quinta-feira, 31 de maio de 2007

Pessoas!

Hoje, ao regressar a casa vindo do Monumental, por volta das nove e picos da noite, reparei que havia muito mais gente na rua do que imaginaria à partida.

Era vê-los a sair dos ginásios, a ir jantar fora, a ir para o cinema, a sair do cinema... Alguns talvez ainda a sair dos escritórios, e outros, pura e simplesmente, à janela ou à varanda. E até vi pessoas a conversar, imagine-se, em plena Avenida da República, às nove da noite!

Devo dizer que não bebi nada ao jantar.

Dei por mim a pensar que, afinal, pode ser que talvez ainda haja alguma Lisboa que resista ao êxodo para as periferias!

Bem sei que esta amostra de hoje à noite não serve de exemplo para nada, nem é extrapolável, digamos. Mas pode ser que sim, que exista!... Tipo aquela famosa "pequena aldeia gaulesa, que resiste, ainda e sempre, ao invasor". :)

Outro pensamento que me surgiu: será que já começa a haver um número mais significativo de pessoas a morar novamente nestas e noutras zonas mais residenciais da cidade? Esta até nem é só residencial - há montes e montes de escritórios por ali... Ou seria só hoje?

O mais natural será, possivelmente, que muitas daquelas pessoas que vi nem sequer morarem ali, estarem só de passagem... Sim, deve ser isso.

Mesmo que assim seja, devo dizer que foi giro ver isto. Lembrei-me do tempo em que a Avenida de Roma tinha cafés, e motas, e muita malta nova. Numa palavra, tinha vida.

Acho é que, por muitas surpresas como a de hoje que ainda possam acontecer, esse tempo já não deve voltar. E é pena. Mas é assim - são os chamados "Sinais dos tempos".


Sinceramente, só vejo uma hipótese: era aparecer alguém com tomates para mexer a sério na habitação e acabar com a pouca-vergonha que se vive também nessa área, de modo a que se possa comprar ou arrendar casas no centro de Lisboa (e do Porto, e de Coimbra, e de Évora, e em muitas outras partes do país, igualmente...) sem que se fique completamente "depenado"!

Alguém acredita?

I'll send an SOS to the world...

Os bilhetes começam nos 55 € (relvado) e vão até aos 110 (Bancada VIP...?).


Isto é que vai uma crise...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Legalidades

Será legítimo que, numa greve que abranja, entre outras, empresas que servem o público em geral, não haja sequer serviços mínimos garantidos?

Isto não pode ser normal... acho eu!

Just a castaway


Estes senhores vêm cá tocar, parece...

Já se falava nisso, mas só agora é que se confirmou.

No dia 25 de Setembro de 2007, Terça-feira, no Estádio do Jamor (conhecido em certos meios como Estádio de Oeiras).




Lá estaremos. Espero!

domingo, 27 de maio de 2007

Não foi um ganda jogo... mas não faz mal! :)


O jogo foi assim pró fraquito.

Não sei se seria só do cansaço de uma época já a terminar. Pode ser que sim. Mas o que é facto é que não foi um bom jogo de futebol.

O Sporting, quanto a mim, foi a equipa que tentou jogar pela positiva. Teve grandes dificuldades para ultrapassar as marcações do Belém. Mas rematou mais e foi, nitidamente, a equipa mais perigosa. Teve três ou quatro oportunidades flagrantes de golo que não conseguiu concretizar.

Já o Belenenses - que, na semana passada, tinha optado por fazer descansar cinco ou seis jogadores (habitualmente titulares) no último jogo do campeonato, precisamente contra o Sporting - optou por "encher" o meio campo com alguns desses jogadores, e com mais outros. Preocupou-se demais em não perder, e apenas teve duas ou três oportunidades de golo o jogo todo. Mesmo assim, ainda mandou uma bola à trave...

Na prática, marcou os jogadores do Sporting, e pouco mais.

Acho que isto é pouco, quando se quer verdadeiramente ganhar.

Por isso tudo, acho que a vitória do Sporting é justíssima!

Para mim, os melhores, dentro de uma certa mediania, foram, no Sporting, "seu" Liedson, por razões óbvias, e o Romagnoli. Que tem uma leitura de jogo fantástica, diga-se de passagem.

Era muito bom que ele ficasse.

No Belenenses, destacou-se o Costinha, que fez três ou quatro grandes defesas. E também o Cândido Costa, mas pela "mocada" que distribuiu durante os noventa minutos...

Apesar de não termos conseguido ganhar o Campeonato, bem merecíamos terminar a época com um troféu! Pois foi a Taça de Portugal, e foi excelente!

É nossa!


Lindo! :)

sexta-feira, 25 de maio de 2007

A "minha" MPB


Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Maio...




Se isto é que são "aguaceiros", vou ali e já venho!

Diferenças

Com tanta "trapalhada" recente (acho que este termo não é exclusivo de ninguém, pois não?), alguém me consegue explicar porque é que o tratamento dado a este Primeiro-Ministro e a este Governo (?) é tão diferente do dado ao anterior?

Se fosse no tempo do Santana Lopes, já tinha aparecido pelo menos meio mundo a pedir a sua demissão (e não sou só eu a ver as coisas assim). Pelo menos!

Actualmente, está tudo muito... abafado, talvez? Como se quase nada se passasse (mais uma vez, e como sempre, há honrosas excepções). As coisas ouvem-se, mas "o som está muito baixinho".


Não percebo. Confesso que não percebo.

É que eu não quero acreditar que a Comunicação Social esteja toda "controlada"... Ou será que está?

Laurinda


Jornal "Público", Sexta-feira, 25 de Maio de 2007.

Suplemento "P2", página 4.


Não sou nada dado a pieguices, devo dizer. Tenho os meus momentos, como julgo que a grande maioria igualmente terá.

Hoje, enquanto lia a crónica da Laurinda Alves no P2 do Público, fui positivamente "passado a ferro". É tocante.

