sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Híbrido


Hoje foi dia de mais uma deslocação ao Alentejo em serviço. Que foi diferente das habituais por um motivo muito... ecológico, digamos: fui num carro híbrido.


O Toyota Prius com que me desloquei a Moura é um espectáculo: além de ter uma caixa de velocidades automática (não tem, portanto, pedal de embraiagem),

(aqui, devo dizer o seguinte: da única vez que fui com o pé esquerdo a um dos pedais, a travagem consequente foi de tal modo brusca que um dos colegas com quem fui ia vindo do banco de trás para o da frente...)

tem dois motores que se complementam - um eléctrico, alimentado por baterias, que funciona em regimes de rotações mais baixas (e até cerca dos 55 km/h), e outro a gasolina, de 95 octanas, que é o que é usado nas velocidades mais elevadas - é o principal em trajectos tipo-viagem, o que foi o caso.

Uma das coisas mais engenhosas deste sistema está no seguinte: o motor a gasolina, quando está a ser usado, permite recarregar as baterias que alimentam o motor eléctrico. Ou seja, a carga que elas perdem para alimentar o motor eléctrico em baixas rotações/velocidades é recuperada em velocidades mais elevadas, o que faz com que estas baterias, em condições normais, não se descarreguem na sua totalidade!

Nunca tinha guiado nenhum carro com estas duas características que, não sendo propriamente desconhecidas, são raras de se usarem no dia-a-dia - pelo menos no meu, são!

Além disso, deu para perceber que a sua utilização num carro pode fazer com que uma viagem comprida - como esta, efectivamente, foi - seja muito confortável (contrariamente ao que se poderia imaginar, pela confusão que podem trazer ao condutor pela falta do terceiro pedal), e traz algumas vantagens que me parecem ser inquestionáveis: baixíssimo ruído do motor em trajectos citadinos, consumos médios baixos (hoje foi de cerca de 5,5 litros aos cem, em cerca de quinhentos quilómetros de viagem), descanso (quase) total no pé esquerdo, ausência de mudanças de caixa, etc.

Além de tudo isto, ainda apresenta um display central com tecnologia touchscreen que faria inveja a qualquer caça militar, e que é um verdadeiro espanto - permite, entre outras mariquices, ver diagramas com o estado dos fluxos de energia entre os motores, entre estes e as rodas e também do estado de carga da bateria!


É a loucura. :)

Não o acho é particularmente bonito, mas isso ainda é o menos.


Fiquei fã, obviamente. E mais: da próxima vez que fizer outra viagem destas, vou ver se cravo um carro destes! Pode ser que tenha sorte...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A minha árvore



Ontem à noite, andavam a condicionar o estacionamento aqui no meu bairro.

Puseram umas fitas fitas vermelhas e brancas à volta de alguns dos carros que estavam estacionados e, por causa disso, vi-me grego para estacionar o meu.

Julgava que seria por causa de mais uma filmagem - não seria a primeira vez... - mas não. Soube, já hoje de manhã, que era para aparar as árvores que aqui ainda resistem, e que o tornam num dos bairros residenciais mais aprazíveis de Lisboa.


Hoje, à hora do almoço, já o trabalho tinha começado - ia, possivelmente, a meio. E o cenário era triste: uma das grandes árvores que ladeavam o recinto da escola primária estava (literalmente) às fatias. Restava apenas meio metro do tronco, cortado rente, perto do solo, e muitos ramos cortados já no chão, na rua.

Fez-me pena. Afinal de contas, era uma árvore bem alta, muito bonita, aparentemente saudável, e que deve demorar muitos anos a crescer.

Não percebi, sinceramente, o porquê do corte. Talvez a árvore estivesse doente. Talvez. Seja como for, ficou ali um vazio desolador.

Aí, confesso, temi pelas "aparadelas" que iriam, certamente, dar aquela que é, talvez, a principal árvore do bairro, a minha árvore, a que estava bem no meio do largo que fica à frente das janelas de minha casa.


Mas pensei: "Bem, se estivesse doente, certamente que já a teriam tratado, ou aparado. Espero é que não a cortem demasiado - se isso for necessário, que cortem, mas o largo vai perder muita da sua beleza".

Aqui há uns anos, ela esteve imenso tempo sem "dar folha", numa altura em que a Primavera estava já quase a acabar. Pensou-se que estaria morta mas, lá para meados de Junho, lá vieram (finalmente!) as folhas.

