terça-feira, 10 de abril de 2007

Rearviewmirror


Passei a década de Noventa a adorar os Pearl Jam. Tenho os discos (quase) todos deles, dessa época – os “piratas”, como dantes se dizia, é que não, mas isso deve ser virtualmente impossível, tal a quantidade e variedade de gravações que deve haver. E também os vi num concerto fantástico no Estádio do Restelo.

No outro dia, fiz (mais) uma lista dos discos tipo-que-levaria-para-uma-ilha-deserta. Só lá estava o “Ten”: "Even Flow", "Alive", "Jeremy", "Black", "Porch", "Release". Todas músicas fantásticas! Deve ser, certamente, dos melhores discos de estreia dessa década. Mas foi por pouco que coube na lista...

Entretanto, houve, talvez, um regresso às origens. Voltei a ouvir os Marillion, os James, os Supertramp, os Waterboys, os Cure, os Smiths, os Simple Minds. E os Depeche Mode como que ressuscitaram, e fizeram dos melhores discos da sua carreira. Voltei a ouvir muita Música Clássica. Ah, e descobri o Jazz - é um mundo, digo-vos, e que mundo!

Os PJ entraram naquele rame-rame do som-mais-soft-e-politicamente-correcto, que tanto me irrita neles e em todos os outros. Nunca mais se ouviram as guitarras como no princípio, o Vedder ‘tá mais contido, vocalmente falando. E músicas assim mais conhecidas deles desde há uns dez anos? Nem uma. Houve, e há, certamente momentos altos em qualquer um dos álbuns mais recentes, mas… Talvez por isso só sobrem o “Ten”, o “Vs.” (o segundo álbum) e pouco mais, na lista das boas recordações. Nem comprei este último. E eu sou daqueles que (ainda) compra CD's.

É engraçado ver a evolução nos nossos gostos, ao longo do tempo. E também ver que é esse tempo que faz o filtro, que se encarrega de mostrar o que realmente nos interessa, aquilo que, para nós, tem efectivamente qualidade (agora, a “qualidade” é que varia de pessoa para pessoa, mas isso…).

Se repararem, algumas das coisas de que gostávamos há alguns anos, agora quase que dão vontade de rir. Pensem em séries de televisão, pensem em música, em filmes, etc.

As fases por que passamos na nossa vida também têm associadas certos gostos, seja pelas épocas, pelas amizades, etc. E quando passamos para outra fase, lá podem mudar esses gostos.

Se calhar, daqui a algum tempo, estou de novo a adorá-los. Será?

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