Depois de ler histórias como esta, cada vez mais me convenço de que, contrariamente ao que muita gente acredita - e que, se calhar, nos quer fazer acreditar -, a vida também é assim. Não é assim (está muito longe de o ser, de resto), mas também é assim: feita de coisas fantásticas, de sentimentos bons, de atitudes e de comportamentos nobres e, muitas vezes, inspiradores.

Mesmo (e principalmente!) quando nos deparamos com as situações mais adversas.


Leiam-na, se fazem favor, e depois digam-me de vossa justiça.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Onde estás tu, Futebol?


Desde há bastantes anos que sou um indefectível adepto e fiel seguidor do desporto americano em geral. Sigo, através da Net e, ocasionalmente na TV, a NBA (basket), a NFL (futebol americano), a NHL (hóquei no gelo) e até a MLB (baseball).

Nos jogos de qualquer um destes campeonatos, não há tempos mortos. Há espectáculo! Joga-se pela positiva. E joga-se, muitas vezes, bonito.

Ok, dir-me-ão que há algumas modalidades mais atractivas do que outras. Aceito. Mas em todas elas, sem excepção, há jogadas muito bonitas. E todos nos lembramos de movimentos completamente inacreditáveis no basket - lembram-se dum certo Michael Jordan? - no futebol americano, no hóquei no gelo, e até no baseball (é, é verdade...)! Quem costuma ver, sabe bem que é assim.

E se o objectivo é competir e ganhar, a eles interessa-lhes acima de tudo atrair o público e, muito importante, distrair o público. É o show business no seu melhor.

E esta conversa toda é para quê, perguntam? Porque eu ainda sou um tipo bestialmente ingénuo em certas coisas. Não acreditam? Pois então, aqui vai: eu fiquei quase duas horas a ver a Final da Liga dos Campeões.

Vêem, vêem? Eu avisei...

Fiquei porque eu (ainda) gosto de futebol. Mas o que se viu, hoje à noite, foi semi-futebol. Foi uma equipa a tentar jogar e marcar golos, e outra a tentar evitar que o adversário o fizesse.

Confesso que hesitei imenso antes de ver o jogo. Pelos vistos, essa hesitação tinha, para mim, razão de ser...

Eu nem sequer sou adepto do Liverpool. No futebol inglês - talvez o único que valha a pena seguir, actualmente... - até torço pelo Manchester United (desde que me lembro, não é de agora!). Mas assim que se soube quem eram os finalistas, zás!, decidi na hora: vou torcer pelo Liverpool.

Não é por mais nada: é que os italianos conseguem estragar qualquer jogo de futebol em que entrem (salvo honrosas excepções)! Mas qualquer um! É defender, defender, não deixar jogar, perder tempo, defender... e, numa oportunidade única, zás, desferir o golpe fatal.

Isto torna o jogo numa bela merda, falando bem e depressa!

E o mais grave, para mim, é que esta visão da coisa já se espalhou! Já há por esse planeta fora treinadores e, consequentemente, equipas que jogam mais ou menos assim: "O que interessa é ganhar". Mesmo que o jogo seja uma seca terrível, não interessa.

Um exemplo disto, actual e flagrante é, para mim, o "Chelsea de José Mourinho" (não confundir com o Chelsea F.C., atenção!). Eficaz até mais não, mas "uma seca", como diria o Eça!

O Milão (eu digo Milão, e não Milan; mariquices...) lá defendeu durante a primeira parte, "controlou o jogo", como se diz agora, "apanhou" um livre à entrada da área aos 44 minutos, e marcou. Pronto, já está! Mesmo como eles gostam! E "método" deve rezar mais ou menos assim:

- "Agora, é so esperar que os gajos ataquem à doida, a gente defende, não os deixa jogar, e na primeira oportunidade, damos-lhes o golpe fatal!".

E assim foi: tiveram uma oportunidade de fazer o dois a zero, e fizeram-no (de uma forma bonita, até, verdade seja dita; deve ter sido a única coisa bela deles em noventa minutos...).

Depois, foi perder o máximo de tempo possível (nas reposições da linha lateral, nos pontapés de baliza, nas lesões "gravíssimas" que se curam em trinta segundos, etc.), e segurar a coisa até ao final. Até foram "para o cantinho!", perder tempo, à lá real Madrid no início dos anos oitenta... Incrível!

O Liverpool jogou à bola. Tentou remar contra a maré. Atacou, rematou, pressionou, mas não conseguiu. Fez ainda o dois a um, mas numa altura em que já não sobrava tempo para quase nada...

E pronto, é o que temos: o campeão europeu é o Milan A.C. .


Eu não gosto nada "deste" desporto. Isto é que é o expoente do futebol "de Alta Competição"? A prova máxima de clubes na Europa? O espelho da melhor "bola" europeia? Acho que sim, não é? É um espectáculo deveras excitante...

Será que as pessoas gostam disto? Não se aborrecerão? Eu acredito que devem adormecer valentemente!!!

Comparar isto com um jogo da Final da NBA, ou com o Superbowl (o jogo da Final do Campeonato de Futebol Americano), ou até mesmo com um jogo das World Series (é a Final do Campeonato Americano de Baseball) é uma ofensa! E falo assim porque já vi muitos desses jogos na TV...


Será que "o meu" Futebol - o jogo fluido, bem jogado, emocionante - alguma vez voltará?

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Um Mestre


Nem sei bem se é fácil de encontrar, actualmente.

Há uns dois ou três anos, dei de caras com "ele" na Fnac, escondido no meio dos seus livros. Já sabia da sua existência, mas nunca o tinha visto. Só foi preciso o tempo de o folhear para lhe pegar e trazê-lo, sem pestanejar.

O livro, extremamente completo e muito interessante, trata da vida e obra de Edgar P. Jacobs. Este senhor belga, já falecido, é considerado por muito boa gente como sendo, juntamente com o famoso Hergé, uma das grandes figuras da história da Banda Desenhada.