Quando ia a chegar a casa, no final da tarde, ao aproximar-me do largo, fiquei de boca aberta, parado no meio da rua, completamente estarrecido: restava apenas mais meio metro de tronco, cortado rente, perto so solo, e mais ramos no chão, na rua.


Devo dizer que vivo há mais de trinta anos nesta casa (trinta e seis, para ser exacto). E cresci com aquela árvore - passei milhares de vezes por ela, certamente. Foi a minha companhia diária nas idas para a escola primária e, mais tarde, quando comecei a trabalhar, quando ia a caminho do Metro com o António.

Quando comprei a minha primeira máquina fotográfica - foste tu, António, quem ma recomendou, lembras-te? Uma Cosina reflex, que veio com uma 35-70, e que tira(va) umas fotos espectaculares! - foi "a minha musa", digamos.

Devo ter algumas dezenas (se não forem mais de cem, mesmo...) de fotos com aquela presença central no enquadramento - sejam de Verão ou de Inverno. E quando nevou em Lisboa, há mais de ano e meio, foi a ela e àquele largo que apontei a digital que registou esses momentos únicos(?).


Percebo que ela pudesse estar doente. Mas não percebo nada de árvores, devo dizer. E, nesta minha ignorância, pergunto-me: se estava doente, não estaria há já muito tempo? Era preciso esperar por um estado irreversível dessa doença para, literalmente, "cortar o mal pela raíz"? Não haveria outra forma de a tentar curar?

Se calhar, não. Mas...

(Parto aqui do princípio de que é possível tratar ou curar atempadamente uma árvore. Se não for, aí o caso muda de figura.)

A senhora da mercearia aqui da frente disse-me que estaria já demasiado alta, e que, por estar efectivamente doente (estava mesmo), poderia cair para cima das casas do largo, caso viesse aí alguma ventania mais violenta.

Acho que isso são balelas. Parece-me que, se assim fosse, cortavam apenas os ramos maiores, que lhe davam a "problemática" altura que já tinha, e deixavam-na crescer novamente, não é? - como fizeram nos Castanheiros no Luso, por exemplo, aqui não há muitos anos.


Ou seja, estiveram-se nas tintas para a árvore durante anos. E agora, quando já não havia, hipótese alguma, zás! ... E aquela figura central do largo, daquele jardim, desapareceu. De repente, numa tarde.

Politiquices à parte, pergunto: isto é que é "gestão de espaços verdes"?

Sinceramente! ...



De árvores não percebo nada, volto a dizer. Mas aquela era especial - era, com já disse (mas, para mim, nunca é de mais realçar) a minha árvore. E tinham que cortar logo aquela, que Diabo!

Ao vê-la assim, fiquei como se tivesse levado um murro no estômago.

Achei que este corte foi de uma violência estúpida. Uma barbaridade, mesmo!

E olhem que não me estava nada a ver a escrever sobre algo assim desta maneira! Mas a verdade é que estava longe de imaginar que uma "simples" árvore pudesse ser assim tão importante com esta realmente era. E era.


Restam as fotografias, agora.


Nesta altura, gostava de ser positivo, e de pensar que, brevemente, vão começar a plantar novas árvores, para "repôr o largo no seu lugar", digamos. Mas acho que não vai voltar tão cedo a ser bonito como era. O que é uma pena. E bem grande.


Mas, o que é mais triste, é que acho que este largo nunca mais vai voltar a ser o mesmo.

Contrastes

Para que conste: a partir de hoje, o Cristiano Ronaldo "do Sporting" morreu.


Fez tudo para marcar golos, mesmo não tendo necessidade de o fazer.

Acho que seria normal esperar que ele se esforçasse. Mas assim?

Aborrecia-se "demasiado" (para meu gosto, pelo menos; não esperava isso, confesso) quando falhava. E pediu para marcar o livre que deu a vitória ao Manchester United. Para quem se diz "sportinguista", não está mal...

Acho que isto diz tudo sobre o seu carácter.

Resta-me - ironia das ironias... - o exemplo mais recente de que me lembro: o do Rui Costa, quando defrontou o Benfica. Esforçou-se, lutou em campo pelo seu clube, mas nunca - repito, nunca - celebrou. Minimamente que fosse.


No meio desta "selva", pergunto-me: ainda haverá alguém assim?

Londres, 1981


Seguramente, um dos melhores álbuns de música "de vanguarda" da História!


