sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

É por estas e por outras...

... que a nossa Língua Portuguesa é, simultaneamente, tão bonita e alvo de tantos maus tratos.

Reparem bem nestas duas palavras, que exemplificam bem o que quero dizer:

- "Helicoidalmente".

- "Isolação".

A primeira, que é um exemplo de uma linguagem mais "técnica", digamos, é belíssima. Significará "dispor algo em espiral".

Dantes, eu diria que esta palavra é um "advérbio de modo", mas como a nossa Gramática está de tal forma diferente da que eu aprendi, já nem sei...

Já a segunda - que será o quê, um "estrangeirismo"? - deixou-me quase à beira de um ataque de nervos, pois em Português-Português (ou seja, Português "a sério"), será "isolamento". E eu gosto, e muito, é do tal Português "a sério".


E é melhor nem me lembrar muito de coisas como "gerenciamento", ou "planejamento"...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Maranhão e Montinho

Hoje foi dia de viagem de trabalho ao Alto Alentejo. Fomos preparar uma obra que mais parece uma missão impossível, tal é a dificuldade de acesso de equipamentos pesados à zona da Barragem do Maranhão. Mas como a obra vai ter mesmo que ser feita...

É o chamado "Desafio à Engenharia". :)

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Houve, como tinha que ser, uma pequena paragem obrigatória para o almoço: desta vez, foram umas excelentes migas de espargos com carne e um sericá, muitíssimo bem servidos na Tasca do Montinho, em Alcórrega. Comeu-se muito bem, mas não ficámos "a rebentar", o que foi muito bom. Mesmo assim, estas comezainas não ajudam muito à linha...

Não é, Susana?

Como diria o Eça, "uma maçada!". :)


Amanhã, mato saudades de um peixinho grelhado. Tem que ser.

Serviço Público

Dois excelentes programas no Domingo à noite: um sobre o Luís de Pina - antigo director da Cinemateca Portuguesa (infelizmente já falecido), grande entusiasta do cinema português e um apaixonado do Mestre John Ford - e outro sobre os oitenta anos do pianista português Sequeira Costa - intérprete de top mundial, radicado nos Estados Unidos.

Ambos os programas mostraram um pouco das suas vidas, dando grande destaque aos dois dos seus maiores contributos, respectivamente: o grande dinamismo que o primeiro (excelente comunicador e grande divulgador da Sétima Arte)

- é dele o único livro português sobre a obra do John Ford! -

deu à Cinemateca, tendo promovido uma significativa recolha de filmes portugueses para o seu Arquivo, e o percurso destacadíssimo do segundo - concertista de nível mundial, professor de piano e fundador/presidente do Concurso Internacional de Música Viana da Motta.

São duas grandes figuras das artes cá do burgo, que bem merecem destaques deste tipo pelo muito que deram (e ainda dão, no caso do Sequeira Costa) à cultura portuguesa.


Acho que estes serão dois bons exemplos do chamado "Serviço Público".

Empatas

Deixámos dois pontos na Madeira, mas até jogámos bem. Paciência.

Vamos ver agora como é que nos portamos na Trofa. Se queremos ganhar alguma coisa, este jogo é para ganhar!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Esta é eterna

Industry

Alcochetices...

É de mim, ou temos "o baile armado"?

Até pode ser que não seja nada que já não tenhamos visto, atenção!... Mas parece-me que estas últimas confusões com o Freeport não deixam o nosso Primeiro em bons lençóis.


Cairá este assunto no esquecimento?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Que raio de época, esta...

Hoje, ouvi um pai (ou seria um avô?) muito "ofendido" com os professores. Não compreendia a sua greve. Ou se compreendia, não a aceitava. É que, assim, já não tinha sítio para deixar o miúdo...


Espectáculo.

Era o Sporting, ontem?


Nem percebo que "losango" foi aquele no meio-campo do Sporting da segunda parte de ontem... Se é que foi um losango.

O que sei é que o quinteto Adrien-Pereirinha-Izmailov-Vukcevic-Liedson (que deu cabo do Paços de Ferreira) encheu-me as medidas! E a jogar "a cem à hora"... Nem pareciam os mesmos!

