sábado, 29 de setembro de 2007

Notas de um "derby" fraquinho


Mais outro empate, desta vez a zero, na Luz. Algumas notas "leoninas" sobre o dito:


- O Paulo Bento parece que ficou contente em ir empatar ao Estádio da Luz. Acho que esta não é a melhor postura. E aquela de pôr o Celsinho - que ainda não tinha jogado neste Campeonato - a dez minutos do fim não lembra ao diabo!

- O Benfica teve mais minutos de domínio de jogo, mas acho que houve mais oportunidades de golo para o Sporting.

- Não gosto do losango do Sporting.

- O jogo foi emotivo, por vezes, mas normalmente bastante mal jogado.

- O Paulo Bento põe o Farnerud a jogar para quê? Alguém sabe? Se sim, agradeço um esclarecimento.

- O Benfica abusou das faltas, algumas duríssimas, e beneficiou de uma arbitragem muito má, que perdoou cartões amarelos na primeira parte ao Leo e ao Katsouranis (por sucessivas faltas), e que deixou pelo menos um penalty escandaloso por marcar: uma "mão" do Katsouranis dentro da área, assinalada pelo fiscal de linha, cuja indicação não foi seguida pelo árbitro (porquê?).

- Se dizem que ficou por marcar um penalty sobre o Freddy Adu, então, na primeira parte, em que houve uma jogada/falta igualzinha sobre o Romagnoli, também ficou outro por marcar.

- Os guarda-redes defenderam bastante e bem. Até no remate-bomba do Rui Costa, que teve uma trajectória oscilante e, por isso, muito difícil de seguir, o Stojkovic defendeu como pôde e, na recarga, ainda tocou na bola para canto.

- No Benfica, o Rui Costa e o Di Maria jogaram bem, e no Sporting o mesmo se aplica ao Polga e ao Romagnoli.


Quem beneficia com esta coisa toda é o F. C. Porto, que não deve perder a oportunidade de se afastar dos outros dois "grandes".

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Regresso



No fim de Agosto - parece que já lá vai uma eternidade... - regressei do Luso. No dia da viagem, ainda houve tempo para fazer uma despedida à altura: o almoço foi na Malaposta, no "Pompeu dos Frangos" e, depois, seguiu-se um desvio a Aveiro.


O "Pompeu" já é uma instituição na vila da Malaposta. Fica perto da Anadia, atravessada pela antiga Estrada Nacional 1.

Numa altura em que nem sequer havia comboio, o correio era transportado em carruagens, que faziam o trajecto Lisboa - Porto (e vice-versa). Essas carruagens pernoitavam em vários sítios, sendo um deles a Malaposta. O "Pompeu" está instalado numa dessas estalagens, tendo nas paredes da sala principal azulejos alusivos a esse facto.



Serve umas costeletas de novilho a peso (normalmente muito consistentes, mas igualmente saborosas), e tem, além dos já tradicionais frangos assados (que são excelentes), um arroz de pato que pede meças a muitos que por aí andam.

E assim foi: para a despedida das férias, almoçou-se no "Pompeu". Vieram costeletas e arroz de pato, ambos deliciosos. Foram muito bem acompanhados por um daqueles vinhos frisantes que regam como poucos o belo leitão da Bairrada (essa grande instituição nacional, que bem merecia ser já uma das Sete Maravilhas de Portugal...), e que, também aqui, ajudam ao brilho da refeição.



Seguiu-se uma saltada a Aveiro, para apreciar a paisagem rural e urbana. Desta vez, infelizmente, não vieram ovos moles.

Ainda bem, senão a Susana (que já deve estar em estado de choque, a ler isto!) desistia de elaborar o meu plano personalizado de redução de peso. Se é que não desistiu já!...

É uma cidade bastante interessante, Aveiro: tem uma das melhores Universidades do país, um Hospital Central, tem praias fantásticas (Barra e Costa Nova) - embora por vezes ventosas e com águas bem frias - um peixinho à maneira, montes de doces igualmente à maneira, comércio local, está próxima de outras capitais de distrito, tem bons acessos... Deve ser uma boa escolha para se viver.


Por tudo isto que vos fui (d)escrevendo, e também por ter matado saudades de amigos de longa data - a família Alegre, a Teresa, a Eliana (que já não via há anos!), e muitos outros - soube muito bem este meu périplo pela Bairrada e arredores, oportunamente interrompido por uns excelentes dias na praia.

Que haja mais, para o ano que vem!

Ida "à terra" - parte II - Viseu


Agosto, última semana. Mais uns dias na minha segunda terra, com direito a vários passeios, pequenos em distância, mas grandes em ar puro e em "lavagem da alma".


