quarta-feira, 27 de junho de 2007

À moda antiga


Ontem à noite, estava a passar esta filmalhada no AXN. Fiquei, como acontece sempre que o apanho, preso a vê-lo. É a chamada "cobóiada à moda antiga". :)

Numa altura em que muitos já davam o western como um género acabado, eis que surge, em 1985, esta maravilha: "Silverado".

Nesse tempo, apenas o tio Clint se arriscava a fazer umas coisas - bem giras, por sinal! - tipo "Pale Rider". Pouco mais havia.

Dirigido pelo Lawrence Kasdan, que fez muitos dos filmes de que mais gosto, tem um elenco que, por si só, diz quase tudo: Kevin Costner, Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Brian Dennehy, Rosanna Arquette, Jeff Goldblum, Linda Hunt, John Cleese (!!!) ... Julgo que poucos filmes se podem orgulhar de terem um cast assim.

É movimentadíssimo, divertido, embora também tenha, por vezes, momentos bastante dramáticos, tem os "bons" e os "maus", e uma história que, não sendo assim muito original, está muito bem contada.

A partir deste monumento, surgiram outros, dando a este género um novo fôlego. Destaco três, igualmente fantásticos: "Unforgiven", novamente do tio Clint, "Wyatt Earp" e, mais recentemente, "Open Range", ambos igualmente do Lawrence Kasdan.


Estes filmes são, quanto a mim, e dentro deste género, muito bons. Só que este foi, e continua a ser, um marco. Um must!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Hóquei, está na altura de evoluir!


Há muitos anos, mais ou menos na mesma altura em que davam na rádio o Rali de Portugal (!), eu adorava o hóquei em patins!

Ouvia frequentemente os relatos, muitas vezes com os excelentes e, até hoje, inigualáveis, comentários do "mestre" Luís Gouveia. E lembro-me de ouvir nomes tão sonantes como os de Ramalhete, Livramento, Xana, Sobrinho, Picas, Piruças(!). Jogavam imenso e, melhor do que ouvir o nome deles na rádio, era vê-los na TV. Era um espectáculo!

Em Portugal, havia (e ainda há, diga-se de passagem...) três ou quatro equipas de nível mundial, numa altura em que o Hóquei em Patins tinha, parece-me, muito mais adeptos. Sporting, Benfica, C. A. C. O., Paço d'Arcos, e, julgo que também nessa altura, o F. C. Porto tinham excelentes equipas. Mais tarde, apareceram outras, como o Óquei de Barcelos, que também nos trouxe grande vitórias internacionais.

Costumávamos defrontar grandes equipas - como os espanhóis do Barcelona, do Réus, do Liceo da Corunha ou com os italianos do Roller Monza, do Vercelli, do Novara, entre outros - na disputa dos maiores troféus europeus. E, nos Campeonatos da Europa e do Mundo de Selecções Nacionais, normalmente "dávamos cartas".

Muitos dos grandes nomes do Hóquei em Patins eram de gerações anteriores à minha, como o Fernando Adrião ou o Jesus Correia (esse mesmo!, que jogava futebol no Sporting e hóquei no Paço d'Arcos ao mais altíssimo nível - só mesmo noutros tempos...). Tenho pena de não os ter visto jogar.

Sempre tivémos uma grande projecção, a nível mundial - tanto em termos de jogadores como de equipas - nesse belo desporto que era o Hóquei em Patins.

Era? Sim, acho que disse bem. Era.


Ultimamente, o Hóquei em Patins anda um bocado por baixo. E parece-me que não é só por cá.

A nossa Selecção Nacional não consegue ganhar à Espanha há já uns anitos. E a última vez que fomos campeões mundiais já foi em 2003, num campeonato que foi organizado cá, penso que em Oliveira de Azeméis. Desde então, temos vindo sempre a cair.

E porque é que isto acontece? Segundo sei, acho que até temos bons jogadores...

De vez em quando, ainda dou uma vista de olhos em jogos televisionados, e vibrei a sério com a última final da Taça de Portugal, um jogo emocionante entre o Académico de Cambra e o Hóquei Clube de Braga, jogado no mesmo dia do da Final da Taça de Portugal em Futebol. As equipas eram de menor nomeada, digamos assim, mas jogaram de uma forma aberta e, talvez, um pouco mais ingénua do que o que é costume ver noutras melhor apetrechadas. Se calhar foi por isso que gostei tanto... :)


Tenho pena que o meu Sporting tenha abandonado a modalidade nos seniores. Já fez o mesmo em Basquetebol e em Voleibol. Parece-me que o ecletismo de que nos orgulhávamos foi metido "na gaveta"...