A sua série de aventuras "Blake e Mortimer" é, para mim, absolutamente fantástica! Era dessa série um dos primeiros livros de BD assim mais "a sério" que me ofereceram, tinha eu cerca de, quê, onze anos?: "O Enigma da Atlântida". Adorei! Depois, só parei quando completei a colecção.

Mais tarde, comprei um livro que é como que "paralelo" a essa série: "O Raio U", que foi publicado antes de todos os outros. Apesar de não ter as mesmas personagens, foi a obra que serviu de "rampa de lançamento" à série "Blake e Mortimer". E é igualmente lindíssimo. Já lá está, entre outras coisas, o seu traço inconfundível.

Devo dizer que não percebo grande coisa de Banda Desenhada. Mas julgo saber algumas coisas de histórias de aventuras, de desenho, de côr, etc. . E é apenas nessa perspectiva que dou a minha opinião. Mais nada.

Este álbum ajuda a perceber a sua carreira. Situa-a. Tem inúmeras curiosidades, que vale a pena explorar: rascunhos, estudos de côr, os primeiros trabalhos, estudos para a elaboração dos álbuns, etc. . E tem uma pequena história que nunca foi publicada em Portugal, que eu saiba: "Le Trésor de Toutânkhamon".

Só por isto, já vale a pena. Recomenda-se sem hesitações!


Qualquer dia, escrevo sobre os álbuns em si. São fenomenais! Para mim, não têm par. E valem bem um post que, com toda a certeza, vai ser um desafio muito difícil de ganhar. Mas vou tentar! :)

Como S. Tomé

Para quem duvidava - o que eu acho completamente legítimo, atenção! - aqui ficam as imagens, com a devida vénia ao meu colega DB.

Isto passou-se na Serra da Arrábida, há uns dias.




domingo, 20 de maio de 2007

Fraco consolo


Terminámos hoje o Campeonato no segundo lugar. Não é mau. Com o orçamento que tínhamos e a política que tem vindo a ser seguida, é excelente! E sempre se conseguiu o acesso directo à Liga dos Campeões, o que, para o obrigatório equilíbrio financeiro, era absolutamente fundamental.

Mas é um fraco consolo para a época que fizemos.

Fica a sensação de que se poderia ter ido mais longe - independentemente dos factores externos de que nem quero falar.

Enfim... Vamos ver como corre prá semana, no Jamor.

Cupim

A maioria da malta, quando pensa em rodízio, pensa logo na picanha. Que, quando é boa, é de facto muito saborosa.

Mas o melhor num rodízio é, sem dúvida, o cupim. Seguido de perto pela maminha, verdade seja dita.


Provem lá isso bem, e depois falamos. :)

Soporífero


Não há muito tempo, a Final da Taça de Inglaterra em futebol era um jogo muito animado: cumprimentos reais a todos os intervenientes, antes do início do jogo, depois muita correria, muitos remates à baliza, "Quem marcar primeiro, perde", alternância no marcador, enfim... era uma festa!

Ontem, ia adormecendo. A sério.

Foi uma seca enorme! Chelsea, 1 - Manchester United, 0. Após prolongamento. E o golo foi marcado a três minutos do fim! Jogadores estoirados, arbitragem medíocre, jogo sensaborão... Até o novo Estádio de Wembley desiludiu: é bonito, é certo, e estava cheiinho, mas o estado daquela relva...

O Mourinho lá ganhou o único título inglês que lhe faltava. Foi muito bom para ele e bom para a nossa imagem lá fora.

Para mim, o "Mourinho" significa apenas uma coisa: o sucesso português além-fronteiras, e nada mais. Não gosto do futebol dele, nem dele em particular. Mas gosto de ver um português a ter sucesso noutro país. E por isso, correu bem.

Pode ser que, para o ano, seja melhor, que possamos ver um bom jogo de futebol. Era bom!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Gula!

Há três casas de gelados que me marcaram para a vida:

- A "Surf", na Praça de Londres, à qual ia comer um gelado quase sempre que vinha da saudosa Praia do Sol, na Costa, numa altura em que não havia (!) bichas na ponte, em nenhum dos sentidos, em pleno Verão;


- A "Conchanata", na Av. da Igreja, onde descobri uns gelados que eram servidos com uma bola extra de nata, numa taça com o formato de uma concha, e coberto com molho de morango;

- O "Santini", em Cascais, onde, há muitos anos, provei aquele que talvez considere o melhor sabor de gelados do mundo: a "Marabunta", que não é mais do que gelado de nata com chocolate "desfeito" misturado;


Já provei gelados em muitos sítios. E acho que posso dizer que, juntamente com a magnífica "Emanha", da Figueira da Foz, temos casas com qualidade mais do que suficiente para ombrear com qualquer outra, no mundo inteiro. Italianas inclusive (Sorry!, M, mas nem aquela magnífica em Milão me marcou assim... :) ).

Tenho dito!

Sanjo

Há pouco, quando vinha para o escritório, lembrei-me, por associação de ideias, daquilo que, na minha adolescência, se costumava comprar para jogar à bola, para as aulas de ginástica ou, simplesmente, para andar: uns ténis Sanjo!

Eram muito baratos, duravam q.b., e tinham uma sola tipo pneus-de-chuva. Ou eram a preto e branco, ou completamente brancos.

Havia do tipo bota ou sapato, como os All Star. Os "bota" tinham uma espécie de "forro de carica" na zona do tornozelo, mas apenas num dos lados, se bem me lembro (julgo que do lado de fora). Eu detestava este modelo: sempre tive os sapatos - como, de resto, também prefiro os All Star. Gostos...

Lembro-me do gozo imenso que me dava andar com eles. Agarravam muito bem. E corria-se muito confortavelmente.

Tenho saudades!