Espectáculo! :)

domingo, 25 de novembro de 2007

Ian Curtis


Nunca fui propriamente um fã dos Joy Division. Até há relativamente pouco tempo, pelo menos.


Na altura em que comecei a ouvir umas coisas de jeito, o meu primo e um amigo do Liceu tiveram um papel importante na minha "educação musical", digamos. Eles é que me foram mostrando grupos como os U2, os Waterboys, os New Order, os Echo & The Bunnymen, os Smiths, os Supertramp, os Dire Straits, os Simple Minds, entre muitos outros.

Na minha primeira ida à Feira da Ladra, lembro-me que comprei o maxi-single do "Shellshock", dos New Order (tinha três versões dessa música e mais o "Thieves Like Us"!), e esse amigo comprou o do "Atmosphere", dos Joy Division.

Lembro-me que o som deste último me pareceu muito diferente do que até então conhecia - principalmente a voz e quase toda a parte da percussão. Gostei imenso dessa música, devo dizer!

Mas talvez não me tenha agradado alguma coisa daquilo que lhes ouvi, posteriormente. Deve ter sido isso... Seja como for, não voltei a aprofundar o meu conhecimento sobre a primeira fase desses tais tipos de Manchester que, depois da morte do seu vocalista, se reagruparam como puderam e souberam - tendo daí nascido os New Order.

Estes últimos, sim! Destes comprei tudo. São o meu grupo, e não é preciso dizer mais nada.


Há uns três ou quatro anos, talvez, surgiu um filme sobre a "época dourada" da música de Manchester dos anos oitenta: o "24 Hour Party People", do Michael Winterbottom.

Para quem nunca viu, recomendo vivamente. Um must!

Por esse filme, que conta a história da editora Factory e do seu fundador, Tony Wilson, passam nomes com esses Joy Division, os New Order, os Happy Mondays, os Durutti Column, etc. Foram eles que ajudaram a elevar o nome de Manchester até onde chegou (mesmo que, anos mais tarde, tenha passado um bocado de moda; mas isso...).

É um filme muito interessante pelo retrato dessa época - independentemente da maior ou menor veracidade de algumas dessas histórias. E foi precisamente por causa de algumas delas que se reacendeu a minha curiosidade pelos Joy Division.

Comprei os seus dois álbuns de originais e fui absorver esta "nova" música. Devo dizer que gostei imenso do som que, finalmente, descobri!

Já sabia que as letras são sombrias, mas devo dizer também que nunca lhes liguei assim muito. O som era excelente, e isso, para mim, chegava. "She's Lost Control", "Transmission", "Love Will Tear Us Apart", "Dead Souls", "Decades", "Isolation", "New Dawn Fades" e, claro, "Atmosphere" - todas grandes músicas. E há algumas mais, atenção.

A partir daqui, fiquei fã.


Ontem, fui ver o "Control" - o filme que retrata a vida do vocalista e letrista do grupo, Ian Curtis. Já conhecia muitas das histórias aqui contadas e, por isso, já imaginava que fosse bastante triste. E, de facto, é. Mas gostei muito, como, de resto, alguém já tinha previsto...

Achei, e continuo a achar o título do filme demasiado irónico - é que, de "controlo", a vida daquele rapaz não teve quase nada!

A fotografia é excelente - sendo este filme realizado pelo fotógrafo Anton Corbijn (que já tinha dirigido o lindíssimo teledisco do "Atmosphere"), também era melhor... - a banda sonora é previsivelmente fantástica e todos os actores vão muitíssimo bem, quanto a mim.

A história é que é bastante dramática - foi baseada num livro escrito pela viúva do cantor, Deborah Curtis - "Touching From A Distance". É quase tudo escuro, opressivo...

Isto a somar ao preto-e-branco do filme... Meu Deus! Mas também, se foi assim, foi assim.

Estes Joy Division cantavam um "no future" que era, de resto, um espelho dessa época - que, em certas partes de Inglaterra, não deve ter sido nada fácil para muita gente, devo acrescentar.

Mas atenção: há momentos fantásticos! Ver um grupo de actores a interpretar (literalmente!) o "Transmission" numa recriação do show do Tony Wilson, na televisão, por exemplo, é um espectáculo! Só isto vale bem a ida ao cinema.

O fim é, embora muito triste, "poeticamente bonito", digamos. E acho que é uma grande homenagem à memória da pessoa criativa, frágil, atormentada e também doente que foi Ian Curtis.