E, já agora, será que o facto do Sporting ter deixado cair a modalidade também teve influência nalgum afastamento do público da modalidade? Veja-se o exemplo inverso do Futsal que, também por ter agora derbies Sporting - Benfica a toda a hora, está a crescer "barbaridades" em Portugal...

Não havendo mais F.C. Porto - Sporting's ou Benfica - Sporting's, será que isso contribuiu para afastar mais adeptos do hóquei?



Parece-me que um dos males do hóquei em patins é que, hoje em dia, é um jogo muito previsível. Há muita troca de bola - muito "carrossel", como se diz na gíria - e pouca finta. Pouco improviso. Muita expectativa na perda de bola adversária.

Se repararmos bem, quem defende cansa-se muito menos. Pode é ficar meio tonto com tanta volta do adversário... Bem, se calhar, é precisamente essa a ideia! :)

Uma das coisas que era espectacular de ver era as fintas. Os jogadores mais malabaristas fintavam os adversários e depois fugiam em direcção à baliza, criado que estava o desequilíbrio. Hoje em dia, é raríssimo de ver.


Parece-me que outra das coisas que, infelizmente, mais nos distingue dos outros nos jogos internacionais, é a velocidade. Ou melhor, a falta dela.

Lembro-me bem de ficar espantado com a enorme diferença visível nesse campo numa das últimas vezes que jogámos contra a Espanha, ou mesmo contra a Argentina - que, desde há já alguns anos, ascendeu ao top do hóquei mundial. Até metia dó! Parecia que estávamos parados...

Se essa lentidão passa mais despercebida por cá, lá fora nota-se imenso.

Será que essa lentidão vem de patinarmos pior? Pior do que o faziamos há alguns anos?


Aqui há uns dias, metemos água por todos os lados em mais um Mundial da modalidade. Este ano, então, ficámos em sexto lugar, atrás de selecções como a Suíça ou a França, com quem perdemos (coisa impensável aqui há uns anos!)... E se estes países evoluíram muito positivamente, acho que nós regredimos bastante - de resto, um pouco à semelhança do que se passa com a Itália.

Tudo bem que não temos assim nenhuma "vedeta mundial". Mas... em sexto lugar? Dizem que houve confusões na selecção dos jogadores. Coisas à portuguesa... E também na organização parece ter havido algumas falhas. Mas isso, infelizmente, não é só no hóquei em patins... É mais geral.


Parece-me que está na altura de dinamizar a modalidade. De nos adaptarmos aos tempos modernos. Sinceramente, acho que temos que patinar melhor! Temos que ter muito mais velocidade nestes nossos patins lusos! Porque jeito para dominar os sticks nós temos: rematamos bem, controlamos bem a bola... acho que falta é melhorar a arte de patinar.

Temos que evoluir, de uma vez por todas. Acho eu! Se não, mais vale pôr os patins no hóquei...

E acho também que só com velocidade é que se conseguem criar os desequilíbrios que permitem, primeiro, marcar golos e, depois, pôr a malta a vibrar com o jogo.

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Eu até ia um bocado mais longe: sugiro uma revolução. Acho que é altura de mudarmos para patins em linha.


Hoje em dia, já quase ninguém anda a patinar nas ruas em patins tipo-hóquei, não é? Pois acho que até poderia ser mais apelativo muda-se para estes patins mais contemporâneos, digamos. A malta até já domina a arte do patinar em linha... Basta ir à Expo, ou à Foz, e ver a malta a "deslizar".

Por uma questão de semelhanças que possam haver com o hóquei no gelo, poderia ser necessário aumentar o tamanho do rinque e, se calhar, até do número de jogadores de campo - de quatro para cinco... Será que ficaria mais dinâmico, o jogo?

O hóquei no gelo é muito mais emocionante e apelativo. Mas de longe! E se não acreditam, experimentem ver uma imagens.

O que vale é que isto de converter o hóquei em patins todo para hóquei em linha (até talvez já haja hóquei em linha...) é apenas uma ideia completamente marada. "Muito à frente", como ultimamente se diz. Mas até gostava de ver se resultava. :)

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Era bom que voltássemos a ter um desporto emocionante como já foi o "nosso" Hóquei em Patins. Acho que a beleza do jogo só teria a ganhar. E nós também!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Cristina

Há alturas em que apanhamos assim uma pancada das valentes. Deve ser para nos lembrarmos de que esta merda está muito longe de só ter coisas boas…

Na madrugada de hoje, e depois de uma luta titânica contra uma maldita doença, a minha querida Amiga Cristina deixou-nos. A Cristina do Porto, como eu dizia, sempre que falava dela.


