domingo, 21 de outubro de 2007

"To be...

... or not to be".

Expressão mundialmente conhecida da peça "Hamlet", de Villiam Shakespeare.

Ontem, fui vê-la e ouvi-la ao Teatro Maria Matos, numa encenação de João Mota, com o Diogo Infante a liderar um bom elenco.

Gostei muito! Tinha um guarda roupa muito simples mas bastante curioso, alternando o mais simples de época com alguns fatos e gravatas (!) - completamente contemporâneos, portanto - uma música mais pró minimalista, interpretada in loco por dois músicos (que tocavam instrumentos de sopro, cordas e percussão, e também geriam sons electronicamente), umas luzes que seriam apenas as estritamente necessárias, e uma acústica razoavelmente adaptada a um palco colocado no meio de três bancadas de público - uma tradicionalmente na sua frente, e mais duas colocadas nos seus lados!

Foi uma coisa assim mais modernaça. Mas nada assim demasiado avançado.

A peça é um dramalhão daqueles, e o texto (ou a sua adaptação...) nem sempre é fácil, mas gostei muitíssimo do trabalho da maioria dos actores e da sua direcção!

Ocasionalmente, houve um ou outra frase que os actores disseram que não percebi bem (e eu estava na fila da frente!) - não sei se seria pelo facto de irem dizendo as falas para que todas as bancadas os pudessem ouvir em igualdade de cirscunstâncias. Mas não houve nada que tivesse escapado, digamos.

Uma curiosidade: os actores estavam descalços.

Não percebi bem o alcance da coisa, devo dizer, mas o mal deve ser meu...

As cadeiras do Maria Matos é que eram horríveis! Duríssimas! Ao fim de duas horas de peça (que teve quase duas horas e meia de duração, sem intervalo! - mas, atenção: não custa nada a passar; está-se tão absorto a seguir o enredo que nem se dá pelo passar do tempo), o rabo estava completamente quadrado... Foi o único ponto francamente mau numa boa noite cultural.


Resumindo: valeu bem a pena! Venham mais peças destas, que a malta gosta.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Tudo isso, sim, são aparências que um homem qualquer pode imitar; Mas em mim há qualquer coisa dentro Muito para além de parecer, o resto é simulacro."
Shakespeare, Hamlet

Anónimo disse...

Eu tb estive lá e até podia ter ficado sentada no chão! Excelente! O texto é verdadeiramente intemporal!

Eva Shanti disse...

Querido Primo,

Tamnbém fui ver o Diogo Infante, pronto, o Hamlet.

Ora bem, tive de me sentar enviosada porque o gordalhuço do lado ocupava metade da minha cadeira. As minhas pernas (longas, ou não tivesse eu 1,70 de altura= batiam contantemente na cadeira da frente e o rapaz estava capaz de me matar.

Bom, sendo que o desconforto também condiciona de alguma forma o juízo que faço do espectáculo, tenho a dizer que a peça tem momentos muito bons e outros muito maus.

Ia morrendo com as cantorias da Ofélia, por exemplo. E a parte do pai de Hamlet que aparece feito fantasma também é mázinha. Mas pronto, gostos não se discutem.

Bjs