PS: Andei à procura de fotografias dos ditos cujos, mas não encontrei (também não procurei assim tanto, devo dizer). Mas reparei que as dez ou quinze primeiras ocorrências da busca que fiz no no Google eram de blogues!

Isto pega-se, já vi...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Fox Blue

Curva, contracurva. Acelero, travo; mais outra curva, contracurva... Quase sempre a subir.

De repente, já em plano, e com a serra à minha esquerda, surge do lado direito um azul a perder de vista. Uma vista deslumbrante!

Retomo a concentração na estrada. Mas, sempre que posso, deito uma olhadela mais ou menos fugaz à paisagem. Vê-se o que resta das Torres de Tróia. Consegue-se perceber o recorte da península. Um ferry atravessa o Sado. Mas aquele azul do mar... Espectáculo! Mais deste lado, Figueirinha, Galapos...

Olha!... Lá ao fundo, ali já, no Carvalhal!... Não é o Tobias? ;)

Estão trinta e tal graus lá fora - uma caloraça daquelas! Mas a tarde está linda, linda... O tempo está de tal maneira limpinho que quase que se consegue ver Sines, lá muito ao longe, no fim do areal que vais definindo a costa...

No Portinho, bastantes carros estacionados. Os almoços já nas sobremesas. Muita gente na praia, já! Pudera...

Mais à frente, três (?) túneis que nos protegem dos pedregulhos que nos afastaram por algum tempo deste paraíso.

Pára-se o carro. Tem que ser... Aqueles tons de azul esverdeado do mar mais próximo de terra pedem meças a qualquer folheto tropical! Mas assim de caras, e sem medos! Acreditem, que é verdade.


Há alguns dias, num final de tarde, um colega que por ali mora avista, quando ia a caminho de casa, duas raposas! Ali mesmo, à beira da estrada... É verídico.

Parou imediatamente o carro e, assim que se apeou, elas vieram ter-lhe à mão... À mão! Eram lindíssimas! Apesar de um pouco receosas e com um ar assim meio submisso, aproximaram-se de uma forma que tanto teve de inesperada como de... habitual, para elas.

Se não tivesse visto as fotos que ele lhes tirou, não acreditava. Mas vi.

Deve haver por ali gente que lhes dá de comer. Só pode. Não me parece que seja um comportamento muito normal, este...

Hoje, não tive essa sorte. Mas voltarei. Pode ser que, para a próxima, tenha "visitas"... :)

domingo, 13 de maio de 2007

Bonito


O F. C. Porto vai, quase de certeza, ganhar o Campeonato. Tem o Anderson (que pena ter jogado tão pouco!), o Quaresma, o Helton... E teve momentos de puro brilhantismo.

Foi o mais regular, durante a prova. Como tal, está certo que seja o vencedor.

Agora, futebol como eu tenho visto o meu Sporting jogar (a espaços, é certo) tenho visto muito pouco este ano, cá no burgo. O mesmo Porto, o Benfica e, por vezes, o Belém e o Sporting de Braga também o fizeram. Mas julgo que não de uma forma tão continuada, em termos de "série de jogos seguidos". Julgo.

Tem havido alguns jogos em que fica a sensação de que o Sporting podia estar a ganhar por quatro, cinco ou seis golos de diferença ao intervalo... Mas a displicência, talvez, com que, por vezes, alguns daqueles miúdos encaram ainda os jogos a doer faz com que, na prática, essas vantagens se tenham fixado em um ou dois golos.

Acho que não dá para ganhar este Campeonato, mas... é bonito. É bonito!

Mal comparado, e salvaguardadas as óbvias e devidas distâncias, faz-me lembrar por vezes o Brasil de '82. Dava (e ainda dá!) gosto ver.

E também acho que, se estas coisas da bola fossem só para ganhar sem ser preciso gostar de ver, íamos todos passar a ver, sei lá, o Bingo. E mesmo aí...

Sobremesa

Antes do George Michael entrar em palco, reparámos que, atrás de nós, num camarote do Municipal de Coimbra, estavam uns gajos assim tipo "boné pró lado". E eu só prestei mais atenção a isto porque praí noventa e nove por cento da malta que foi reparando neles passaram-se um bocado: começaram a tirar fotos com os telemóveis, iam lá pedir autógrafos, etc. Houve umas tias assim mais pró atiradotas que começaram até a mandar umas boquitas... Enfim, um espectáculo.

Perguntei à Dora quem era. Ou melhor, nem foi preciso: ela disse-me "Olha, olha! Estão ali os D'ZRT, dos Morangos!". Com a sobrinha dela é fã dos "Morangos com Açúcar", acho normal que ela os conheça. Já o resto da malta... bem, não.

Foi nessa altura que me consciencializei do facto de que pertenço a uma ínfima minoria de Portugueses que não conhece os D'ZRT. E, se calhar, que não vê os Morangos com Açúcar.

Atiram logo a Telma e a Dora: "Não conheces os tipos? O Zé Milho (!!!!!!), o Edmundo... "... "Olha, olha! É o Angélico!". O Telmo, o Veigas e o Sérgio só se riam, e a Raquel idem, aspas.

A determinada altura, a Dora foi tratar de cravar uns autógrafos "para a Mariana". E há fotos a comprová-lo. Fico contente por ela (ela = Mariana!). Os gajos até foram muito simpáticos, e responderam a todos os pedidos. Fiquei com boa impressão deles, devo dizer.

Acho é que ainda não os ouvi... Aquilo prestará para alguma coisa?


Duas notas, agora.

Primeiro, eu já vi, em tempos idos, os ditos "Morangos". Até gostava bastante de uma tal de Mimi, que agora não é chamada para o caso. Mas fica a nota. Nessa altura, estes D'ZRT ainda não deviam por lá andar. Acho eu.

Depois, gostava que alguém me explicasse como é que este grupo tem elementos com nomes como Zé Milho, ou Angélico (este é menos fora do vulgar, mas mesmo assim...). Será marketing, apenas?