Faz agora dezoito anos que eu andava à espera do começo das aulas no Técnico. Como aquilo não atava nem desatava, fui com o António e o Pedro ao Porto pela primeira vez. E foi através do “Pedro Velho” (nome que ela lhe deu por ser o mais “velho”, em termos de amizade) que a conheci.

Lembro-me bem desse dia. Foi a 25 de Novembro de 1989, e chovia “à lá Porto”, como tinha que ser. Ficámos quarenta e cinco minutos à espera da boleia dela num Domingo de manhã, à porta do Café Ceuta. Quando chegou, sorriu para nós, e pediu desculpas (“cabeleireiro”…), com aquele sotaque tripeiro inconfundível.

Nessa primeira conversa, contei-lhe que, na véspera, tínhamos andado meio perdidos à chegada ao centro do Porto! E, quando perguntei a uma senhora que passava por nós na altura, onde é que estávamos, ela respondeu: “Oh senhuores, estão em Sá da Baundeira”! Ela riu às gargalhadas com esses "Senhuores" e “Baundeira”, que só se ouvem ditos desta forma em plena Invicta.

Sempre que falávamos, lembrávamo-nos com saudades dessa conversa. E gozava-me sempre com o "mêmo" - o "mesmo" que eu teimava em dizer à alfacinha. :)

Desde então, tornámo-nos bons Amigos. Ela acabou Direito, e eu fiz a minha Engenharia. Durante o meu Técnico, quis o destino que a sua Mãe partisse, igualmente muito cedo. Ela lutou com todas as suas forças para que tal não acontecesse mas, como todos sabemos, nestas coisas, quando tem que ser, é mesmo.

A partir daí, foi todos os Domingos visitá-la.

Depois, acompanhámo-nos no começo das nossas vidas adultas. Falávamo-nos imenso ao telefone, escrevíamo-nos, enfim: éramos mesmo Amigos. Conseguimos que os trezentos e treze quilómetros que nos separavam nunca nos tivessem efectivamente afastado.

Era daquelas amizades desinteressadas: cada um tinha a sua vida, os seus amigos, os seus colegas, a sua cidade. Mas sempre que falávamos, mesmo que fosse depois de meses sem o fazer, parecia que nos tínhamos visto ontem. Sabem como é, não sabem?

Foi com ela que fui, pela primeira vez, ao Aleixo, na Campanhã. Inesquecíveis filetes, aqueles! E também me mostrou a "Adega Machado", na Maia onde, pela primeira vez na vida, comi Papas de Sarrabulho! Espectáculo. :)

Lembro-me bem das suas vindas a Lisboa, sempre acompanhada pelo seu Zé Carlos: esteve nos U2 em 1997, em Alvalade, na Expo, em 98, em alguns Sporting – Porto (muito ela me picava por causa do futebol!) e em passagens esporádicas pela Portela, a caminho de outras paragens.

Vibrou imenso com as vitórias do seu Futebol Clube do Porto, que fez questão de acompanhar a Sevilha e a Gelsenkirchen nas finais que lhe trouxeram as mais recentes Glórias.


Nunca esquecerei toda a força que me deu naquele meu terrível ano de 1999. Também a ela devo muito da minha “recuperação”.

Ultimamente, falávamos menos – certamente já um reflexo do que a acabou por vencer. Mas, de vez em quando, lá vinham umas mensagens, ou uns e-mails. E nunca, mas nunca, se esqueceu de me dizer qualquer coisa por alturas do meu aniversário! No Natal, trocávamos os postais da praxe. “Gente fina é assim!”, como ela diria. :)

Partiu hoje. E não merecia que fosse assim.

Por tudo aquilo por que passou, e por tudo aquilo que ainda tinha que viver, não merecia. Nem ela, nem o grande Zé Carlos, nem o pai dela. Mas é assim.

É por estas e por outras que, por vezes, a descrença nisto tudo é enorme…

O meu mundo, hoje, abanou muitíssimo. Fiquei mais pobre e muito, mas mesmo muito triste.


Tenho pena de não lhe ter conseguido agradecer tudo aquilo que ela me deu, ao longo desta nossa Amizade. Mas acho que ela, onde quer que esteja, sabe que tem um lugar único aqui dentro, bem fundo no meu coração.

“Até logo, Cristina! E olha, quando finalmente nos reencontrarmos, a ver se voltamos a ir ao Machado, ali na Maia... ou “mêmo” ao Aleixo, comer uns filetes daqueles. Achas bem? :) "

terça-feira, 19 de junho de 2007

Fraquinho, muito fraquinho...


