justificam, mas essa é outra história...

E a mesma coisa se passa em relação a outras coisas. Lembro-me, por exemplo, dos brinquedos.


Aqui há uns anos, compravam-se brinquedos na Baixa, nas Avenidas Novas, no Chiado, enfim, em quase tudo quanto era sítio com as tais zonas de comércio. E hoje em dia? Nos Toys 'R' Us. E no El Corte Inglés. E nos hipermercados...

É lindo, não é?

Já agora, se souberem de uma loja de discos "à antiga" que venda música clássica, por ex. digam-me. Eu agradeço. É que a Discoteca Roma também já faliu...

Outra coisa: alguém sabe onde é que se vendem LEGOs, actualmente? Mas vender "a sério!", com variedade. Não é tipo uma dúzia de caixas semi-abertas, na sua maioria com modelos das linhas Technic ou Star Wars...

2 comentários:

Pratas disse...

Acho que há lojas dessas que tu queres no passado. É difícil lá ir, parece. Pode ser que um dia se consiga.

tcl disse...

bom, lá dei com o post que referiste no meu blog. pois tens toda a razão. eu tb gosto de ver as capas, as músicas e essas coisas. agora a VC do CCA vai ter com certeza o mesmo destino da das Amoreiras. Começou assim, como tu dizes, acabou por fechar.
Lojas com música clássica: no fim do Verão passado, Rua Nova do Almada, do lado esquerdo quando se desce, depois da FNAC, há uma loja ligada a uma associalção qq ligada à música (não me perguntes mais, tenho péssima memória para nomes) que tem alguma escolha, com edições próprias ou algo do género, a preços da chuva. Não sei se já fechou