Twentyfive Live


Ontem, fui a Coimbra, ver um concerto do George Michael.

É, é verdade, fui ver o George Michael. "O" George Michael.

E mais: fiz quase 500 km para tal...

É por estas e por outras que, quando quem não me vê há anos, me diz que "Estás na mesma!", bem... de facto, não estou bem "na mesma", apesar da gentileza. Se, há alguns anos, me dissessem que ia fazer o que fiz ontem, certamente me desataria a rir.

É sempre um espectáculo ir a um concerto de estádio. Já não há assim tantos como havia aqui há uns anos. Também por isso, resolvi aceitar o desafio do Veigas (que é, de todos os meus amigos, aquele que papa tudo quanto seja concerto de jeito). Ele tratou dos bilhetes - prá bancada, porque isto da idade já vai pesando - e lá fomos. E os lugares eram excelentes: viu-se tudinho, e bem!

Mas comecemos pelo princípio.

Primeiro: nem sombra de bicha na Autoestrada. Era a véspera do 13 de Maio, e a saída para Fátima estava limpinha, às 17h. Mas, também, os peregrinos sabem bem que esta deslocação não é coisa que se deixe para a última da hora...

Depois, excelente organização das chegadas e partidas para quem vinha de carro e/ou de longe: por 2€, havia lugar num parque ao lado da estação de comboios de Coimbra-B, e bilhete de ida e volta para o estádio. À ida, viagem nas calmas até ao estádio, passando pelos tradicionais Fernão de Magalhães, Sofia, Papa, Botânico e Cidral, entre outros sítios. À vinda, muito mais malta, bichas do caraças, e demorou-se bastante até chegar ao carro.

O estádio é bom. Sóbrio. Boas infraestruturas de suporte - casas de banho arranjadinhas, bares q.b., iluminação à maneira. O C.C. Dolce Vita, que mora ao lado, como é grandalhão, chegou para as encomendas de ontem - deve ter sido um dos "picos" anuais de movimento. E pareceu-me espaçoso, arejado e bem iluminado. Ou seja, muito bom, dentro do género.

E o concerto? Foi do caraças!

Eu nem sequer sou assim um fã do GM. Conheço alguns discos dele, e adoro mesmo uma sua colectânea de 1998 - "Ladies and Gentlemen" (um best of) - mas não sigo a sua carreira, digamos. E, por isso, sabia pouco do tipo de espectáculo que ele costuma dar. O Veigas desafiou a malta, e lá fomos. E ainda bem que fomos!

Foi o primeiro concerto de estádio da tournée "Twentyfive Live" deste ano (que tem por base outro best of - o "Twentyfive" - lançado no ano passado, pelos vinte e cinco anos de carreira).


Quando começou o concerto, ficou tudo meio aparvalhado com o palco, que era absolutamente espectacular: tinha um ecrã principal lindíssimo (impressionante, mesmo!), onde se projectavam imagens digitais multicoloridas com efeitos aleatórios, assim tipo-Media Player. Descia na vertical - desde o cimo da estrutura superior até ao chão - e, aí chegado, curvava a noventa graus na direcção do público, ficando em cima do chão do palco. Um must!


Estava secundado por outros dois ecrãs mais pequenos, suspensos, e por mais outros dois onde se transmitiam "em directo" as imagens do concerto propriamente dito.

Quem viu, por ex, os U2 em Alvalade em 2005 (não foi o meu caso, infelizmente) ou os Depeche Mode no ano passado, no Atlântico, já percebeu que a evolução de meios tecnológicos associados a estes concertos não ten NADA a ver com os de há dez anos, sequer... E ainda bem!


O homem não parou, cantou bastante bem (a voz está muito bem tratadinha, pareceu-me), esteve muito à vontade, gostou da recepção lusa, cantou muitas daquelas que todos queriam ouvir, e pôs a malta toda a dançar. Ok, já precisa da cadeirinha de descanso, dos intervalos mais longos entre músicas... mas pronto. Pelo espectáculo, por mim, 'tá perdoado!

O som estava muitíssimo bom - excepto quando o gajo se punha a percorrer um corredor em anel (prolongamento do palco), altura em que o som dele parecia que baixava... - , e os músicos estiveram à altura (estavam todos dispostos em "prateleiras" que saíam para as laterais do ecrã principal) - os coros, para mim, foram o melhor.

Assim, de repente, lembro-me do Freedom, Father Figure, Faith, Careless Whisper (!!!), Praying For Time (mais lenta - lindíssima!), Shoot The Dog, Jesus To A Child, Fastlove, Everything She Wants (!).

A meio, lá tiveram que aparecer as "tacadas" no Bush e no Blair, com uns insufláveis pelo meio. Mas também, se não o fizesse, é que era de estranhar...

Chamar àquilo "tacadas" é estar a ser simpático, mas enfim.

Foram cerca de duas horas e dez minutos, já com um intervalo de 20 minutos. Foi um espectáculo!!!


Recomendo uma ida ao Youtube, por ex., para dar uma espreitadela às imagens de concertos que ele deu o ano passado. O palco era igual. E o alinhamento das músicas deve ter sido semelhante.

Ou seja, este "nosso" concerto não deve ter tido nada de original... Devo dizer que, na parte que me toca, não vejo problema nenhum nisto. Afinal de contas, foi a primeira vez que ele cá tocou. E, para estreia, foi excelente!

Já a viagem de regresso foi uma seca!... Fez-se, mas chegámos às quatro e meia da matina. Comeram-se umas tostas e beberam uns cafés na Área de Serviço de Santarém. Ajudou.

Ou seja, uma estafa. Mas valeu completamente a pena!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Up, up...


É de mim, ou a gasolina tem andado a subir? A "98" está, em alguns sítios, perto do 1,50 €, e já vi a "95" a 1,35 €, pelo menos... Julgo que, apesar de pequenas diferenças, este aumento é comum a todas as gasolineiras!