É de mim, ou o candidato que parece estar à frente da corrida e, quiçá, ganhar as eleições para a Câmara de Lisboa, é o mais fraquinho dos sete que se apresentaram hoje à noite no debate da SIC Notícias?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Buckley, Jeff - version 2.0

A ouvir, da tal colectânea de que falei ainda há pouco:

- Last Goodbye
- Lover, You Should've Come Over
- Dream Brother
- The Sky Is A Landfill
- Everybody Here Wants You
- Je N'en Connais Pas La Fin
- Grace
- Hallelujah
- I Know It's Over (um cover dos Smiths!)

As outras são apenas "normais", digamos.

Às vezes Bloquista, sim, mas... sem som!

Gosto de ver os "frente-a-frente" do Jornal das Nove da SIC Notícias, com o Mário Crespo.

Normalmente, os debates têm bastante interesse, concorde-se ou não com as opiniões dos intervenientes. E se, normalmente, são bastante animados, informativos q. b. e, por vezes, muito instrutivos, quando entra a Ana Drago, deixo de conseguir ouvir.

Já tentei várias vezes mas, inexplicavelmente, não consigo ouvir nadinha. E o som está lá, atenção! Eu é que não o oiço...

Ou seja, fico ali meio aparvalhado, a olhar.

Será normal? Ou será da televisão? Deve ser.

A ver, portanto, mas sem som. Acho que não faz falta nenhuma...


Nota: não consegui encontrar na Net uma foto decente da dita cuja para ilustrar este post. O que não é fundamental, diga-se. Mas ficava mais... hmm... como dizer?... mais "composto", talvez...

Alternativas

Duas descobertas recentes.

A primeira é actual. Está na moda, até, segundo parece: "Boxer", dos The National. Julgo que se trata do terceiro ou quarto disco de originais deste grupo nova-iorquino.

Para quem não gosta de grupos americanos, aviso já que vale bem a pena dar uma espreitadela. No mínimo!

A bateria é quase 100% Joy Division. A voz é grave, mas belíssima. E tem guitarras eléctricas, um baixo à altura, piano, acordeão (!)... E as músicas são melodiosas!

Apesar da grande febre revivalista que estamos a viver - muito "eighties alternativos", digamos (Interpol, She Wants Revenge e outros do género) - não é muito vulgar aparecerem destas coisas assim.


A segunda é uma colectânea- "So Real: Songs From Jeff Buckley", de um músico que desapareceu jovem, faz agora dez anos.


Filho de Tim Buckley, um homem da folk, Jeff Buckley teve uma carreira brevíssima, mas na qual escreveu algumas músicas excelentes. Gravou apenas um álbum de originais - "Grace", do qual constam obviamente a grande maioria das canções que este disco traz.

Existem várias gravações suas ao vivo - de que é exemplo o "Mystery White Boy" - que incluem algumas versões de músicas de outros grupos, e outras novas, originais.


A sua voz, em estúdio, é absolutamente fantástica mas, quanto a mim, as gravações ao vivo não a trataram lá muito bem... As guitarras são excelentes - a dele e as acompanhantes - suportando várias canções muito interessantes!


Devo dizer que ainda não os ouvi mais do que umas duas ou três vezes. Mas acho que são daqueles discos que se vão entranhando, digamos. É cá um feeling...

Altamente recomendado para quem anda numa de músicas assim mais pró alternativas, ou underground, como se dizia nos meus tempos do Liceu. :)

Bons tempos...



These things you keep
You better throw them away
Turn your back
On your soulless days
Once you were tethered
Now you are free
Once you were tethered
Now you are free

That was the river
This is the sea
If you're feeling weary
Maybe been alone too long
Or else you've been suffering from
A few too many plans that have gone wrong
And you're trying to remember
How fine your life used to be
Running around banging your drum
Like it's nineteen-seventy-three
Well that was the river
This is the sea

You say you've got trouble
You say you've got pain
You say you've got nothin to hold on to
Nothing to trust, nothing but chains
You've been scouring your conscience
And raking through your memory
Scouring your conscience
And raking through your memory
But that was the river
This is the sea

I can see you wavering
As you try to decide
You've got a war in your head
And it's tearing you up inside
You're trying to make sense
Of something that you just don't see
You're trying to make sense now
And you know you once held the key
But that was the river
This is the sea

Now I hear there's a train
It's coming down the line
It's yours if you hurry
You've got still enough time
And you don't need no ticket
And you don't pay no fee
You don't need a ticket
You don't pay a fee
That was the river
This is the sea


Mike Scott, London, 1984

domingo, 17 de junho de 2007

A Rega das Plantas

Conhecemo-nos durante o Liceu. Muitos jogavam snooker juntos. E encontrávamo-nos quase todos os dias no café.