Depois de ver o filme, percebe-se melhor o teor das letras das músicas que tocavam. E, diga-se de passagem, que ainda não consegui ouvir algumas delas, hoje...


Eu gostei muito. Mas não sei é se será para todos...

sábado, 24 de novembro de 2007

Fónix!

Há alturas em que um tipo fica quase sem saber o que dizer...

Hoje é um desses dias, depois da forma como o Sporting perdeu mais dois pontos, desta vez no jogo contra o Leixões. Parece é que está na altura do Sporting ir à bruxa! Bolas!!!


Nos noventa e tal minutos do Leixões - Sporting, acho que o Rui Patrício não chegou a fazer uma defesa digna desse nome! Pois mesmo assim, o Sporting não conseguiu trazer de lá nada melhor do que um empate, e para o qual acabou por marcar os dois golos...

Fónix!

O Leixões apanhou-se a ganhar sem ter feito nada para o conseguir, e depois foram setenta e tal minutos a destruir o jogo leonino. Já o Sporting, mais uma vez, mostrou que 'tá na fossa. Muita posse de bola, mas pouca eficácia - apenas umas duas ou três claras oportunidades de golo. Poucos remates no total, também... Enfim.

É pouco para um candidato ao título, que não pode perder pontos contra este género de equipas.

Aquela do Paulo Bento mexer na equipa aos vinte e cinco minutos não cabe na cabeça de ninguém! Só prova que também ele deve andar um bocado desorientado, sem saber bem como abordar tacticamente os jogos. Se não é isso, parece mesmo! Além disso, já toda a malta percebeu que o Ronny está a precisar de ir pró banco (onde, de resto, estava o Marian Had, ninguém sabe bem a fazer o quê...), menos ele.

Também há que dizer que houve - mais uma vez, caraças! - algum azar no decorrer da partida, pois marcar um autogolo (com uns ressaltos absolutamente inacreditáveis!) logo ao quarto de hora de jogo (com o Abel e o Rui Patrício "a não sairem assim lá muito bem na fotografia", também...), e depois falhar uma oportunidade de baliza aberta (pelo Gladstone, que até jogou bem), são momentos que causam algum desânimo e podem desorientar ou abanar uma equipa - que pode bem começar a pensar que "nem de bico a bola lá entra"...

Mesmo assim, estiveram bem melhor do que em Braga!

Diga-se de passagem que pior deve ser impossível...

A nova dupla de centrais (Polga e Gladstone) entendeu-se bem, o Izmailov está melhor, e o Purovic e o Pereirinha entraram bem. De resto, todos lutaram, mostraram bastante garra, e fizeram por merecer o golo do empate (centro belíssimo do Abel - que, apesar de ter feito um jogo esforçado mas que lhe correu bastante mal, tentou sempre remar contra a maré - para aquela cabeçada indefensável do Purovic). Só que não foi suficiente para sairmos de Matosinhos satisfeitos.

Acho que, no cômputo geral, o Sporting merecia mais do que o empate, mas não houve mais.

Houve mais querer, mais garra, e, pasme-se!, até mais velocidade, mas faltou Arte (o meio campo dito "criativo" teve numa noite mais pró off e, quando assim é...).

Malditos "mas"!

O Sporting está a precisar de um daqueles jogos onde todos os remates que se fizerem à baliza, entrem! Ou chegar ao intervalo a ganhar por dois ou três, ou então ganhar com um golo no último minuto (ou nos descontos, até!)... Para dar ânimo e confiança, que bem precisos são!


Como dizem no Brasil, "Xô, depressão"!

Não percebo, não...

Hoje estavam milhares (disse bem: milhares) de pessoas às compras em pleno Chiado, num Sábado à tarde, a um mês do Natal.

No meio de tanta malta - na Fnac, na Rua do Carmo, na Rua Garrett, em todo o lado! - pensava eu: "onde é que está a tal crise de que toda a gente fala"?

Ou será que anda mesmo tudo a endividar-se descontroladamente, para comprar prendas a torto e a direito?

Será?

Sinceramente, continuo sem perceber...

Sono?

Pergunta: um tipo sai de casa num Sábado de manhã, descontraído, depois de uma boa noite de sono, com o pullover vestido do avesso; será que isto pode ser considerado, digamos, um sintoma?

Isto está caótico. :)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"The next big thing"?

Há uns trinta e tal anos, um jornalista chamado Jon Landau escreveu, julgo que no NY Times, um artigo onde dizia, após ter assistido a um concerto, que "tinha visto o futuro do Rock 'n Roll".