E porque é que será que os media, sempre tão rápidos a denunciar estas e outras coisas, andam tão caladinhos? Eu, pelo menos, não tenho visto nada de significativo.

Se calhar, sou eu que ando meio "desligado"...

terça-feira, 8 de maio de 2007

Os Melhores Anos da Minha Vida

Lisboa, Outubro de 1986.

Eu tinha saído de uma turma muito "hermética", como disse há bocadinho um ex-colega do meu nono ano, com quem me cruzei por mero acaso... (Coincidência!)

Essa turma tinha um núcleo grande, que tinha vindo junto desde a infantil. E, como pode acontecer nessas situações (nesta aconteceu), era muito fechado a "estranhos", como eu e todos os que não pertenciam a esse grupo. Mas tinha gente fixe, atenção. Só que não era muito "simpática", digamos assim... para não ferir susceptibilidades.

No Verão, nas inscrições no Ginásio do incomparável Liceu Rainha D. Leonor (lembram-se? :) ), meti-me na Área E - Artes Visuais. Para quem queria ir para Engenharia, não está mal...

A verdade é q não queria sair do Rainha D. Leonor, mas queria ir para as Engenharias, cuja Área (a B) não existia lá na escola.

Mas quem é que, no nono ano, sabe verdadeiramente o que quer seguir? Que curso tirar? Ou se tem uma vocação assim logo desde muito cedo (o que não era o caso), ou então... Olha, seja o que Deus quiser. Tinha um Pai engenheiro, um tio engenheiro, amigos deles engenheiros, gostava de Ciências e de Matemática... Pois fui para Engenharia. E não me arrependi. Felizmente.

A Área E tinha ciências q.b. para que, no 12º ano, pudesse estar numa área que desse acesso às Engenharias. Como tal, e uma vez que não ia nada à bola com Saúdes, Economias e derivados, zás!, Área E. Artistas e C.ª. Uma aventura...

Foi a melhor escolha que fiz na vida de estudante.

E foi nestas condições que conheci o grupo de malta mais giro que encontrei em dezassete anos de escolas. O mais heterogéneo. O mais rico. O mais "alargador de horizontes".

Jaime; Tiago; Carreira; Rina; Pratas; Susana; Alice; Carlinha; Freudenthal; Petinga; Alex; Pissarra; Gonçalo; Osmar; Nuno; Tomé; Odete; Luís; Ratana; Fuentecilla; Baptista; Peixoto; Mira; Vanda; Lúcia; Miguel.

Talvez faltem aqui alguns nomes... mas espero sinceramente que não!


Havia - e muitas vezes na mesma pessoa! - punks, poetas, "meninos", betinhos, marrões, pintores, filósofos, jogadores da bola... enfim. Era uma turma de Artes, e... e está tudo dito? Não, não está nada tudo dito. Esta turma foi, de longe, a melhor turma de artes do Rainha D. Leonor. E se não concordam, que me provem o contrário!

Havia uma coisa que a distinguia logo à partida: ninguém sobressaía. Ninguém. Havia alguns sub-grupos, como em todas as turmas. Acho que é normal, isso. Mas não havia ninguém que, ao querer ser melhor ou maior do que os outros - o que, por vezes, acontecia - , não "apanhasse" logo. E não estou a falar em pancadaria (se bem que, por vezes, apetecia mesmo!). Não: era devidamente posto no seu lugar apenas com as "bocas" certas. E funcionava! Porque, inconscientemente, a malta respeitava-se.

Se calhar, não era tão inconscientemente como isso... :)

Havia gostos diametralmente opostos, origens muito diferentes, feitios por vezes incompatíveis... Não falávamos todos uns com os outros assim, de caras. Alguns tornaram-se bons amigos. Outros não passaram de colegas. Mas havia um certo espírito de turma, uma certa "alma" que nunca mais encontrei, nem nunca mais esquecerei - eu, que não sou assim muito de dizer "sempre" e "nunca", aqui arrisco. :)

Já tínhamos todos (e ainda temos) uma certa "base" que permitia sustentar as diferenças. E que permitiu também criar e manter esse tal "espírito". Não havia ali imposições.

Nós queríamos estar ali. Escolhemo-lo. E gostávamos de estar ali! De conversar, de conhecermo-nos, de desenhar (até eu, até eu!...), de gozar com os mais engraçadinhos, de jogar snooker no actual Centro Roma, do Botequim do Zêzere, da Sul América, etc. E também "de aprender"... Bem, tudo tudo, não - as Matemáticas e Físicas eram perfeitamente dispensáveis para uma boa parte de nós, penso. Mas acho que, também aqui, tivémos sorte com um grupo de professores que deve ter sido absolutamente único.

A isso já lá vou.

A maioria estava no seu elemento natural. Eu não.

Lembro-me, logo nas primeiras aulas de T.E.P.R. (Técnicas de Expressão e Práticas de Representação), que o nosso professor Henrique nos pediu para desenhar um "mono" que foi buscar ao pátio: era o que restava de uma antiga máquina de pastilhas, ou coisa que o valha. Tinha um pé de ferro amarelo que, preso numa base de cimento (acho que era cimento...), suportava uma caixa vermelha, mais ou menos paralelipipédica, de onde saíam duas "bolas" transparentes (dentro das quais estariam as pastilhas). Estava quase em ruínas, se bem me lembro...

O nosso Prof. pôs a dita cuja em cima do estrado da sala, e disse-nos:

- Agora, desenhem isto à vossa vontade.

Julgo que a lápis.

Aqui o DiNapoli pega numa bela folha A3 de papel cavalinho (lembram-se?), e não faz mais nada: um desenho de cerca de 7x7 cm, bem no meio da folha! À volta, nada. Branco. O vazio.
O Prof. Henrique chega ao pé de mim, e diz:

- Ó rapaz, tu estás com medo do papel!