O primeiro foi a Viseu. A viagem faz-se muito bem de carro, e passa-se por um conjunto de pequenas cidades e de vilas onde, e para quem lá vive, se deve ter uma qualidade de vida de fazer inveja. Gostei particularmente de ter passado por Santa Comba Dão e Tondela. Acho que merecem uma investigação com mais calma.

Da ida a Viseu destaco dois pontos altos: o almoço no "Cortiço" e a visita ao Museu Grão Vasco.

Do "Cortiço" já se sabe muita coisa: é um excelente restaurante, de fama internacional, baratinho, com um serviço excelente e com uma variedade de pratos (principalmente de carne) muito grande.

Pois lá tiveram que vir as entradas da praxe - as morcelas e as linguiças - seguidas de um belíssimo "Arroz de pato à antiga", acompanhado de um branco da casa, tendo sido rematada a coisa com um requeijão com doce de abóbora. É ver para crer:




Depois, à tarde, foi-se rever o Museu Grão-Vasco, ex-libris da cidade.

Reparem bem, agora:

Vasco Fernandes ("Grão-Vasco"; c. 1475 - c. 1542): "S. Pedro";

Silva Porto (1850 - 1893): "Macieiras em flôr";

Marques de Oliveira (1853 - 1927): "O areinho";

José Malhoa (1855 - 1933): "À sombra da parreira";

António Ramalho (1858 - 1916): "Casa de Valmoreira";

João Vaz (1859 - 1931): "Praia da Póvoa de Varzim".

Acima, estão apenas alguns exemplos das obras magníficas que aí se encontram. O S. Pedro, de Vasco Fernandes dispensa grandes apresentações: é a obra maior deste Museu. As restantes são obras de diversos pintores do movimento dito Naturalista (que abrange a segunda metade do Séc. XIX, e no qual se incluem os maiores nomes da chamada "Escola do Porto") que, quanto a mim, estão ao mesmo nível de alguns dos mais famosos Impressionistas.


Como é bom de ver, parece que não faltam motivos para visitar a capital da Beira Alta...

O Trio Maravilha


Sting, Stewart Copeland e Andy Summers. Os Police.

Estiveram cá a tocar na terça-feira no Jamor, e deram um concerto do caraças!

Para lá chegar, fomos de comboio. E safámo-nos bem: conseguimos chegar à estação da Cruz Quebrada por volta das 19h40m. Depois, foi a ida a pé até ao estádio, onde cheguámos por volta das 20h.

Infelizmente, houve muita malta que nem sequer deve ter conseguido entrar no estádio, tal foi a confusão no trânsito... Um verdadeiro caos!

Sempre gostei bastante dos gajos, mas nunca fui assim um "fã, fã". E se já conhecia bem o Sting, como a maioria da malta, fiquei de boca aberta com os desempenhos dos outros dois penduras!

Quem quiser, vá dar uma espreitadela aos numerosos vídeos deles que estão no Youtube; para terem uma ideia do gozo que lhes deve estar a dar esta reunião, recomendo as actuações mais recentes, em especial uma nos MTV Awards, onde o Copeland dá um verdadeiro show na bateria!

Eles tocaram todas as músicas que lhes conhecia. Todinhas! Até nem me lembrava de algumas delas, já... Eis a set list:

- Message in a Bottle
- Synchronicity II
- Walking On The Moon
- Voices Inside My Head
- When The World Is Running Down
- Don't Stand So Close To Me
- Driven To Tears
- Truth Hits Everybody
- Hole In My Life
- Every Little Thing She Does Is Magic
- Wrapped Around Your Finger
- De Do Do Do De Da Da Da
- Invisible Sun
- Walking In Your Footsteps
- Can't Stand Losing You
- Roxanne

- King Of Pain
- So Lonely
- Every Breath You Take
- Next To You

Acho que não falta nenhuma "daquelas", não é?

Outra coisa: é impressionante ver a evolução dos ecrans gigantes ao longo destes já mais de vinte anos de concertos de estádio "a sério" em Portugal. Havia cerca de sete ecrans no palco, todos eles com uma definição fantástica. Uma maravilha da técnica, digo eu!

E as luzes? Quase tudo à base de jogos com encarnado, amarelo e azul, tipo Synchronicity. Simples, sim, mas com muita pinta, atenção!

Ponto francamente negativo: o frio danado que 'tava no estádio! Horrível! Se não fossem um kispo (estive para escrever aqui anorak, mas achei melhor não...) e um pullover levados assim "só naquela", tínhamos gelado completamente!