Depois, fomos entrando na Faculdade. Acompanhámo-nos durante essa longa jornada, trabalhosa e muito enriquecedora das nossas vidas. Frequências, exames, namoros, separações, férias, fins-de-ano...

Mais tarde, começámos a trabalhar. Vieram os primeiros ordenados, os chefes, os colegas, as colegas, as reuniões, as deslocações, etc.

Mas íamo-nos sempre vendo, falando. Passámos, obviamente, de encontros quase diários a um encontro mais semanal, no mesmo café, mais lá para Sábado à tarde. Discutíamos política, futebol, as nossas empresas, enfim, de tudo um pouco.

Depois, começaram os casamentos e, com eles, vieram as mudanças de casa. O grupo começou a espalhar-se geograficamente. Começámos a ir jantar a casa desses, e a coisa começou a tornar-se mais adulta. É assim. E é giro.

A seguir, vieram os filhos. Fomos ao hospital, ou lá a casa, para conhecer estes novos amiguinhos. É o normal, digo eu. E ainda bem que assim é.

António, irmão, ainda não deu! Mas não falharei!!! :)


Mas, apesar de tudo isto, e de uma forma lenta, foi-se dissolvendo o nosso grupo de amigos.

Hoje em dia, já ninguém vai ao café. Isto acho normal. Entendo que seja difícil para a maioria - moram mais longe, já têm filhos, etc. O que já não percebo bem é a ausência de telefonemas, ou de e-mails, ou até de simples SMS's.

Dizia-me um deles, há bem pouco tempo, que já nem se lembra da última vez que alguém lhe telefonou a saber como estava.

Isto, num grupo de amigos, será normal? Se calhar, não será bem um grupo de "A"migos. Será mais de "a"migos, digamos...

Aqui há uns anos, li um texto de alguém que os "catalogava" de uma forma bastante curiosa. Colocava-os em prateleiras distintas, digamos assim. Era qualquer coisa do género: os Amigos, os amigos, os amigos de café, os conhecidos, etc. Se calhar, e pegando nesta ideia, se calhar não passamos de amigos de café...

Na parte que me toca, faço mea culpa. Obviamente que continuo a ir com imenso gosto aos aniversários dos que me convidam, assim como continuo a receber com a mesma alegria a presença dos que convido nas minhas jantaradas. São praticamente as únicas alturas em que falamos com mais consistência, digamos.

Mas não ligo tanto como devia. Ou como queria. No dia-a-dia. À noite. Ao fim-de-semana. E também não recebo telefonemas, ou e-mails, ou SMS's como seria normal num grupo de Amigos...

Sinto muito esta ausência, como que uma agonia - palavra forte, esta, mas que julgo que traduz bem o que se passa; ou melhor, o que não se passa.

Confesso que não entendo muito bem isto. Bem sei que estamos longe de ser as mesmas pessoas que se conheceram há mais de vinte anos (já???). Mudámos todos muitíssimo, o que é absolutamente natural. Mas, caramba?, nem sequer queremos saber uns dos outros? Será que já não interessamos? Acho que nem sequer há invejas, nem zangas que justifiquem esta separação... Ou há?


Nestas coisas da Amizade, acho que é preciso tratar dela, tipo planta. Regá-la. Há que telefonar, há que convidar, há que mandar mensagens... mesmo que seja,
durante algum tempo, uma tarefa "unidireccional", digamos. Pode ser que, a partir daí, a coisa passe a "bi-direccional"... Se não passar, é pena. Resta a consolação de termos feito a nossa parte para que tal não acontecesse. Mas aconteceu. Será, pura e simplesmente, ir deixando ir, lentamente, pois ninguém gosta de continuar a puxar sozinho.

Restam os sub-grupos. Que existem sempre, em qualquer grupo de amigos.

Tenho pena, sinceramente.


Acho que está na altura de recomeçar a mandar e-mails...

Campeones!


O Real Madrid acabou de se tornar Campeão de Espanha em futebol. Fê-lo pela trigésima vez. Impressionante!, seja onde for.

O jogo decisivo foi muito emocionante. O estádio estava cheiinho que nem um ovo! É um espectáculo, quando é assim.

O Real Madrid jogou malzinho, diga-se, tendo sofrido por culpa própria até ao fim. A primeira parte, então, foi catastrófica... E apesar de o capello ter mexido na equipa ao intervalo, esteve a perder até aos setenta minutos, creio. Depois, lá empatou (Reyes), conseguiu passar para a frente (Diarra) e, pouco depois -muito importante, este facto! - cimentou a vitória já perto do fim (Reyes, de novo). O Maiorca até jogou melhor, mas não resistiu à pressão final dos madrilenos. Resultado final: 3-1.