Eu "enfiei", mas não me retraí. E parti para a folha já com a vontade de lhe mostrar que também a conseguiria encher. E enchi. Não ficou nenhuma obra de arte (nunca ficou... :) ), mas foi o princípio do fim do medo do papel.

Adorei tudo. Sinceramente! E foi extensível ao 11º ano, também!... Mas atenção: os professores, como já o sugeri, tiveram um papel fundamental nisto tudo, também. Há que ser justo.

Recordo com um sorriso a aprendizagem inicial das "Artes" - Teoria do Design e a tal T.E.P.R., que foi do mais enriquecedor que alguma vez vivi - curvo-me perante as figuras dos grandes professores Henrique e M.ª José Otollini - a História de Arte (idem, idem, aspas, aspas) - o pouco que sei das Artes a esta "escola" o devo! - a "Filosofia aplicada às Artes" (tivemos, nessa área, dois excelente professores que eram "marados" até à quinta casa... mas também, não fomos todos meio "marados" nessa altura? - mas ambos impecáveis, cada um à sua maneira: o Perdigão e a Beatriz Vieira), a excelentíssima Luísa Albuquerque que, em Geometria Descritiva, nos pôs a ver "no espaço" a 3-D e não só..., as magníficas professoras de Português - a Maria de Lurdes Guisado (10º ano) e a Conceição "qualquer coisa", do 11º (eu já cá ponho o nome da professora, que agora me foge...) - que nos puseram a ler e a escrever Português a sério ("Os Maias", no 11º ano, foi a leitura e posterior análise que mais prazer me deram na escola toda!) - a professora Odete Botelho (que já conhecia de anos anteriores, e que foi a melhor prof. de Matemática que tive no Liceu!)... e tantos outros que agora não menciono porque, pura e simplesmente, não me lembro dos seus nomes. As minhas sinceras desculpas por isso.

A professora de Português do 11º ano chamava-se Conceição Sousa. Obrigado, Jaime!

Mas, que me desculpem todos os professores: sem um grupo, uma turma daquelas, isto não tinha sido a mesma coisa... :)

Assim de repente, vem-me à memória a pinta do Jaime que, já na altura, tinha cá "uma música" (Eh!eh!eh!), a calmaria do Rina - do desenho ao basquete - os lacinhos do Pratas (lembras-te?) e o seu gosto pela fotografia e pelo cinema (a quem tenho que agradecer o gosto que tive e que ainda tenho em ver o "Rumble Fish"), além das suas profundas reflexões (pelo menos, antes do álcool começar a fazer efeito... mas, espera!... depois do álcool também!!!!), a jeitaça para o desenho da esmagadora maioria da malta!, o smile (quase) permanente da Odete - mas atenção: quando lhe chegava a mostarda ao nariz, cuidado com ela! - as imensas histórias que o Capristano contava, sempre cheias de humor, o gozo do Gonçalo quando a prof. de Matemática o chamava ao quadro (ele, que não via NADA daquilo, lá se safava, sem ninguém perceber como... fartávamos de nos rir!), a pinta da Carlinha (nome posto pelo Jaime, cuja versão completa era "A-Carlinha-que-morava-no-prédio-da-Sul-América", não era?), o eterno sorriso e boa disposição do Mira, aquele grunho do Baptista (o "pááá"), o descobrir, aprofundar e amar músicas e grupos que vou ouvir até ao fim - os Durutti Column, os Joy Division, os New Order, os Supertramp, os Simple Minds, os Cure, etc., etc. - a partilha desses e de outros gostos musicais com muita malta - punks inclusive!

Lembro-me também de duas ou três grandes jantaradas - uma delas foi num primeiro andar de uma garagem no Largo dos Anjos, onde acabou tudo com uma pifalhadazita -, do Pratas a atirar uma máquina fotográfica pelos ares, ali nas traseiras do Liceu, do mesmo Pratas a atravessar a linha de Metro (!!!) da estação Roma, passando por cima dos dois carris de Alta Tensão - nem te apercebeste do imenso perigo que correste, meu anormal! - do Tiago a contar as aventuras do concerto em Madrid nos UB40+U2 (na altura, quem é que ia a Madrid ver um concerto?), das visitas de estudo, da pinta do Mira sentado, com o tronco direitíssimo!, a deslizar (é, é o termo...) na sua Yamaha DT... Enfim, foram tantas coisas... E giras! :)

Afinal de contas, esta era a altura, entre outras coisa, dos croissants com chocolate, do Rali de Portugal, da Fórmula 1 no Autódromo do Estoril, dos Heróis do Mar, dos Xutos, da Sétima Legião, dos Peste e Sida, das Yamaha DT, do ZX Spectrum, dos sapatos de vela, da meia branca com sapato preto, dos rádios tipo-"tijolo", etc.

Eram os anos Oitenta no seu melhor.


Curiosamente, não me lembro de atritos, ou chatices... Também deve ter havido, mas confesso que não me lembro.


Ficam ainda por contar muitas outras coisas que já nem cabem aqui. Não dá.

Percebo agora porque andava com dificuldade para ordenar as ideias e escrever sobre isto... É que é impossível fazê-lo! Mas, pelo menos tentei...


Há uns meses, depois de ter vindo sucessivamente a reencontrar, aqui e ali, uns quatro ou cinco destes gajos, resolvi promover uma jantarada. Para reunir a malta. Os nossos vinte (!!!) anos de turma... (Vinte anos... Incrível!) Para tentar matar as imensas saudades que tinha (e ainda tenho!) deles, e desse tempo.