O tipo do concerto era o Bruce Springsteen. E foi.


Pois na passada sexta-feira, no Pavilhão d' Os Belenenses, quem lá esteve entre as 22h e as 23h e 30m assistiu a um concerto "daqueles", que poderá bem vir a ser o começo de um belo futuro para um destes novos grupos "de vanguarda" (como diz, e muito bem!, um certo amigo meu) que por aí andam - os Editors.

Dois álbuns de originais não dão, propriamente, para muito tempo de concerto, diga-se de passagem... e foi isso mesmo que aconteceu. Mas com apenas dois discos gravados (e que discos!), conseguir fazer um alinhamento onde se tocaram praí umas quinze ou vinte músicas sem repetições, mantendo a malta sempre presa ao espectáculo e sem grandes diferenças de ritmo (tipo altos e baixos), é obra!

Ora, vendo bem a coisa, isto até seria de esperar... É que a soma de uma presença em palco excelente - com um vocalista marado e completamente acelerado, mas com uma voz sem uma única falha (que, se bem me lembro, saltou para cima do piano à segunda música...) -, uma bateria a fazer lembrar o Stephen Morris (que tocava com uns tais Joy Division e New Order...), e uma guitarra que é perfeitamente destacável no actual panorama da música - lá está! - de "vanguarda", muito bem acompanhada de um baixo à maneira, só podiam resultar num concerto do caraças! E foi!

Os bifes andam sempre à procura de uma tal "
next big thing" que, segundo eles, nunca mais aparece (presume-se que desde os Beatles). Eu cá tenho para mim que já houve uns quantos, mas isso fica para outra conversa... Será que estes estarão na calha?

Uma horinha seguida, mais vinte minutos de encores, bastante simpatia no contacto com a malta que quase encheu o recinto... Eu gostei muito! E acho que o resto da malta também. Tocaram todas as conhecidas, claro. E que bem que soam ao vivo!

Nem todos conseguem isto, meus amigos, nem todos...


Por mim, venham mais vezes, que a malta vai lá vê-los! Só acho é que, se tiverem juizinho e não cairem em certas tentações, para a próxima já não deve ser no pavilhão do Belém...

Ai que saudades que eu já tenho dum ganda concerto de estádio... :)

domingo, 18 de novembro de 2007

Hi-Fi



Vi-o hoje, após anos a ouvir falar bem dele.

E tinha-o eu cá em casa há já algum tempo... Não tenho perdão, eu sei!

Interpretações excelentes, música absolutamente de excelência, histórias contada com muita piada, mas com uma gestão muito bem feita dos momentos mais dramáticos, enfim... E o livro ainda deve ser melhor!


Resumindo: um show! :)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Curtis


Estreia hoje!

A preto e branco, é sobre a vida e obra de Ian Curtis, o malogrado líder de um dos grupos mais influentes (e, por isso, mais importantes) de toda a música pós-punk - os Joy Division.


À partida, acho a ironia do título um bocado infeliz... Mas vamos lá ver o filme, e depois falamos.

C5



Digam-me lá, a sério: isto alguma vez parecem ser Citroen's?

Pois... Mas são. No caso, o novo C5, nas versões carro e carrinha.


Espectáculo!

Mozzarella!


Hoje foi dia de almoço no Burger King.

Calma, Susana, respira fundo... Foi SÓ hoje, ok? :)

Tenho um colega que adora o Burger King, mas não é propriamente muito assíduo em restaurantes do género. De vez em quando, vai lá matar saudades, pois acha que são os melhorzinhos do mercado. Eu acho bem, e concordo com ele, devo dizer.

Também devo dizer que não tenho lá quota nenhuma... Por isso, estou à vontade. :)

Mas hoje, como ia dizendo, foi dia de lá ir almoçar. E descobri mais uma verdadeira pérola: uns palitos de mozzarella que são absolutamente "de comer e chorar por mais"!

Confesso que nunca tinha provado algo do género mas, após umas navegações, descobri que até é bastante conhecido. Eu é que devo andar noutra...

Vêm num pack de quatro. Mais do que suficiente, diga-se de passagem, para uma entrada, antes do hamburger da praxe.

Mas, nestas coisas, não há nada como experimentar. Eu recomendo vivamente!


Ah, já me esquecia (vem mesmo, mesmo "a talhe de foice"!): também há umas massarocas no KFC - estas já conheço há mais tempo... - que são, meu Deus!, um verdadeiro show!... :)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Maureen


É, para mim, a mais bonita actriz de toda a História do Cinema: Maureen O'Hara.