Foi um espectáculo! Por mim, ia vê-los outra vez pró ano! Mas, aí, já levava um blusão de inverno...

Inguinalices

Já 'tá despachada a minha hérnia inguinal! :)


"Tratei dela" na quarta-feira passada, ali na Clínica de Todos-os-Santos. Correu bem, parece. Agora, é a fase dos pensos e do retirar dos pontos.

Fiquei literalmente agrafado! Parece que os pontos modernos agora são assim...

Agora, recomenda-se descanso. Tudo bem.


'Tamos aí. :)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Alcateia

Getty Images (c)

Termina hoje a fantástica campanha dos nossos "Lobos" na Taça do Mundo de Râguebi.

Até nisto se vê que este râguebi não tem nada a ver com o futebol: perdemos os três jogos que fizémos, e por margens que não deixam dúvidas sobre as diferenças entre nós e os adversários (apenas os 31-5 com a Itália é que revelam maior proximidade de desempenho), mas a forma como os jogos decorreram valeram-nos, por parte dos críticos, dos adeptos, dos adversários e até da organização (dois prémios de "Man of the Match" nesses três jogos!) os mais rasgados elogios.

Somos, e fomos, a melhor equipa amadora do râguebi mundial.

É claro que este desporto é altamente profissional, e isso notou-se, durante os jogos. Mas foram precisamente os nosso adversários profissionais os primeiros que nos elogiaram, enaltecendo não só o enormíssimo esforço feito cá no burgo para que conseguissemos chegar onde chegámos, como, e principalmente, a vontade, o prazer e a qualidade que mostrámos sempre que entrámos em campo.

Hoje, encerra-se este capítulo. Escrito com muito esforço, muito trabalho, muita garra, muito "coração", grande brilhantismo, grande à-vontade e muita alegria posta em campo.

Jogamos com a Roménia, o único jogo onde temos hipóteses reais de vencer.


Para mim, sinceramente, o resultado não é o mais importante. É óbvio que seria espectacular se vencêssemos (fechávamos com a chamada "chave de ouro"), mas acho que já ganhámos muito mais do que o jogo de hoje.

De do do do, de da da da

É hoje! :)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Marcar passo


2-2 no Sporting - Vit. Setúbal.

Num relvado em péssimo estado (começo a acreditar que só no Sporting é que estas coisas acontecem: quatro anos depois da inauguração do estádio, já vamos prá "quinta relva"...), jogámos a sério apenas durante quarenta e cinco minutos. Não pode.

Além disso, levámos dois golos de uma forma "estranha" - no mínimo.

Acho que o Stojkovic precisa de descansar; entretanto, aproveitava para treinar e melhorar o jogo ao pé, fundamental em qualquer guarda-redes.

As coisas já de si são difíceis - são várias competições em simultâneo para uma equipa manifestamente curta, várias lesões, algum desequilíbrio entre sectores, uma lentidão de jogo que não se percebe, etc... A jogar assim, então, é impossível! Uma equipa que luta para ser campeã não pode perder dois pontos desta maneira.


Assim, não vamos lá.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Do svidaniya!


Cá para mim, aquele presidente do Chelsea F. C. só tem é dinheiro...

Fez tantas ou tão poucas que (parece que já está confirmado...) acabou por conseguir mandar embora o "Special One". Acho que foi a última das asneiras e, talvez, a maior de todas.


Vamos ver agora como é que o Chelsea vai reagir, desportivamente falando.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pena


O meu Sporting perdeu, hoje, com o Manchester United, para a Liga dos Campeões. Mas perdeu mal.

Uma coisa é a diferença entre a experiência, o traquejo, a velocidade, a preparação física, o nome dos clubes. Aí, nada a dizer. E algumas desssas diferenças viram-se hoje em campo.

Além disso, este era, talvez, o jogo mais difícil em casa.

Outra, é o chamado "jogo jogado". E nisso, hoje, chegámos a embarrilar este "colosso do futebol europeu".

Pode ter sido uma decisão táctica dos ingleses mas, na primeira parte, o Sporting dominou claramente o Manchester. Teve oportunidades de golo, mas não as concretizou - por mérito, diga-se, do gigante guarda-redes holandês dos red devils, o Edwin van der Sar.

Na segunda parte, foi-se um bocado abaixo. O Manchester acelerou, e marcou. E logo pelo Ronaldo...

Ficou-lhe bem, não celebrar, e até pedir desculpa! Tal e qual o Figo, quando o Sporting jogou em Milão, no ano passado... lembram-se?