Graças à ajuda de muitos deles e a um qualquer alinhamento planetário que deve ter certamente acontecido, apareceram dezasseis (16!!!) desses "bravos". Babes e gajos. Vejam lá que até apareceu uma actriz da nossa "praça"... um luxo! :)

Foi um milagre! Com tanta malta já casada e com filhos, eu acho que foi um milagre. E foi algo que não esquecerei. Primeiro, porque foi lindo, lindo mesmo!, ver o brilho nos olhos da malta. Mas da malta TODA! E os sorrisos! E todos os inevitáveis "Estás na mesma, pá!" (apesar de estarmos tudo menos na mesma, estava "lá" tudo aquilo de que ainda nos lembrávamos). Depois, porque foi bom saber que estamos cá todos. É um sentimento um bocado egoísta, eu sei, mas é assim.

Gozem à vontade, mas isso, a mim, encheu-me de uma alegria que não consigo exprimir. Mesmo que não tenha sabido de vós durante muitos destes vinte (!!!!) anos, foi única a sensação de saber que estamos cá todos. E que estamos bem.

A coisa foi de tal maneira que, quando veio o empregado perguntar o que é que eu ia comer, nem eu nem o Jaime (que estava à minha frente a conversar com o Gonçalo, mas completamente esmagado com a cena toda - como, de resto, vi igualmente a Carlinha, que só sorria, e o Pratas...) tinhamos sequer olhado para a lista!!! E olhem que eu gosto muito de jantar fora... Só me lembro de alguém falar em Polvo à Lagareiro; peguei na deixa e disse logo: "Olha, passa a dois!".


É claro que não somos os melhores amigos uns dos outros, apesar de haver alguns que nunca perderam o contacto. Que não vamos ser a next big thing (isso, meus amigos, já fomos... :) ). E que não nos vamos voltar a dar como dantes. Afinal de contas, cada um tem a sua vida. Muitos seguiram caminhos quase opostos - basta ver que alguns não se viam há praticamente vinte anos...

Mas posso dizer, orgulhosamente, que, graças àquela turma (alunos e professores), "a" minha Turma, aqueles anos foram os melhores anos da minha vida.

domingo, 6 de maio de 2007

Original

Sábado à noite. Bicaense. Toneladas de turistas.

Peço uma tosta de queijo de cabra, com tomate e oregãos (!). É muito boa, atenção.
O tempo vai passando, a fomeca a apertar, e nenhuma notícia da tosta...
Às tantas, pergunto para o bar:

- "Não se esqueceram da tosta, não?"
- "Não, não!"
- "Está quase pronta, é?"
- "Está, está!, Deve estar mesmo a acabar de se vestir"...

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O Rainha!


O meu Liceu, o Rainha D. Leonor - para quem lá andou, é apenas "o Rainha" - fez ontem, dia 3 de Maio de 2007, sessenta anos.

Muitos Parabéns!

Um dia destes, escrevo umas coisas sobre os melhores anos da minha vida de estudante, aí passados. E sobre aquela que foi, sem dúvida, "a" minha turma - a das Área E, de Artes Visuais, dos anos de 1986 a 1988. Eles merecem-no.

Já tinha dito que o faria noutro post... Acho que está a chegar a altura.

Está prometido, então.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pat


Disco novo do Pat Metheny. Com o Brad Mehldau, novamente. Acho bem! Dois discos em pouco espaço de tempo. Espectáculo!

O tipo deve ser uma máquina.

Este foi o que saiu primeiro, já em 2006:


Desta vez tocam a quatro, juntamente com o contrabaixista Larry Grenadier e o baterista Jeff Ballard. O género não é muito fácil para o ouvido, mas eu aprendi a gostar. Experimentem.

Chamam-lhe "jazz de fusão". Nomes...

Recomendo vivamente estes dois discos dele:


"Beyond the Missouri Sky", a meias com o Charlie Haden.


"One Quiet Night", a solo.

Ambos calmíssimos. E excelentes. Podem confirmar.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Uma seca!


Vejo futebol inglês há já bastantes anos. E gosto muito!

A Final da Taça de Inglaterra, por ex., é, provavelmente, dos jogos mais apelativos que há todos os anos e há muitos anos.

E torço pelo Manchester United desde os tempos em que lá jogavam o Bryan Robson e o Norman Whiteside.

Nesta altura, estamos no intervalo do jogo da meia-final da Liga dos Campeões entre o Manchester United e o AC Milan, e estes estão a dar um banho de bola nos outros. 2-0. E mais próximos do 3-0 do que do 2-1.

Apesar de reconhecer que os italianos estão a jogar muitíssimo mais do que os ingleses (não sei se será só porque têm mais jeito, ou porque terão melhor equipa), troco um jogo italiano por um inglês de olhos fechados. Mas sem hesitar.

Os italianos têm aquele jogo cínico que eu abomino. 1-0. 2-1. O necessário e suficiente para ganhar. Para mim, esse não é o meu futebol. O meu é futebol de ataque, "à inglesa", que pode ter falhas e maus passes, mas que é jogado para a frente, muitas vezes sem marcações, com o único objectivo (perseguido, por vezes, de uma forma quase cega) de marcar. Pode ser mais primário, menos "pensado", mas prefiro. Mil vezes!

Acho que as "marcações" estragaram o futebol, sinceramente. E quando me tento recordar das equipas que mais gostei de ver jogar, ou dos jogos mais vibrantes, julgo que nenhuma lembrança trará equipas italianas... Lembro-me (do pouco que vi em resumos) do magnífico futebol de ataque do Ajax dos anos 70 e da Holanda de 1974, do Brasil de 1970 e do de 1982


Faço aqui a devida vénia à equipa acima, treinada pelo Telé Santana

- a sua derrota deve ter sido uma das maiores desilusões desportivas que tive até agora - e, mais recentemente, da Dinamarca de 1986, de uma ou outra selecção Argentina ou Jugoslava, de alguns derbies espanhóis jogados abertamente ao ataque, e pouco mais.

Talvez por causa de tudo isto não tenha visto um único jogo inteiro do Campeonato Italiano nos últimos anos.

Pode ser um futebol eficaz mas, para mim, é terrivelmente aborrecido...