sábado, 9 de junho de 2007

Basezinha


Há momentos em que uma pessoa se "define", digamos assim.

Hoje, havia uma jornada decisiva na Liga espanhola de futebol. O Barcelona recebia o Espanhol e o Real Madrid ia a Saragoça.

Ficou tudo na mesma: empataram a dois golos, ambos. O Real Madrid esteve a perder por duas vezes, e conseguiu empatar; o Barcelona esteve a perder, depois virou o resultado, e acabou por consentir o empate, praticamente na mesma altura em que o Real também o conseguia.

No final da primeira parte, com a malta toda convencida de que o Barcelona ia para o intervalo a perder, surgiu o empate: jogada pela direita do ataque, centro para o coração da área, e golpe de cabeça em vôo do tal menino-prodígio Messi a marcar um golo, por antecipação ao guarda-redes. Bem marcado!

Muitos festejos dos jogadores do Barça, mas muitos e veementes protestos dos jogadores do Espanhol. E a malta sem perceber...

Começam as repetições do lance, e quando se revê a jogada em câmara lenta, zás!, aparece a mão esquerda (!!!) do dito cujo a desviar a trajectória da bola para a baliza. Foi muito subtil, pois a mão está muito próxima da cabeça.

O miúdo tinha acabado de fazer o suficiente para enganar (?) o árbitro e o fiscal de linha. E se o árbitro talvez possa ter alguma desculpa (não deu para ver se estaria ou não em posição dificil para avaliar a jogada), o fiscal de linha não: para mim, tinha obrigação de ver.

Já numa eliminatória da Liga dos Campeões, julgo que no ano passado, contra o Chelsea, este menino conseguiu "arranjar" uma expulsão de um jogador do Chelsea - julgo que foi o Robben, mas não tenho a certeza... -, facto que teve uma influência decisiva na eliminação dos ingleses às mãos dos catalães.

Desde esse momento, desde essa jogada, que este gajo, pra mim, estava "debaixo de olho".

E eu que começava a gostar muito de o ver jogar...

Hoje, as poucas dúvidas que ainda tinha sobre a "basezinha" de que este tipo é feito dissiparam-se. Por completo.

Para mim, ficaste definido hoje à noite, Lionel Messi.


Acho que o problema não foi ter enganado o árbitro. Foi ter enganado todos aqueles que julgavam ver nele um digno sucessor de Maradona.

Bem, mas... vendo bem as coisas, se calhar, até não os enganou. Se calhar, até é.

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