Ainda houve pelo menos uma excelente oportunidade para empatar mas, em recarga a outra enorme defesa do van der Sar, o Yannick Djaló mandou a bola prás núvens...

Para mim, este tipo ainda não tem categoria suficiente para jogar a este nível. Talvez se faça. Mas, para já, está, literalmente, "muito verde".

Ou seja, no cômputo geral, o Sporting não mereceu perder. Mas o que conta são os golos, e nestas provas, quem não marca...


Foi pena. Esta campanha da Champions começou mal. Mas pode ser que acabe melhor... Espero q sim. :)

Crescimento


Mais uma vez, e apesar de mais uma derrota - contra a Itália, por 31-5 - o râguebi luso fez questão de mostrar ao mundo que se está a desenvolver, que está a crescer.

A Itália, há coisa de uns dez meses, passou-nos positivamente a ferro, em jogo a contar para a qualificação para esta mesma Taça do Mundo: 83-0. Foi um massacre; talvez tenha sido o pior jogo que fizemos em muitos anos.

Esta Itália já se tornou, em cerca de uns dez anos, na sexta equipa da Europa. O famoso Torneio das Cinco Nações tornou-se no Torneio das Seis Nações, com a Itália a meter-se na luta pelo troféu. E, se nos primeiros anos, levava umas cabazadas jeitosas, já conseguiu ficar, este ano, em quarto lugar. Isto é evolução, crescimento.

Por tudo isto, era difícil, à partida, fazer um bom resultado.

Não sei bem o que seria um bom resultado, diga-se de passagem: uma derrota por poucos? Ou não permitir os quatro ensaios aos italianos, que dão direito a um ponto bónus? Marcar mais do que um ensaio?

Parecia ser impensável lutar pelo resultado. Mas o facto é que, ao apresentarmos uma defesa tenaz, uma maior concentração e uma variação de jogadas no jogo dos médios (o "9", o de formação, e o "10", o de abertura), alternando o jogo ao pé com o jogo à mão, com bastante "fluidez", talvez, chegámos a assustar os gajos!

Aliás, foi de tal forma sintomática a qualidade do jogo português que o prémio de "Homem do Jogo" (instituido pela Federação Internacional de Râguebi - IRB) foi, pela segunda vez em três jogos que já fizemos, para um português! Desta vez, foi atribuído ao número "9", o José Pinto. Espectáculo! :)

Perdemos, é verdade. Mas temos vindo a melhorar, de jogo para jogo. E isso vê-se. Vêem os adeptos e, também, as pessoas ligadas mais directamente ao jogo - e, por isso, talvez alguns destes jogadores emigrem, e se tornem profissionais em equipas de prôa, lá fora.

De referir também que foi completamente ultrapassada, do ponto de vista psicológico, a pesada derrota de Sábado com os neozelandeses. Acho que a nossa equipa técnica fez, também aqui, um excelentíssimo trabalho! É que, apesar das (muita) coisas boas que saíram desse jogo, sempre foram noventa e cinco pontos de diferença...


Agora, falta a nossa "final": o jogo com a Roménia, no próximo dia 25. Se ganhármos, é o brilharete! Se não, também não faz mal, pois parece-me que já provámos que merecemos estar entre a elite deste "jogo da oval".

Sketch for Pitx

Para o meu querido amigo (de longuíssima data) Pedro Jaime.



Irmão, ainda mexem, estes tipos!...

Tudo bem que não é o LC, mas... o espírito da coisa ainda 'tá lá. E aquela(s) guitarra(s), meu Deus!

Não há outro som igual. E ainda bem! :)


Vai lá ouvir isto, pá!

Editors

Parece-me que estes tipo tocam umas coisas.

Bem sei que são mais uns daquela onda revivalista de rock alternativo, tipo eighties, que está muito na moda, mas...

Este é bom - comprei-o, e ando a ouvi-lo.


Este saiu agora, e ainda não o ouvi.


Vêm cá em Novembro, e tocam no Pavilhão do Restelo.

Lembrei-me agora de um enormíssimo concerto nesse pavilhão, há uns bons quinze anos: os James, com os Radiohead na primeira parte (não mereciam mais, diga-se!).

Estávamos na altura do "Creep" destes últimos e do "Seven" dos primeiros (o seu melhor álbum; parecido, só o "Laid"), e estava tanta malta lá dentro que pingava do tecto, tal era o calor e a "núvem" que se formou!... :)

Outros tempos.