E a garra da malta a correr atrás de mais um golo? Incrível... :)


Devia era ser sempre assim!

Achados



Mais dois achados na Amazon.uk - ambos pagos com o cartão Multibanco via Net, claro, e com (aparentemente boas) legendas em Português de Portugal!

São dois dos filmes da minha juventude: duas ficções à maneira. E, repito, com legendas em português. Isto foi a surpresa decisiva para a compra.

Pode ser que encontre ainda mais pechinchas destas - as duas ficaram em menos de quinze euros.

Ainda não os vi - apenas confirmei as legendas (só naquela... :) ), mas lembro-me ainda do modem do computador do protagonista do "Wargames" - era uma caixa onde assentava o auscultador do telefone!... :) E lembro-me também muito bem da missão americano-soviética do "2010" -que decorreu na nave soviética, a "Alexei Leonov".

Espectáculo!


Ainda bem que ainda há por aí fora "Amazon's" como esta para nos irem salvando... :)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Como só os Ingleses sabem fazer


A RTP2 deu, pela segunda vez (que tenhamos visto) a adaptação da BBC de 2006 de "Jane Eyre", o romance clássico de Charlotte Brontë. E que adaptação!

Numa mini-série que (por cá) foi condensada em duas partes de duas horas cada - em vez dos quatro episódios originais -, e com um naipe de excelentes actores (julgo que na sua maioria inglesa) - liderados pela desconhecida Ruth Wilson e pelo Toby Stephens (entre outros, fez de vilão no último James Bond da "era Brosnan") -, esta autêntica prenda da 2 conseguiu cativar-me ao ponto de ter deixado os playoffs da NFL lá esquecidos no NASN (que me conhece melhor, saberá avaliar esta decisão... :) )!

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Depois de umas investigações aqui na Net, vim a saber que esta série foi nomeada para prémios tão conceituados como os BAFTA, os Globos de Ouro ou os Emmys (ou seja, em ambos os lados do Atlântico), em várias categorias - destaco as de Melhor Guarda-Roupa, Direcção Artística, e Penteados (!). Nesta última categoria, venceu em 2007 o BAFTA e os Emmys nas restantes.

A actriz principal - Ruth Wilson - também foi nomeada na sua categoria, mas não venceu. E foi pena, pois a sua interpretação, ao pé do shakespeariano Stephens (soberbo como Mr. Rochester), é absolutamente excepcional! Uma contenção, uma simplicidade, um "viver o papel", enfim... uma sobriedade fantástica! Parece que nunca foi senão a Jane Eyre. E quando assim é... :)

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Depois, há todo um conjunto de actores secundários que estão igualmente em grande nível - destacaria a governanta, Mrs. Fairfax, a protegida de Mr. Rochester, Adéle, e os primos que Jane descobre mais tarde, St. John e as suas irmãs, Mary e Diane. E é todo (ou praticamente) filmado on location, num "campo inglês" bastante agreste.

Fantástica casa, Thornfield Hall! - Só em Inglaterra é que há "casas" destas... :) - E as restantes paisagens naturais são, apesar de rudes, muito bonitas.

Resumindo: um must! Como só os Ingleses sabem fazer, digo eu.


Resta agora a esperança de a encontrar à venda brevemente, numa prateleira de uma Fnac, ou coisa que o valha - já que andam cheias de DVDs de tudo e mais alguma coisa , pode ser que esta série apareça... -, e com uma legendagem competente. Ou então (melhor ainda!) que a reponham, mas desta vez em horário nobre, pois parece-me que uma série com a qualidade desta merece muito mais do que ser transmitida em dois serões de Domingo consecutivos, entre as 22.30h e as 00.30h...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Sensibilidade de Harry Callahan


Este último Clint Eastwood, "A Troca", é um dramalhão: a história (verídica) é bastante triste e muito dramática, mas muito bem contada. E gostei de rever a Angelina e o Malkovich. Acho é que a emoção da narrativa acaba por se sobrepor a tudo o resto, o que é pena. A fotografia e a reconstituição da Los Angeles do final dos Anos Vinte, início dos Anos Trinta são excelentes, por exemplo.