Mas assim de longe!




Assim que a vejo no ecran, "abano" completamente, confesso. :)

Tive esse prazer hoje, ao passar pelo "Rio Grande". E parou tudo!


Um espectáculo!

Unforgettable

domingo, 11 de novembro de 2007

Quo vadis, Sporting?

Estamos mesmo "na fossa"...


O Sporting chegou a um ponto tal - desportivamente falando, claro - que tem que andar a vender o que de melhor produz (ou cria) na tal Academia de Futebol para pagar as enormes dívidas que tem, e que não são mais do que o resultado visível de anos de gestão errante (para não dizer outra coisa...).

Uma pergunta: se isto acontece num clube com a dimensão e com os meios do Sporting, como é que os outros clubes conseguem sobreviver?

Como se isto já não bastasse, tem um andebol relativamente fraquinho, um futsal em renovação (muito volátil e cheio de estrangeiros), um atletismo que não puxa muito pelos associados - dantes, ainda havia uma pista de atletismo em Alvalade... - e já não tem nem basquetebol, nem hóquei em patins, nem voleibol - tudo modalidades na qual foi, noutro tempo, dominador em Portugal, e que têm muita história no Clube que, actualmente, já nem sei porque é que se diz "Eclético".

É que até os jogos das modalidades "amadoras" são feitos em pavilhões alugados para esse efeito! Nem um pavilhão temos!!!

É triste.


Para onde é que vamos, assim?

Zero

"Exibição-zero" na derrota em Braga (0-3). Foram zero golos, zero oportunidades de golo, zero em ambição, zero em garra, zero em táctica... e zero pontos.

Acho que a sobrecarga de jogos está muito longe de justificar tudo.

O Braga foi mais rápido, mais forte, mais perigoso e, como tal, mereceu inteiramente a vitória.


É nestas alturas que dá vontade de perguntar: para quê ter uma Academia de Formação de "talentos"?

O Sporting não só não lucra desportivamente - de resto, nunca lucrou (é ver os casos de Futre, Figo, Peixe, Simão, Ronaldo, Quaresma, Nani e de tantos outros que, não tendo atingido o brilhantismo da grande maioria destes, fizeram carreiras respeitáveis noutros clubes) - como tem um conjunto de miúdos que, dominados pela perspectiva de ir ganhar rapidamente milhões para o estrangeiro, não se esforçam sempre para dar o seu melhor em campo pelo clube que os forma.

Mas acho que este assunto merece uma reflexão à parte.


A coisa tem sido mais ou menos assim, ultimamente (salvo honrosas excepções, o que não se verificou hoje):

- Jogos contra adversários mais fracos: quase todos a fazerem marcações em cima e faltas sucessivas, com a complacência dos "incompetentes do apito" - daqui saíram os jogos mais difíceis;
- Jogos contra adversários mais fortes: a jogarem o jogo pelo jogo, o que explica em parte as boas exibições que contra a maioria deles fizemos (Roma, Porto, etc.);
- Sistema de jogo nos jogos mais difíceis: chuto prá frente;
- Miguel Veloso às voltinhas sobre si próprio, antes de fazer um passe curto;
- Abel a atacar com perigo mas a perder muitas bolas na transição defesa-ataque;
- Ronny com uma velocidade certamente conseguida à base de Valium's;
- Romagnoli só nas tentativas de criar jogo;
- Tiago a ficar a meio nas saídas às bolas (ver o segundo golo);
- Izmailov... Izmailov? Hoje jogou?
- Moutinho a pôr as mãos na cabeça após o 364º remate para fora...
- Liedson a esforçar-se imenso;
- Purovic a jogar meia hora e a não perceber bem onde é que é suposto jogar;
- Djaló a tropeçar na bola, após uns sprints bastante interessantes;
- Polga e Tonel a tremerem com tanta lentidão no meio-campo.

Depois, lesionados estão Derlei, Pedro Silva e, hoje, Vukcevic (lutador incansável) e Stojkovic (jogo de pés a melhorar mas bastante segurança entre os postes).

No banco, temos: Paredes, Farnerud, Bruno Pereirinha, Celsinho, Had, Gladstone... e mais uns quantos que pouco ou nada têm jogado.