Acho que vou lá vê-los.

domingo, 16 de setembro de 2007

Allgarve



Duas semanas em Areias de S. João. E com espaço para se estar na praia! Acreditam? Eu também não, se não tivesse lá estado.


Ia com algum receio de ir parar mesmo no meio da "molhada" (dos bifes, dos holandeses, dos portugas, etc.). Afinal de contas, sempre é coladinho a Albufeira. Andei a ver no Maps onde era o sítio, falei a montes de gente, mas não fiquei com nenhuma indicação. Nem para o bom, nem para o mau.

Pois a verdade é que correu bem melhor do que o esperado! Talvez porque as expectativas não eram muito elevadas (bem pelo contrário!)...

Para começar, o apartamento era porreirinho. A logística de limpeza também funcionou bem, o que nem sempre acontece. E depois, ia-se a pé para a praia.


A praia do local, a do Forte de S. João (ou dos Alemães), era assim pró pequeno; tinha uma pequena falésia rochosa por trás, e não tinha assim muita areia até chegar à água. Ou seja, o caminho era a descer, desde o apartamento até à areia. Mas a distância era pequena.

Tinha umas rochas granditas dentro de água, mas viam-se, independentemente da maré. A areia estava limpinha, e a frequência era praticamente só a malta dos aldeamentos das redondezas. Ou seja, não havia os "milhões" que imaginava que inundavam estas paragens (pelo menos por aqui, não...).

Nunca me passou pela cabeça não haver vizinhança num raio de praí uns quatro ou cinco metros!...

Dava para umas grandes passeatas - não é, meninas Susana e Mónica? A água esteve um bocado gelada, na primeira semana (segundo soubemos, não foi só lá). Depois, melhorou substancialmente. Apesar disso, os banhos foram sempre bons. Até a Dora ia à água!

Ok, era depois de uma meia hora de preparação, bem sei, mas ias! :)

Pontos altos, além dos já mencionados: o pouco vento; o só ter chovido no dia de véspera do do regresso (!!!); a relativa proximidade da "civilização" - não se estava bem muito próximo, nem muito longe, fosse para o que quer que fosse; os inúmeros banhos refrescantes, com pouca ondulação; os bares com os Sky Sports; as jantas no "Panacee" - onde se comeram umas boas postas de salmão, sempre acompanhadas por umas saladas muito bem temperadas (e eu nem sequer sou assim um fã de saladas!...); a simpatia (!!!) das muitas pessoas empregadas nos diversos serviços para com os turistas portugueses; ninguém adoeceu; o franguinho "à Guia" no Teodósio, quando fomos buscar a Susana e a Catarina; o risotto da Mónica (babe, 'tava ao nível do que se come na "Itália", em Coimbra!), em que até eu colaborei:


Menção ainda para um "Serras de Azeitão" tinto, de 2005 e para as minhas havaianas "à Sporting". :)


Confirmação de uma "excelência": a tradicional ida ao fantástico "Bate Que Eu Abro", em Altura - restaurante simples, acessível, discreto, com um atendimento muito simpático e "nada algarvio" (sem horas de fecho, digamos assim), e que tem uma entrada de barrigas de atum, uma feijoada de gambas e uma tarte de alfarroba únicas em todo o Sotavento Algarvio!


Descobertas: os "Adagio Magro Sublime", de vanilla cookies; os novos Magnum - especialmente o Java; existem ingleses discretos; o "Moiras Encantadas", em Paderne - restaurante mais pró carote, mas com um serviço muito simpático e que nos apresentou uma excelente confecção dos diversos pratos, servidos numa zona exterior muito bem resguardada da rua; a requalificação da Manta Rota (praia, parques e acessos), a prometer melhor qualidade de vida numa próxima ida.

Pontos menos bons: pagar 2,70 € por um pacote de dez molas da roupa (mas que têm um design fantástico, atenção!); a falta de pão quente nas redondezas.



Valeu bem a pena! Para o ano, queremos mais. :)

Esperança

Passaram apenas dezasseis dias desde que regressei a Lisboa, vindo das semanas de férias da praxe.

Depois de um recomeço duro, para o qual tinha high expectations (que não foram minimamente atingidas, diga-se), acho que não me importava de ir outra vez de férias.

Não me parece que isto esteja muito certo, mas é assim mesmo. Talvez, se o fizesse, algumas pessoas também fossem de férias, aproveitassem para respirar (bem) fundo e esquecessem por algum tempo o trabalho que fazem (?). Depois, viriam revigoradas, e talvez com outra perspectiva para um "ano novo" que agora começa.