Mas atenção: acabamos por ficar completamente absorvidos até final, para ver o desenlace. Acho que isto é muito bom, tanto do ponto de vista do espectador, como do ponto de vista de quem faz o filme.

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Ontem, dei comigo a pensar no que conheço da carreira de realizador do tio Clint.

Acho que ninguém conseguiria imaginar o seu percurso, não?

Para muita pena minha, não vi as "Cartas de Iwo Jima". Nem "As Bandeiras dos Nossos Pais". Mas vi o "Mystic River" (não achei assim nada de especial - devo ter sido o único...), o "Million Dollar Baby" (outro dramalhão, mas que tem interpretações fantásticas e um final que nos consegue deixar, simultaneamente, esmagados, conformados mas também aliviados e "em paz" - é, quanto a mim, uma conclusão absolutamente superior para a história), o "Blood Work" (um policial mais convencional, digamos), o "Unforgiven" (western sujo, triste, deprimente, mas com um grande sentido de Justiça e com uma história ao nível das cóboiadas mais antigas - ou seja, muito bom!) e o - para mim - inesquecível "As Pontes de Madison County" (actores nos píncaros, música lindíssima, sensibilidade muito acima do habitual, história comovente... enfim, Cinema).


Traços comum a quase todos eles: a sensibilidade da sua visão; a emotividade nas histórias; a aceitação (resignação?) das mais diversas condições das personagens, ou das histórias; a música da sua autoria (!).

Clint, por mim podes continuar assim!

Ainda vi mais uns quantos filmes de e com ele - além dos excelentes westerns-spaghetti (e sem ser spaghetti também, atenção! - lembro-me do "Pale Rider", por ex., que vi em miúdo), adoroei o "Absolute Power", em que ele faz de um ladrão que, inadvertidamente, presencia um assassinato cometido pelo Presidente dos E.U.A. (Gene Hackman), que irá desmascarar, e o "In the Line of Fire", em que faz de segurança-sénior novamente do Presidente, e onde contracena com a fantástica Renée Russo.


Acho que posso dizer que ele é uma daquelas estrelas que me puxa, à confiança, para o cinema. Já vão havendo poucas...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cenas dos próximos capítulos

Umas modestas (mesmo!) linhas sobre o tio Clint, a "Jane Eyre" da BBC (de 2006), e mais alguns achados na Amazon.uk.

"Coming soon in a blog near you". :)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Esquimós

- Tá fresquinho!, e tal...
- Nunca mais vem o tempo quente!

(Diz que é uma espécie de anti-ciclone)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dualidade - Razão - Blogosfera

A forma como nos é mostrada esta guerra que Israel move contra o Hamas (e não contra os palestinianos...) faz lembrar - e esta é uma comparação meramente ilustrativa - as arbitragens num qualquer derby no antigo Estádio das Antas realizado durante a década de noventa: completamente "orientada".

Como se costuma dizer em Futebolês, o campo estava, invariavelmente, "inclinado".

Há uma dualidade de critérios que é, no mínimo, questionável.


Num assunto tão delicado como este, onde ambos os lados tem razão, valha-nos a blogosfera para irmos lendo opiniões e vendo a mesma história dos dois lados - sempre necessárias para se ficar minimamente informado.

O estado decrépito da "bola lusa"

- O Campeão de Inverno perdeu em casa do Trofense, (ex-) último classificado desta nossa excitante Liga (para quem não está ao corrente destes pormenores de mudanças de nome da prova máxima do nosso futebol, é o nome actual do Campeonato Nacional).

- O Sporting conseguiu não sofrer (ou sofrer pouco) para vencer fora.

- O Fêquêpê lá arrancou uma preciosa vitória no normalmente difícil terreno do Nacional (do trip... perdão, do "amigo" Rui Alves), muito graças à acção - e posterior "ausência", digamos... - de um defesa-central madeirense que, assim só naquela, resolveu meter ostensivamente a mão à bola dentro da área, a cinco minutos do fim do jogo - com o resultado em dois-dois, e numa altura em que já poucos acreditavam numa mudança no marcador.