O Roberto Carlos e o David Beckham, que se vão embora do clube, conseguiram-no com o título. Quem diria... É que, a meio do Campeonato, todos os deram como derrotados. O Sevilha e o Barcelona tinha muitos pontos de avanço. Mas nestas coisas da regularidade, as contas fazem-se é no fim. E foi contra tudo e contra todos.

Houve umas histórias recentes muito pouco dignas, quanto a mim, sobre eventuais pagamentos, ou prémios, pagos pelo rival Barcelona a jogadores deste Maiorca: caso conseguissem vencer o Real Madrid, receberiam prémios.

Aquele menino argentino "mau-carácter" (como dizem no Brasil...) do Barcelona, o Messi, veio a público dizer que achava muito bem... E não foi o único, segundo parece. Acho que nem é preciso dizer mais nada.

Não serviu de nada, afinal.

Acho que está bem entregue, este título. O Real Madrid conseguiu julgo que oito vitórias nos últimos nove jogos, e aproveitou uma certa sobranceria com que os seus adversários - principalmente o Barcelona - encararam a parte final da prova. Como tal, acho que está certo.

Agora, vai tudo de férias. Nós, os telespectadores, e eles.


Na bancada, além da obviamente obrigatória Victoria Beckham e seu séquito, estavam o Tom Cruise e família, o tenista Rafael Nadal e outras vedetas...

Estamos a milhas disto tudo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Equívocos...


Será que era preciso perdermos mais uma vez nos sub-21 para se perceber que o Couceiro não pesca nada disto?

E será que é difícil perceber que tem que se preparar melhor um Campeonato destes, para que não se façam figuras como as que estamos novamente a fazer?

E será que sou só eu que nota um cansaço indisfarçável em praí metade da equipa que tem jogado na Holanda?

E porque é que os que estiveram em menor destaque durante o ano (João Pereira, por ex.) e que, por isso mesmo, estarão menos desgastados, não têm lugar na equipa titular?

Mas eu acho que a cereja em cima do bolo é a abordagem do treinador (?) da equipa a este último jogo com a Holanda. Em primeiro lugar, diz que a nossa equipa não é a melhor do mundo - excelente tónico, não? - e depois diz que um empate seria razoável... - bom, bom, seria ganhar, mas o empate seria razoável...

Ou seja, estamos conversados, em relação ao Couceiro.


Acabámos de perder: 2-1. Esforçámo-nos. Mas não chegou.

Andamos nós a criar expectativas para quê? Para nada...

O melhor cá do burgo


Foi votado recentemente pelos treinadores de futebol dos clubes da Primeira Liga o melhor jogador do Campeonato deste ano. Venceu o Simão Sabrosa.

Para mim, o melhor jogador foi, sem sombra de dúvida, o Ricardo Quaresma. Mas assim de longe!

Confesso que não percebo muito bem como é que o dito cujo ganhou a tal votação...

Além disso, fiquei bastante desiludido com o treinador do meu clube. É que também ele votou no Sabrosa.

Acho que lhe fica mal. Sinceramente!

Se escolhesse antes o João Moutinho, ou o Miguel Veloso, acho que ninguém lhe levava a mal. E não é por serem jogadores "dele"; é que estes dois miúdos, por ex., - já para não falar no Nani - jogaram à brava este ano!

Além disso, o gajo anda-me a lançar na equipa principal juniores que ele próprio treinou um ano antes, e depois escolhe o Simão???


Será que o benfiquismo do Paulo Bento veio, desta vez, ao de cima?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ares Bejenses




Parcialidade

Há anos que ando a seguir o Futsal e a sua evolução aqui no burgo.

Ainda me lembro quando jogavam o Correio da Manhã, que era crónico campeão, o Freixieiro, que ainda joga muito, e outras equipas - lembro-me do GROB, do Olival Basto, por ex.. Acho que, nessa altura, a modalidade se chamava futebol de cinco.

Desde que o Benfica entrou nesta modalidade - já lá vão uns, quê, cinco, seis anos? - que o crescimento foi grande. Obviamente que surgiu a grande rivalidade com o Sporting, e isso atraiu as televisões, os jornais, e o interesse óbvio do "país futebolístico".

O problema é que cada vez que vejo um jogo do meu Sporting, fico danado com os comentadores televisivos! É que eles não perdem uma (uma!!!) única oportunidade de mandarem abaixo o meu clube.

