sábado, 15 de setembro de 2007
Dignidade e Bravura
Como era de esperar, a selecção nacional de râguebi perdeu hoje, e de uma forma clara, o jogo contra a melhor equipa de râguebi do mundo, a Nova Zelândia. O resultado final foi 108-13. E foi um jogo limpo, puro, de râguebi.
Eles marcaram montes de ensaios. Mas nós também marcámos um, e aqueles treze pontinhos no marcador final foram (são!) inesquecíveis!
Foi um ensaio "de avançados"!!! Aos All Blacks! Espectáculo! :)
Marcámos também o primeiro drop (pontapé de ressalto) da prova (!), pelo Gonçalo Malheiro, o nosso médio de abertura (o número dez). E ainda conseguimos converter uma penalidade pelo Duarte Cardoso Pinto, que substituiu o Malheiro.
É claro que eles são completamente "de outro Campeonato". E isso viu-se bem, hoje.
Relembro que Portugal ganhou, e bem! (e quão custoso foi!...), o direito de estar presente na Taça do Mundo de Râguebi. Como tal, iria ter o privilégio de enfrentar fosse que adversário fosse.
Calhou-nos em sorteio a Nova Zelândia - além da Escócia, da Itália e da Roménia. E ainda bem! Muitas das outras equipas que participam nesta prova há anos (começou em 1987, e decorre de quatro em quatro anos) nunca os enfrentaram.
Ou seja, os nossos "Lobos" já sabiam, à partida, que iam ter uma história para contar aos netos! Iria ser o jogo das suas (e nossas!) vidas, o jogo mais importante da história do râguebi português. Espectáculo! :)
O jogo foi hoje. E nós lutámos imenso, de uma forma digna, sabendo de antemão que iríamos perder por muitos, tal é a diferença de alturas, pesos, traquejo e ritmo entre ambas as equipas.
Só para verem, os nossos avançados (que jogam com os números que vão do um ao oito) pesam, em conjunto, 815 kg; os avançados neozlandeses pesam 913 kg...
Mas fomos bravos, hoje. Cantámos novamente o hino com muita emoção e sentimento. Respeitámos o haka neozlandês, jogámos à mão, sem medos, os avançados jogaram de peito aberto, e nunca virámos a cara à luta!
Até aos vinte minutos, só tínhamos permitido dois ensaios. Isto é muitíssimo bom! É claro que, depois, vieram ao de cima as tais diferenças.
Ou seja, caímos dignamente, de pé. E demos, julgo que por tudo aquilo que fizermos, e como fizemos, uma pequena alegria aos nossos fãs, no estádio e por esse mundo fora! :)
Acho que é (também) de exemplos como este que temos falta, aqui no nosso burgo. Não só no desporto, como na vida. E, para aprender, nunca é má altura , não é?
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