Espero que as coisas melhorem.

sábado, 15 de setembro de 2007

Dignidade e Bravura


Como era de esperar, a selecção nacional de râguebi perdeu hoje, e de uma forma clara, o jogo contra a melhor equipa de râguebi do mundo, a Nova Zelândia. O resultado final foi 108-13. E foi um jogo limpo, puro, de râguebi.

Eles marcaram montes de ensaios. Mas nós também marcámos um, e aqueles treze pontinhos no marcador final foram (são!) inesquecíveis!

Foi um ensaio "de avançados"!!! Aos All Blacks! Espectáculo! :)

Marcámos também o primeiro drop (pontapé de ressalto) da prova (!), pelo Gonçalo Malheiro, o nosso médio de abertura (o número dez). E ainda conseguimos converter uma penalidade pelo Duarte Cardoso Pinto, que substituiu o Malheiro.

É claro que eles são completamente "de outro Campeonato". E isso viu-se bem, hoje.


Relembro que Portugal ganhou, e bem! (e quão custoso foi!...), o direito de estar presente na Taça do Mundo de Râguebi. Como tal, iria ter o privilégio de enfrentar fosse que adversário fosse.

Calhou-nos em sorteio a Nova Zelândia - além da Escócia, da Itália e da Roménia. E ainda bem! Muitas das outras equipas que participam nesta prova há anos (começou em 1987, e decorre de quatro em quatro anos) nunca os enfrentaram.

Ou seja, os nossos "Lobos" já sabiam, à partida, que iam ter uma história para contar aos netos! Iria ser o jogo das suas (e nossas!) vidas, o jogo mais importante da história do râguebi português. Espectáculo! :)

O jogo foi hoje. E nós lutámos imenso, de uma forma digna, sabendo de antemão que iríamos perder por muitos, tal é a diferença de alturas, pesos, traquejo e ritmo entre ambas as equipas.


Só para verem, os nossos avançados (que jogam com os números que vão do um ao oito) pesam, em conjunto, 815 kg; os avançados neozlandeses pesam 913 kg...


Mas fomos bravos, hoje. Cantámos novamente o hino com muita emoção e sentimento. Respeitámos o haka neozlandês, jogámos à mão, sem medos, os avançados jogaram de peito aberto, e nunca virámos a cara à luta!




Até aos vinte minutos, só tínhamos permitido dois ensaios. Isto é muitíssimo bom! É claro que, depois, vieram ao de cima as tais diferenças.


Ou seja, caímos dignamente, de pé. E demos, julgo que por tudo aquilo que fizermos, e como fizemos, uma pequena alegria aos nossos fãs, no estádio e por esse mundo fora! :)



Acho que é (também) de exemplos como este que temos falta, aqui no nosso burgo. Não só no desporto, como na vida. E, para aprender, nunca é má altura , não é?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pêras e C.ª - II

Depois de ter visto umas quinhentas vezes em repetição (de frente, de lado, e de mais uns quantos ângulos) todas as cenas da "pêra do momento", acho que só foi pena o Scolari não ter acertado a sério no sérvio.


Recapitulemos a parte decisiva dos acontecimentos:

- O Dragutinovic estava com vontade de ir dizer umas coisas a alguém (assim num jeito calmo-tipo-balcãs que, de vez em quando, se vê nesses moços);

- O Felipão viu, e interpôs-se no seu caminho, pondo-lhe a mão no peito - como quem diz "Tu tem lá calma, irmão; olha que o gajo é fresco, também!" - tentando pará-lo;

- O sérvio, como não gostou nada dessa mãozinha, zás!, toca de lhe dar uma panada; consta que também lhe disse umas coisas em castelhano, mas aqui, não sei, não... Eu, pelo menos, fiquei com a sensação de que nem houve tempo para isso;

Com essa atitude, o sérvio demonstrou uma falta total de respeito para com o nosso seleccionador - uma pessoa mais velha, da equipa adversária, muito experiente nestas coisas, e que até estava a tentar acalmá-lo. E pôs-se a jeito.

- Nessa altura, o Felipão, que é gaúcho (deve ter, também por isso, "pavio curto"), que 'tava danado com a elevada qualidade do trabalho do árbitro, e que andava já a sentir-se um bocado pressionado por todos os lados (deve ser lixado não acertar com o fio-de-jogo da nossa equipa), passou-se, não se ficou (e bem!), e atirou-lhe um punho à cara.

Só acho é que, já que perdeu as estribeiras, mais valia ter-lhe acertado a sério. É que aquilo não foi nem um murro, nem um estalo, nem um ameaço, nem nada! Foi uma pêra muito mal dada, que ficou no ar... E o sérvio merecia, pelo menos, um valente "chega pra lá". No mínimo!