Às vezes, têm razão. Admito-o. Mas estão sempre a desculpar as faltas dos adversários, por ex. ("Foi sem intenção", e tal...), ou a concordarem muitas vezes com os árbitros quando se trata de sancionarem faltas contra o Sporting, e a não o fazerem quando se trata de faltas a favor do Sporting ("Aproveitou o encosto e caiu", "Fez teatro", e outras coisas deste género...).

Eu nem sei se têm alguma preferência clubística. Imagino que sim. Mas se assim é, tinham obrigação de ser imparciais. Obrigação!

Admito que já estejam a dizer: "Olha-me este lagarto!", ou "Lá está este gajo com a mesma conversa...". Pois então experimentem! Não há como experimentar, para verem o que eu digo.

Vamos ter mais duas oportunidades (no mínimo) para se poder analisar isto de que falo, na final do Campeonato, com o Benfica - grandes derbies em perspectiva! Decide-se à melhor de três jogos, acho eu. Por isso, há pelo menos dois jogos para o fazer.

Depois, digam-me o que acharam dos comentários.

Pax Julia




Três imagens que dispensam qualquer comentário.


Ida a Beja, em trabalho.

Uma paz, uma qualidade de vida só existente nas chamadas "cidades médias". Ir almoçar a casa, ir e vir a pé para o trabalho, enfim...

Que invejinha! :)

O ar que se respira é outro, mais limpo. Mas com muito calor. Mesmo num dia aparentemente normal. Até as pessoas parecem ser mais... "puras", de uma certa forma. Mais naïves, talvez.

Se calhar, sou eu que estou a exagerar. Mas lá que parecem, parecem!


Enfim, um sem-número de pequenas coisas que nos fazem pensar nesta quase-loucura em que normalmente vivemos nas "grandes cidades".

E atenção: aqui também se trabalha...

sábado, 9 de junho de 2007

Basezinha


Há momentos em que uma pessoa se "define", digamos assim.

Hoje, havia uma jornada decisiva na Liga espanhola de futebol. O Barcelona recebia o Espanhol e o Real Madrid ia a Saragoça.

Ficou tudo na mesma: empataram a dois golos, ambos. O Real Madrid esteve a perder por duas vezes, e conseguiu empatar; o Barcelona esteve a perder, depois virou o resultado, e acabou por consentir o empate, praticamente na mesma altura em que o Real também o conseguia.

No final da primeira parte, com a malta toda convencida de que o Barcelona ia para o intervalo a perder, surgiu o empate: jogada pela direita do ataque, centro para o coração da área, e golpe de cabeça em vôo do tal menino-prodígio Messi a marcar um golo, por antecipação ao guarda-redes. Bem marcado!

Muitos festejos dos jogadores do Barça, mas muitos e veementes protestos dos jogadores do Espanhol. E a malta sem perceber...

Começam as repetições do lance, e quando se revê a jogada em câmara lenta, zás!, aparece a mão esquerda (!!!) do dito cujo a desviar a trajectória da bola para a baliza. Foi muito subtil, pois a mão está muito próxima da cabeça.

O miúdo tinha acabado de fazer o suficiente para enganar (?) o árbitro e o fiscal de linha. E se o árbitro talvez possa ter alguma desculpa (não deu para ver se estaria ou não em posição dificil para avaliar a jogada), o fiscal de linha não: para mim, tinha obrigação de ver.

Já numa eliminatória da Liga dos Campeões, julgo que no ano passado, contra o Chelsea, este menino conseguiu "arranjar" uma expulsão de um jogador do Chelsea - julgo que foi o Robben, mas não tenho a certeza... -, facto que teve uma influência decisiva na eliminação dos ingleses às mãos dos catalães.

Desde esse momento, desde essa jogada, que este gajo, pra mim, estava "debaixo de olho".

E eu que começava a gostar muito de o ver jogar...

Hoje, as poucas dúvidas que ainda tinha sobre a "basezinha" de que este tipo é feito dissiparam-se. Por completo.

Para mim, ficaste definido hoje à noite, Lionel Messi.


Acho que o problema não foi ter enganado o árbitro. Foi ter enganado todos aqueles que julgavam ver nele um digno sucessor de Maradona.

Bem, mas... vendo bem as coisas, se calhar, até não os enganou. Se calhar, até é.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Gilda


Desde há uns anos para cá, tenho feito alguns amiguinhos novos.

A Mariana, o Salvador, o Diogo, o Miguel, o Francisco, o João, a Madalena, a Maria, a Matilde, a Gilda, o Francisco, a Mariana, a Filipa, a Beatriz e a Mónica. A mais recente é também uma Beatriz, que, confesso, ainda não vi! Mea culpa.