Depois queixem-se da pouca competitividade do futebol luso lá fora.

Noel, old boy!


Uma delícia!, esta adaptação da peça "Easy Virtue", de Noel Coward, ao cinema.


Um humor "corrosivíssimo", um par de actores de grande categoria (Kristin Scott Thomas e Colin Firth) que ajuda muito ao outro par - supostamente o "principal" -, uma cruel, irónica e, quanto a mim, muito certeira descrição, em cerca de uma hora e meia, do que era (ou que ainda é?) ser Inglês, e ainda

como, de resto, seria de esperar numa história passada no countryside, algures nos Anos Vinte/Trinta,

uma Manor daquelas com, pelo menos, uns cento e cinquenta quartos, e um "jardim" até perder de vista.

Ah, e ainda temos direito a uma verdadeira "pérola"!, lá mais para o final do filme - que, obviamente, não irei revelar.


Um must!

Oz


Ora aí está uma "ganda cóboiada", e logo passada num sítio tão improvável como os Antípodas!

Este "Austrália" mostra-nos paisagens espectaculares e arrebatadoras, uma superestrela feminina (Kidman) que liga bem com a estrela masculina (Jackman) - que parece que está na moda... -, uma história muito variada, oscilando entre o ligeiro e o mais melodramático, talvez um pouco previsível mas bem contada e, claro, uma autêntica "passagem da mão pelo pêlo" dos aborígenes - muito maltratados (no mínimo!) durante anos a fio.

O tom geral de filme épico assenta-lhe bem, quanto a mim. E, mesmo podendo não se gostar dos actores, é um filme que se vê com bastante agrado. Tem duas partes bastante distintas (até ao princípio da II Guerra Mundial, e após os primeiros ataques), mas houve, quanto a mim, arte na criação de um fio condutor minimamente credível.

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Seria talvez difícil aprofundar mais todas as frentes que o filme foca - a guerra pelo abastecimento de carne das tropas australianas estacionadas em Darwin, o tratamento dado aos aborígenes, a adaptação duma lady inglesa a um novo país e a um trabalho duro, o choque de culturas e visões anglo-saxónica e aborígene, a entrada da Austrália da II Guerra, etc. Mas acaba por haver tempo para quase tudo.

E a integração d' "O Feiticeiro de Oz" na história é, também, bem conseguida.

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Contas feitas, acho que não ficam muitos pontos por clarificar, digamos, e só fica uma certa pena de não se ver mais o Bryan Brown, por exemplo, ou mais cenas passadas no outback.


Gostei bastante!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Que seja também um Ano Leonino!

Apesar de tudo, que o Sporting seja o Campeão Nacional de Futebol em 2008-2009. :)

Mozart - K 488 - III

Mozart - K 488 - I e II

Votos

Para 2009, deixo aqui um grande abraço a todos os meus "leitores".


Que seja, apesar das muitas núvens sombrias que pairam por cima das nossas cabeças, e acima de tudo, um Ano com muita Saúde.

É giro: dantes, era o único grande desejo que ouvia da boca de todos os velhotes da minha família, sem excepção. E, confesso, na altura não lhe ligava grande importância. Parece que, agora, já começo a percebê-los melhor... :)

É fundamental. Sem isso, nada vale, nada é (ou pode ser) aproveitado.

Depois, que continuemos a tentar encontrar o melhor Equilíbrio nas nossas vidas. Temos muitas frentes em jogo - família, trabalho, responsabilidades, lazer -, que nos consomem a totalidade do tempo, do esforço e da atenção. E é bastante complicado equilibrá-las, como sabemos... Pois faço votos para que, apesar das dificuldades que sempre existem (numas alturas mais, noutras menos), não baixemos os braços.

Além disso, gostava que tivessemos a capacidade de ir aproveitando, dia a dia, e da melhor forma possível, tudo que a Vida nos vai dando. Acho que nunca deveremos deixar de (pelo menos tentar) tirar partido das coisas boas, e ilacções das menos boas.

Para acabar, e num ano que se prevê difícil para muita gente, que tenhamos Sorte, também. É bem preciso.


Um Bom Ano Novo!