Aliás, segundo sei, ele foi expulso por causa disto.

Mas quem é que ele se julga?

Quer dizer, nós fomos correctos o jogo todo, o árbitro rouba-nos dois pontos, um deles atira-se pró chão, no finalzinho, a fazer fita, nós não devolvemos a bola (e bem!), e aquele gajo ainda se vem armar em parvo? Haja pachorra!


Foi pena, foi...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pêras e C.ª


O homem passou-se!

Bem sei que não jogámos grande coisa (mais uma vez!). Bem sei que o árbitro roubou-nos. E também sei que as coisas não nos estão a correr lá muito bem, nesta fase de Qualificação para o Euro 2008.

É bom lembrar que, apesar de estarmos a dois pontos do segundo lugar, temos um jogo em atraso. Bem, mas já não sei é se isso é bom, ou não...

Seja o Luis Felipe Scolari, que é o principal responsável "de campo" pela nossa selecção nacional de futebol, seja outro qualquer, não pode sequer ameaçar dar uma pêra num jogador adversário, quanto mais dar-lha! E nas circunstâncias em que foi (já com o jogo acabado, e sem sequer ter sido directamente ameaçado), ainda menos.

É que ficamos, ele e nós, (ainda mais) mal vistos lá fora. E arriscamo-nos a ter um treinador (?) castigado.

Quem não gosta do Scolari, vai ter muitas oportunidades para malhar nele mais um bocado; quem o defende, vai ter muito trabalhinho.

Acho que, agora, deve haver muita gente a querer começar uma novela, daquelas mesmo "à portuguesa", chamada "Demitem-no ou demite-se?"...

E que dizer daquele "artista" espanhol, treinador da Sérvia, o Javier Clemente? Que lindo menino...


Seja como for, o que é um facto é que nós voltámos a não jogar bem. E o principal responsável por isso é ele.

Ai...

Ontem, no Portugal - Sériva em futebol, o melhor jogador português em campo foi, para mim, o Bosingwa.

Acho que está tudo dito.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Ida "à terra" - parte I


Agosto, primeira parte: quatro dias nas Termas.


Foi muito bom matar saudades de um ar como nunca haveremos de ter numa grande cidade. Excelente tónico para descansar, após um ano de muitos trabalhos, muitas "tricas" entre departamentos, mas também com muita aprendizagem. No meio disso tudo, felizmente, alguma boa camaradagem (ainda!).

Foi o reencontro com o Luso mais profundo, infelizmente cada vez mais fechado sobre si, sem evolução significativa, com cada vez menos pessoas, cada vez mais atrasos... Enfim, uma pena. Mas, ao menos, os pequenos-almoços na Alegre continuam ao mais alto nível: sumos, leite com chocolate, pão de Sula, bolo e doces. Espectáculo! :)


Os "castanheiros" estão, também eles, na mesma. Ficam ali numa das estradas que vão do Luso para Mortágua. Mas aqui, sim! Estas coisas são de manter! Têm que se manter!

É um daqueles sítios onde se pode inspirar fundo sem medos, caminhar à vontade (aparece um carro de dez em dez minutos...), e fazer, preferencialmente de manhã, cerca de seis quilómetros (ida e volta à aldeia de Monte Novo, na estreia de uns Timberland todo-o-terreno que tornavam aquelas "esticas" em passeios quase suaves) para digerir o tal repasto matinal.

Até aqui fazes falta, João! Para os jogos da malha, para os teus preciosos ensinamentos de bilhar, para discutirmos o "teu" Access ou a nova versão do Windows, para comermos uns Feast's a seguir ao almoço... Lembro-me sempre disso lá em cima, pá!



Escusado será dizer que, por volta do meio dia, a fomeca já regressava.

Os almoços foram n' "O Cesteiro". Sala quase vazia, mas comida bastante aceitável. Longe vão os tempos das esperas por uma mesa...

À tarde, "A Fórmula de Deus", primeiro e, depois, ainda deu para o começo d' "A Vida de Pi". Da "Fórmula", gostei. Apesar de algumas situações um pouco inverosímeis, trata de vários assuntos bastante interessantes - religião, história e física nuclear, principalmente. Deve ser um daqueles livros "trucidados" pela crítica mais erudita, mas eu gostei.

Depois, uns mergulhos para desanuviar, e uma janta mais levezinha no Café do Casino, ou na Casa de Chá (dos sempre atenciosos e eficientes Mafalda e Pirico), pois que isto de ter noventa e tal quilos não pode continuar. A sério! Não era também altura para grandes dietas, mas... abusar sim, mas pouco!