Hoje foi o dia da festinha dos dois anos da Gilda. Que se portou lindamente! Gostou das prendas, e recebeu muito bem todos os amigos! Deu gosto de ver.


Muitos Parabéns, menina Gilda! Que contes muitos, cheia de saúde, e que nós vejamos! :)

É por estas e por outras...

Lavagem manual do carro, no Elefante Azul da Repsol da Segunda Circular. 22h.


Numa das máquinas das três zonas de lavagens existentes, pode-se ler: "Só aceita moedas de 1 €". As moedas normalmente aceites são ou de cinquenta cêntimos, ou de um Euro. Esta estava limitada, digamos. Um começo premonitório.

Felizmente que havia outra zona de lavagem livre. E como não havia ninguém atrás de mim na fila para a lavagem, mudei o carro para essa zona. Não havia nenhum letreiro.

Começo a lavagem. Primeira moeda de cinquenta cêntimos: lavagem apenas com água. Depois, passo para a lavagem com detergente. Ponho a segunda moeda de cinquenta cêntimos., e... e detergente? Nem vê-lo. Só água.

Ia a passar um funcionário da Repsol. Falei-lhe nisto. Resposta dele: "Eh pá... Não me diga! Ainda não me tinham dito isso...". Pois. E quando lhe perguntei pelos meus cinquenta cêntimos, nada. Nem sequer respondeu.

Pensei: "bem, vai lá dentro ver se pode fazer alguma coisa", ou mesmo "se calhar, até buscar uma moeda". Santa ingenuidade!

Como dizem certas pessoas que eu conheço, até parece que acredito no Pai Natal.

Lavei o resto do carro como normalmente. Acabei a lavagem com (sem!) detergente, depois foram mais duas lavadelas só com água, e terminei.

Depois, ainda fui passar com os paninhos da ordem (para absorver a restante água que ficou no capot), na zona destinada à aspiração.

Do tipo da Repsol, nem sombras. E vim-me embora. O carro ficou porreiro.


Acho que devia ter ido exigir os meus cinquenta cêntimos da (não) lavagem com detergente. Imagino que seria o que a maioria da malta faria. Mas nem sempre reajo a tempo...

Mais tarde, dei comigo a pensar que é por estas e por outras que nós, Portugal, enquanto país e enquanto pessoas, não andamos prá frente como devemos (e como sabemos... acho eu! Ou será que, afinal de contas, não sabemos ?).

Eu também tive culpa no cartório, atenção!, pois não devia ter ficado contente apenas com o aspecto "porreiro" do carro. Nem tão-pouco aceitar a resposta do tipo da Repsol! Mas, de uma forma ou de outra, acabei por aceitar.

Se estivéssemos num país civilizado, deveria haver, em primeiro lugar, um funcionário que acompanhasse minimamente estas lavagens, não fosse acontecer qualquer percalço deste ou de outro género.

Depois, num caso como este, haveria um letreiro a avisar os utentes.

E, caso não houvesse - apenas por esquecimento - o funcionário certamente devolveria o dinheiro perdido, e pediria desculpa pelo sucedido, procurando resolver a situação de outra forma - talvez se conseguisse mudar o carro para uma zona que tivesse a lavagem com detergente a funcionar, caso houvesse alguma zona livre... não?

Mas não. Estamos em Portugal. Neste "jardim à beira-mar plantado". Espectáculo!


Cá para mim, este jardim está mas é a ficar cada vez mais degradado. A tratarem dele assim...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Fnac...

Estive vinte e cinco minutos - vinte e cinco minutos!!! - à espera que me embrulhassem um CD na Fnac.


Ninguém aguenta, pois não?

terça-feira, 5 de junho de 2007

Já cá mora!



Perdi a cabeça. Acabei de largar uma pipa de massa pelo bilhete para os Police.

Não há muitos anos, era completamente contra gastar muito dinheiro em bilhetes de concertos. O máximo que tinha gasto foram praí uns seis ou sete contos, pelos U2, ou pelos Pink Floyd. Já nem me lembro bem.

Entretanto, os preços subiram desalmadamente. Lembro-me do balúrdio que pediram pelos U2 em 2005 e, mais recentemente, pelos Stones. Além de serem concertos em altura de férias, eram caríssimos. Não fui.

Este ano, rendi-me. Por exemplo, já dei 55 € pelo George Michael. E hoje, então, foi a loucura. Mas acho que depende dos casos.

Estes dois concertos talvez o justificassem: o George Michael nunca cá tinha vindo. E os Police já não tocam cá há mais de vinte anos, parece-me...


Seja como for, olha, já está. O bilhete já cá canta. E espero bem que eles também. :)