domingo, 24 de fevereiro de 2008

Assistências... ou talvez não

A maioria dos chamados "avançados de área" precisam de ter quem lhes dê jogo. Por terem características muito próprias - "faro" para o golo, capacidade de desmarcação, jogo aéreo, pouca capacidade de um-contra-um, alguma (mas não muita) velocidade, etc. - não conseguem, como outros, enfrentar sozinhos as defesas contrárias.

Precisam pois de quem lhes faça as agora chamadas "assistências" - termo julgo que (mal) retirado do basquetebol. Ou seja, quem lhes dê os golos a marcar.

Eu gostava que todos aqueles que dizem permanentemente mal do Purovic (ou de outros jogadores semelhantes) tivessem uma (impossível) oportunidade para verem - sem querer comparar ninguém, obviamente! - por ex., o Jardel marcar golos sem ter ao seu lado colegas como ele teve no Drulovic e/ou no Zahovic, primeiro, e no João Pinto, depois, para lhes criarem as oportunidades. Ou, já agora, o Ronaldo sem o Figo, ou o Riedle sem o Matthäus. :)

Quase que nem se dava por eles, não é?

Ora, quem os põe a jogar nessas condições - quase completamente entregues à sorte do jogo, e sem o tal apoio - arrisca-se não só a não tirar daí proveito algum, como a frustrar os próprios jogadores.

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O Sporting tem um sistema de jogo - o 4x4x2 - onde não haverá lugar para avançados de área. Como tal, sempre que o Purovic joga, "das duas, uma":

1.º - Ou tem quem joge pelos extremos, para lhe centrar bolas prá área;
2.º - Ou não.

Se tiver, as probabilidades de marcar aumentam. Como é (julgo eu!) fácil de perceber.

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O que eu não consigo entender é o seguinte: se as equipas que jogam nesse sistema têm avançados mais móveis (para se desmarcarem com facilidade), que correm imenso e que têm bastante capacidade de finta, e se o Sporting não tem extremos para centrar bolas prá área, há aqui qualquer coisa que não bate certo... Não é?

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