Com os conselhos preciosos da minha nutricionista, pró ano, já devo 'tar como quero. Espero eu!


"Bai naite", as minis da praxe e umas jogatanas de snooker completamente enferrujadas, mas feitas com o prazer de sempre - Nuno, apesar de tudo, sempre chegámos prós gajos, pá! :)


No meio disto tudo, ainda houve tempo para uma ida à estação (primeiro prémio da "Estação Mais Florida de Portugal", em 1957; actualmente, tem muito pouco movimento, mas ainda recebe a passagem do Sud-Express!), um belo almoço no "Virgílio dos Leitões" - o bicho 'tá quase sempre muito saboroso, lá! - e uma jantarada na "Itália", em Coimbra, onde pude, mais uma vez, confirmar que aquele risotto gamberetti pede meças a muitos pratos "italianos"!


Passaram a voar, esses dias. Mas souberam muito bem!

"A Portuguesa"

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Cestos


Excelentíssima prestação do basquetebol português na fase final do Campeonato da Europa, que está a decorrer em Sevilha!

O sorteio colocou-nos num grupo tramado, com a Espanha (actual campeã mundial), a Croácia e a Estónia.

Começámos por perder naturalmente com os dois primeiros, mas conseguimos vencer a Estónia. Para passar à fase seguinte, precisávamos que a Croácia vencesse a Espanha, que já não perdia há muitos jogos. Mas a Croácia venceu mesmo! E nós lá conseguimos avançar na prova.

Entretanto, já jogámos (e perdemos) com a Rússia, e ontem vencemos Israel. Falta-nos jogar com a Grécia (actual campeã europeia...). É muito difícil, embora não impossível, passar novamente à fase seguinte - estamos dependentes novamente de terceiros.

Seja como for, já mostrámos que sabemos jogar umas coisas mais a sério, e já estamos mais adaptados aos jogos com os maiores.

Temos visto grandes lançamentos triplos, domínio das tabelas, afundanços, e processos simples para atingir o cesto adversário. Muitos não esperavam que jogássemos assim; mas acreditem que é verdade. Grande mérito para toda os jogadores e para o nosso seleccionador, o russo Valentyn Melychuck, que já cá trabalha com eles há uns anos!

De resto, há algumas semelhanças entre a presença nesta prova e a da selecção nacional de râguebi na Taça do Mundo: são confrontos com os maiores da modalidade, é tempo para ganhar experiência em jogos internacionais, vê-se um apoio maciço de emigrantes portugueses às selecções nacionais, e os nossos jogadores estão a ter um desempenho excelente, claramente a superarem-se nestas duras provas.


É para que se veja que há vida desportiva em Portugal para além do futebol. E ainda bem que assim é!

Gentlemen

Quando passarem os olhos por uma das transmissões televisivas de râguebi que agora andam a dar, reparem bem no respeitinho que aqueles blocos maçicos, que têm normalmente mais de um metro e noventa e bem mais de cem quilos, têm pelos árbitros.

São, normalmente, uns gentlemen.


Tal e qual os jogadores de futebol...

domingo, 9 de setembro de 2007

O Esplendor de Portugal


Quem viu, não esquecerá: as imagens dos jogadores portugueses da selecção nacional de râguebi cantando hoje, a plenos pulmões, o Hino de Portugal, no jogo de estreia na Taça do Mundo.

Este momento foi, para mim, um dos mais arrepiantes, mais emocionantes, mais sentidos, mais "portugueses" e mais bonitos que alguma vez vi na televisão. Foi um momento único!

Bela estreia!


Tivemos uma bela estreia na Taça do Mundo de Râguebi!

Perdemos contra os escoceses por 56-10, mas fizemos os gajos sofrer um bocado! Nunca tivémos grandes hipóteses de jogar taco-a-taco, mas jogamos muito bem.

Contestámos as bolas todas, lutámos até à exaustão, e marcámos um ensaio excelente! E só não marcámos mais uns dois ou três por pouco... Uns por faltas de concentração, julgo que resultantes de falta de traquejo em jogos a este nível, outros por algum azar.

Relembro que todos os jogos de Portugal são embates entre jogadores profissionais e os nossos Lobos amadores...

Este desempenho luso foi excelente! Uma estreia que nos enche de orgulho. Digo eu.


E agora, a cereja no topo do bolo: o man of the match, eleito pela organização, foi o nosso capitão, Vasco Uva! Espectáculo!


Venham agora os All Blacks! :)