A juntar a tudo isto, temos um treinador que, ultimamente, tem sido o primeiro a travar a euforia de alguns adeptos quando as exibições ou os resultados a isso levavam - apesar de ser sensato, não me parece ser essa a sua tarefa - e a criticar/desmoralizar a equipa quando ela se exibe mal (como se não fosse nada com ele...), com umas análises pós-jogo que mais parecem feitas por um tipo que está fora do clube.

Se calhar, lá no seu íntimo, até estará...


Espectáculo!


Acho que o melhor seria começar desde já a preparar a próxima época - com as mais do que obrigatórias vendas para fazer mais milhões, algumas dispensas de erros de casting e um planeamento desportivo que contemple mais do que uma hipótese de sistema de jogo-base e vários jogadores de qualidade comprovada para posições-chave, para se poder ter hipóteses reais nas três ou quatro frentes (provas) em que estamos.

É que, a manter-se este estado de coisas - e acho que não vão mudar tão depressa... - parece -me que, nesta época, as nossas hipóteses de lutar pelo(s) título(s) são iguais ao título desta prosa: zero.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pela boca...

Hoje, dei por mim a combinar uma almoçarada com amigos por e-mail...


Não digam nada, Ok? :)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Porca miseria!

Como é que é possível? Que "galo"...

Este Sporting, 2 - Roma, 2 é o exemplo típico do "jogo-desilusão". Dominámos o jogo, conseguimos virar um resultado desfavorável, e depois não tivemos uma pontinha de sorte no final. Mas, para mim, não foi só falta de sorte.


Já não é de hoje: o Sporting, quanto a mim, não tem sabido jogar em contra-ataque. Hoje - e por mais do que uma vez... - houve ocasiões em que toda a malta na bancada via o passe óbvio, menos o jogador que era portador da bola! Isto, na minha opinião, só pode ser falta de treino. Só pode!

Agora o jogo: aqueles primeiros cinco-dez minutos foram horríveis! Os italianos entraram muito melhor, marcaram e dominaram. Era difícil ter havido um pior começo.

Depois, o Sporting acordou. Pegou muito bem no jogo, e conseguiu mostrar que este Roma é uma equipa perfeitamente ao nosso alcance. Mas completamente!

Tudo bem que lhe faltam, actualmente, alguns jogadores-chave - Totti, Aquilani e Taddei - mas, apesar disso, e para lhe ser superior, não bastava saber que estavam desfalcados: era preciso jogar mais, com vontade, com garra, com confiança. E foi precisamente isso que o Sporting fez. E fê-lo bastante bem!

Marcou-lhe dois golos - três, mas um foi, segundo parece, mal anulado - dominou o jogo, e só não foi capaz de o "resolver". Só...

Teve vários contra-ataques que poderiam ter sido perfeitamente decisivos, caso tivessem sido concretizados em golos. Mas não o foram, hoje. Nem hoje, nem ultimamente.

O Liedson, o Romagnoli, o Izmailov, o Polga e também o Abel (a espaços) fizeram uma joga das antigas! E só foi pena é que não tivessem sido mais eficazes nos tais contra-ataques que lá acabaram por fazer - mas de uma forma tão atabalhoada que nem se percebe... - e que teriam resolvido o jogo.

Depois, no último minuto (no último minuto!), num remate de longe, zás! - duas tabelas a mudarem a trajectória de um remate que parecia dominado, e golo. Lá veio o já-não-tão-supreendente-quanto-isso-balde de água fria. Ou melhor, gelada.

Agora, lá vêm os teóricos da bola com a mesma conversa de sempre: "quem não marca, arrisca-se a sofrer", "nestas competições, não se pode falhar", e outras tiradas de génio...

Tudo muito certo, digo eu. Mas a verdade é que aquele desvio de trajectória podia ter levado a bola ao poste, ou para fora, mas não: entrou. Aqui, houve muito azar. Azar a mais.

Parece-me que este resultado é também injusto, depois de tudo o que se viu. Mas de vitórias morais já estamos todos um bocadinho fartos...


Por isso, e concluindo, digo o seguinte: para se deixar de falar neste "triste fado", é preciso, primeiro, saber criar (treinar!) oportunidades para aumentar as vantagens no marcador e, depois, concretizá-las! - só assim se pode ficar a salvo dos "azares" que estes jogos podem trazer.

Mas foi pena!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

...

Mais um dia de desgraças: um atropelamento na cidade e uma colisão entre um ligeiro e um pesado (com o consequente despiste) numa autoestrada. Morreram um menino de seis anos, no primeiro caso, e mais de uma dezena de pessoas idosas, no outro.


