domingo, 13 de maio de 2007

Twentyfive Live


Ontem, fui a Coimbra, ver um concerto do George Michael.

É, é verdade, fui ver o George Michael. "O" George Michael.

E mais: fiz quase 500 km para tal...

É por estas e por outras que, quando quem não me vê há anos, me diz que "Estás na mesma!", bem... de facto, não estou bem "na mesma", apesar da gentileza. Se, há alguns anos, me dissessem que ia fazer o que fiz ontem, certamente me desataria a rir.

É sempre um espectáculo ir a um concerto de estádio. Já não há assim tantos como havia aqui há uns anos. Também por isso, resolvi aceitar o desafio do Veigas (que é, de todos os meus amigos, aquele que papa tudo quanto seja concerto de jeito). Ele tratou dos bilhetes - prá bancada, porque isto da idade já vai pesando - e lá fomos. E os lugares eram excelentes: viu-se tudinho, e bem!

Mas comecemos pelo princípio.

Primeiro: nem sombra de bicha na Autoestrada. Era a véspera do 13 de Maio, e a saída para Fátima estava limpinha, às 17h. Mas, também, os peregrinos sabem bem que esta deslocação não é coisa que se deixe para a última da hora...

Depois, excelente organização das chegadas e partidas para quem vinha de carro e/ou de longe: por 2€, havia lugar num parque ao lado da estação de comboios de Coimbra-B, e bilhete de ida e volta para o estádio. À ida, viagem nas calmas até ao estádio, passando pelos tradicionais Fernão de Magalhães, Sofia, Papa, Botânico e Cidral, entre outros sítios. À vinda, muito mais malta, bichas do caraças, e demorou-se bastante até chegar ao carro.

O estádio é bom. Sóbrio. Boas infraestruturas de suporte - casas de banho arranjadinhas, bares q.b., iluminação à maneira. O C.C. Dolce Vita, que mora ao lado, como é grandalhão, chegou para as encomendas de ontem - deve ter sido um dos "picos" anuais de movimento. E pareceu-me espaçoso, arejado e bem iluminado. Ou seja, muito bom, dentro do género.

E o concerto? Foi do caraças!

Eu nem sequer sou assim um fã do GM. Conheço alguns discos dele, e adoro mesmo uma sua colectânea de 1998 - "Ladies and Gentlemen" (um best of) - mas não sigo a sua carreira, digamos. E, por isso, sabia pouco do tipo de espectáculo que ele costuma dar. O Veigas desafiou a malta, e lá fomos. E ainda bem que fomos!

Foi o primeiro concerto de estádio da tournée "Twentyfive Live" deste ano (que tem por base outro best of - o "Twentyfive" - lançado no ano passado, pelos vinte e cinco anos de carreira).


Quando começou o concerto, ficou tudo meio aparvalhado com o palco, que era absolutamente espectacular: tinha um ecrã principal lindíssimo (impressionante, mesmo!), onde se projectavam imagens digitais multicoloridas com efeitos aleatórios, assim tipo-Media Player. Descia na vertical - desde o cimo da estrutura superior até ao chão - e, aí chegado, curvava a noventa graus na direcção do público, ficando em cima do chão do palco. Um must!


Estava secundado por outros dois ecrãs mais pequenos, suspensos, e por mais outros dois onde se transmitiam "em directo" as imagens do concerto propriamente dito.

Quem viu, por ex, os U2 em Alvalade em 2005 (não foi o meu caso, infelizmente) ou os Depeche Mode no ano passado, no Atlântico, já percebeu que a evolução de meios tecnológicos associados a estes concertos não ten NADA a ver com os de há dez anos, sequer... E ainda bem!


O homem não parou, cantou bastante bem (a voz está muito bem tratadinha, pareceu-me), esteve muito à vontade, gostou da recepção lusa, cantou muitas daquelas que todos queriam ouvir, e pôs a malta toda a dançar. Ok, já precisa da cadeirinha de descanso, dos intervalos mais longos entre músicas... mas pronto. Pelo espectáculo, por mim, 'tá perdoado!

O som estava muitíssimo bom - excepto quando o gajo se punha a percorrer um corredor em anel (prolongamento do palco), altura em que o som dele parecia que baixava... - , e os músicos estiveram à altura (estavam todos dispostos em "prateleiras" que saíam para as laterais do ecrã principal) - os coros, para mim, foram o melhor.

Assim, de repente, lembro-me do Freedom, Father Figure, Faith, Careless Whisper (!!!), Praying For Time (mais lenta - lindíssima!), Shoot The Dog, Jesus To A Child, Fastlove, Everything She Wants (!).

A meio, lá tiveram que aparecer as "tacadas" no Bush e no Blair, com uns insufláveis pelo meio. Mas também, se não o fizesse, é que era de estranhar...

Chamar àquilo "tacadas" é estar a ser simpático, mas enfim.

Foram cerca de duas horas e dez minutos, já com um intervalo de 20 minutos. Foi um espectáculo!!!


Recomendo uma ida ao Youtube, por ex., para dar uma espreitadela às imagens de concertos que ele deu o ano passado. O palco era igual. E o alinhamento das músicas deve ter sido semelhante.

Ou seja, este "nosso" concerto não deve ter tido nada de original... Devo dizer que, na parte que me toca, não vejo problema nenhum nisto. Afinal de contas, foi a primeira vez que ele cá tocou. E, para estreia, foi excelente!

Já a viagem de regresso foi uma seca!... Fez-se, mas chegámos às quatro e meia da matina. Comeram-se umas tostas e beberam uns cafés na Área de Serviço de Santarém. Ajudou.

Ou seja, uma estafa. Mas valeu completamente a pena!

3 comentários:

Rakel disse...

Bem, que relatório tão detalhado!
Posso copiar?
:)

BlueAngel aka LN disse...

Tens toda a razão e posso afiançar que em relação à tour do ano passado (assisti ao concerto em Madrid) a única diferença foram duas canções que entraram e duas que sairam. Tive pena pq o "A different Corner" merecia ter sido ocado nos palcos lusos. Tirando isso foi um EXCELENE concerto, sim senhor!

Gonçalves disse...

Subscrevo tudinho, até a área de serviço de Santarém, foi a terceira onde parámos e onde não havia fila, se calhar até nos cruzámos. Muito bom o concerto, bancada 7A, via-se muito bem porque realmente a idade não está para relvas, já me chega a do quintalque demora uma hora a cortar.