sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A banhos

Vou arejar.

Aliás, já estive a banhos uns dias. Soube a pato! Ou melhor, a leitão.


Pequenos almoços absolutamente calóricos, almoços beirões, caminhadas diárias revigorantes, uns valentes mergulhos na piscina, bastantes Mini's, umas partidas de snooker, para matar saudades, deitar cedo, acordar cedo, e "A Fórmula de Deus".



Para começar, não está mal.

Agora, vêm uns dias de praia. Depois, mais um pouco de ar puro.


Até mais logo, então! :)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

'Vó Didi

Se fosse viva, faria hoje cem anos.


Tive a pouca sorte de só ter vivido nove anos e meio na sua companhia. Por isso, a lembrança que tenho da minha avó Didi é mais fraca do que desejaria.

Mesmo assim, e apesar da pouca vivência que tivemos, nunca esquecerei aquela frágil figura maternal, cheia de personalidade, de elevação, que lia imenso (aconselhou à minha Mãe um livro para mim que, mais tarde, vim a adorar – “A Cidade e As Serras”), que cozinhava excelentemente – sempre que como uns "Carapaus Assados com Molho à Espanhola", sorrio e lembro-me dela, e os meus Pais também suspiravam pelo "Coelho à Caçadora" que ela fazia – e que adorava ter os netos lá em casa!

Teve uma vida difícil, cheia de trabalho, de saúde precária. Mas conseguiu criar dois filhos – um dos quais sobreviveu à Guerra de África numa Angola que não fazia prisioneiros –, dando-lhes, juntamente com o meu Avô Abel, “aquela basezinha” que hoje já vai faltando.

E não me parece que fosse pessoa de se queixar muito.

Ainda passei umas belas férias de Verão na sua casa da Madredeus, onde aprendi a andar de bicicleta, a gostar de futebol, a ver os filmes do Errol Flynn na Philips a preto e branco da sala. Passava tardes consecutivas a estacionar o meu magnífico triciclo entre dois vasos enormes, ajudava o meu Avô a mudar a água dos peixes que tínhamos num aquário de quintal, forrado a pedras, escrevia à máquina, e brincava com os meus LEGO's e com os carrinhos da Matchbox que para lá levava. E foi na “casinha” que o meu Avô tinha nesse quintal que nasceu o meu imenso gosto pelos trabalhos em madeira, que ele dominava como poucos.

A viagem para lá também era gira: passávamos sempre pelas “luzes amarelas” – nome que dei a um dos túneis que havia na altura (seria o da Avenida dos E.U.A., certamente).

Muitas das histórias dela, de que vim a saber mais tarde pela minha Mãe, fizeram com que tivesse passado a admirá-la imenso. Tudo coisas ligadas a sabedoria de Vida, a gestos, a gostos, a opções, etc.


No meio disto tudo, só tenho pena de não ter estado mais tempo ao pé dela. Acho que precisava, como também (e principalmente) a minha Mãe e o meu Tio, dos seus ensinamentos, dos seus conselhos, da sua visão madura da Vida – como penso que todos nós precisamos de ouvir dos nossos velhotes mais queridos (apesar de, muitas vezes, nem lhes darmos o valor que merecem). E, permitam-me esta presunção, gostava que ela tivesse visto o neto a crescer. :)

Mas quero crer que viu, e que ainda nos segue atentamente, onde quer que esteja.


Parabéns, ‘Vó! Um grande beijinho deste seu neto que a adora, e que vai tentando estar à altura do que ainda me conseguiu ensinar.