Além de não haver nada lógico que consiga explicar porque é que estas coisas continuam a acontecer num país dito civilizado, em pleno século XXI, julgo que também é nestas alturas que se torna particularmente difícil "acreditar".

Nadir

"Manilla"

Está patente na Galeria do Diário de Notícias (Edifício DN - Avenida da Liberdade, 266, Lisboa), até 24 de Novembro de 2007, a exposição "Futuro", com obras de Nadir Afonso.


Gosto bastante do estilo. Como tal, recomendo!

domingo, 4 de novembro de 2007

Gould, Glenn Gould



Na sexta-feira passada, deram no canal Mezzo um programa sobre um pianista extraordinário – o canadiano Glenn Gould. Para mim, nessa altura, nasceu um intérprete a descobrir!

Curiosamente, aconteceu-me exactamente a mesma coisa após ter visto outro programa, também do Mezzo, sobre a violoncelista Jacqueline du Pré. É caso para dizer que isto é que é, efectivamente, "serviço público".


Glenn Gould nasceu em 1932, em Toronto, e cedo se destacou no piano. Veio, mais tarde, a tornar-se num daqueles "intérpretes-colosso" de música clássica. Foi, e é, um dos grandes intérpretes das famosas "Variações Goldberg", de Bach - tidas como a prova máxima para o piano.

Foi considerado, por alturas dos anos 70, o maior pianista do mundo. Mas era um tipo altamente excêntrico, e que tinha uma visão bastante diferente da interpretação.


Neste programa, gravado em 1974, Gould é entrevistado por um musicólogo (julgo que igualmente canadiano), e a conversa - sobre música, fundamentalmente - é intercalada com a interpretação de várias peças tocadas completamente de cor, e sempre sentado numa cadeira ortopédica feita pelo seu pai quando ele era ainda muito jovem (cadeira essa que sempre o acompanhou, até mesmo quando se encontrava quase desfeita!).


Apesar de ter começado cedíssimo a dar espectáculos, tinha como objectivo abandonar cedo a vida dos "concertos em massa" que caracteriza os grandes intérpretes. Dizia que era um desperdício de tempo, pois as melhores interpretações eram conseguidas na calma e interioridade de uma sala, um estúdio e, como tal, era também isso que ele queria fazer - gravar as suas melhores interpretações.

Na forma de falar, no conteúdo, na argumentação, parecia ser um tipo altamente erudito, apesar de ter um ar assim meio chanfrado... Tinha uma posição ao piano muito baixa, e frequentementemente, trauteava a música e fazia movimentos circulares com o corpo durante as interpretações, que eram sempre muito vividas, digamos.

Foi um estudioso profundo da vida e obra de muitos compositores, alguns completamente desconhecidos do comum dos mortais.

Faleceu aos cinquenta anos, em 1982, vitimado por um ataque cardíaco fulminante, numa altura em que se dedicava principalmente à gravação e à direcção musical - outra das suas grandes paixões.


Depois de uma boa hora a ouvi-lo, fiquei com a sensação de que este programa foi, digamos, um cartão de visita deveras impressionante para quem o conhecia apenas de nome - embora a fama de excentricidade e de domínio profundo e absoluto da técnica já fossem vagamente minhas conhecidas.

Acho que vou ter que ir à Fnac à procura de umas coisas para acrescentar às tais "Variações Goldberg", que por cá já moram... :)

Cinema na Linha


Parece que este ano somos nós os anfitriões. Eu acho bem.

Dêem uma espreitadela no site. Há por lá umas propostas bem interessantes!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Palha

Desde há já algum tempo que, diariamente, temos que gramar aquelas reportagens absolutamente assustadoras (de tão vazias que quase sempre são) sobre os treinos dos jogadores de futebol - os treinos, atenção! - dos chamados "três grandes".

Diariamente!

E mais: como se isso não bastasse, ainda temos que levar com as conferências de imprensa que se lhes seguem, onde os treinadores e um ou dois jogadores escolhidos para esse efeito fazem o ponto de situação da coisa!

(Se bem que, quanto a estas últimas, acho que só acontecem lá mais para a parte final da semana, quando os jogos já se avizinham. Acho eu.)

Espectáculo.

Estamos a falar de reportagens diárias de todos os principais canais de informação - televisivos e radiofónicos - em Portugal.


Digam-me, sinceramente: será que aquilo interessa a alguém?